REGIÃO
Junho 18, 2011 - 04:01
Jornal OVALE
Reajuste de 80% une governo e oposição na Câmara de S. José
Aaron kawai
Acostumados a travar duros embates no plenário, vereadores de grupos opostos deixaram as diferenças de lado em nome de um interesse comum: elevar os próprios salários a R$ 15 mil antes do recesso de julho
Beatriz Rosa
Filipe Manoukian
São José dos Campos
O projeto que reajusta em 80% os subsídios dos vereadores de São José dos Campos uniu governo e oposição dentro da Câmara.
A proposta eleva os vencimentos mensais dos parlamentares dos atuais R$ 8.320 para R$ 15.018.
Apenas um dos 21 vereadores da Casa não fechou com o grupo favorável ao aumento. Foi Tonhão Dutra (PT), que contrariou, inclusive, a posição dos seus colegas de bancada --Amélia Naomi, Angela Guadagnin e Wagner Balieiro.
Acostumados a travar duros embates no plenário, os vereadores governistas e da oposição encontraram um ponto de interesse comum no reajuste salarial.
Apesar de a Constituição Federal permitir o reajuste salarial até o máximo de R$ 15.018, cabe aos próprios vereadores estipular o valor dos salários para o cargo --o teto não precisa ser atingido.
Mesmo assim, em São José o projeto deve ser aprovado com aumento máximo. Ele vai vigorar a partir da próxima legislativa, que começa em 2013.
Aprovação. A Câmara pretendia aprovar o reajuste na sessão de anteontem.
O projeto seria incluído na pauta de última hora e aprovado no mesmo dia. A manobra só não foi possível porque Tonhão afirmou que não abriria mão do prazo de emenda, o que impediria a aprovação-relâmpago.
Por se tratar de um tema ‘espinhoso’, os vereadores temem que se o assunto tiver muito destaque pode haver um desgaste da imagem da Casa, o que comprometeria suas reeleições.
Agora, a ideia é aprovar o reajuste na sessão de 30 de julho, antes do recesso parlamentar. O objetivo é o mesmo: colocar o projeto na pauta de última hora e votá-lo no mesmo dia. Numa aprovação-relâmpago antes do recesso, haveria tempo para que o assunto ‘esfriasse’ e caísse no esquecimento da população.
Abertamente, os vereadores desmentem acordos costurados e evitam se posicionar sobre o tema. “Queremos fazer uma votação transparente e com tempo para a população conhecer a proposta. É preciso ler e votar com calma”, afirmou o presidente da Casa, Juvenil Silvério (PSDB).
Wagner Baleiro também descartou acordos com a base aliada para votar o reajuste.
Defesa. O único a defender que o reajuste atinja o teto é Vadinho Covas (PSDB).
“Todo mundo está junto querendo resolver isso logo e aprovar o aumento ‘full’ \[cheio, em inglês\]”, disse.
“Tem que ter coragem. Nenhuma classe trabalhista fica sem aumento quatro anos. Também sou um trabalhador e defendo o aumento.”
Filipe Manoukian
São José dos Campos
O projeto que reajusta em 80% os subsídios dos vereadores de São José dos Campos uniu governo e oposição dentro da Câmara.
A proposta eleva os vencimentos mensais dos parlamentares dos atuais R$ 8.320 para R$ 15.018.
Apenas um dos 21 vereadores da Casa não fechou com o grupo favorável ao aumento. Foi Tonhão Dutra (PT), que contrariou, inclusive, a posição dos seus colegas de bancada --Amélia Naomi, Angela Guadagnin e Wagner Balieiro.
Acostumados a travar duros embates no plenário, os vereadores governistas e da oposição encontraram um ponto de interesse comum no reajuste salarial.
Apesar de a Constituição Federal permitir o reajuste salarial até o máximo de R$ 15.018, cabe aos próprios vereadores estipular o valor dos salários para o cargo --o teto não precisa ser atingido.
Mesmo assim, em São José o projeto deve ser aprovado com aumento máximo. Ele vai vigorar a partir da próxima legislativa, que começa em 2013.
Aprovação. A Câmara pretendia aprovar o reajuste na sessão de anteontem.
O projeto seria incluído na pauta de última hora e aprovado no mesmo dia. A manobra só não foi possível porque Tonhão afirmou que não abriria mão do prazo de emenda, o que impediria a aprovação-relâmpago.
Por se tratar de um tema ‘espinhoso’, os vereadores temem que se o assunto tiver muito destaque pode haver um desgaste da imagem da Casa, o que comprometeria suas reeleições.
Agora, a ideia é aprovar o reajuste na sessão de 30 de julho, antes do recesso parlamentar. O objetivo é o mesmo: colocar o projeto na pauta de última hora e votá-lo no mesmo dia. Numa aprovação-relâmpago antes do recesso, haveria tempo para que o assunto ‘esfriasse’ e caísse no esquecimento da população.
Abertamente, os vereadores desmentem acordos costurados e evitam se posicionar sobre o tema. “Queremos fazer uma votação transparente e com tempo para a população conhecer a proposta. É preciso ler e votar com calma”, afirmou o presidente da Casa, Juvenil Silvério (PSDB).
Wagner Baleiro também descartou acordos com a base aliada para votar o reajuste.
Defesa. O único a defender que o reajuste atinja o teto é Vadinho Covas (PSDB).
“Todo mundo está junto querendo resolver isso logo e aprovar o aumento ‘full’ \[cheio, em inglês\]”, disse.
“Tem que ter coragem. Nenhuma classe trabalhista fica sem aumento quatro anos. Também sou um trabalhador e defendo o aumento.”
MEMÓRIA: Em 2008, reajuste foi similar: 84,8%O último aumento dos subsídios dos parlamentares em São José ocorreu em 2008. À época, os vereadores aprovaram aumento de 84,8% para a legislatura posterior, que assumiu em 2009 e segue até o final de 2012. O salário dos vereadores saltou de R$ 4.500 para os atuais R$ 8.320. Os vereadores não são obrigados a votar aumento em todos os mandatos.