quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O MINISTRO DESPEJADO



26/10/2011
 às 16:35 \ Direto ao Ponto

Coluna do Augusto Nunes

O despejo do ministro não basta. É preciso desativar a Casa da Moeda do PCdoB

O ministro do Esporte, Orlando Silva, chega para coletiva no Hotel Hilton, em Guadalajara, México

O iminente despejo de Orlando Silva não basta. Se o companheiro que compra até tapioca com cartão corporativo for substituído por outro comunista do Brasil, será preservado o esquema que transformou o Ministério do Esporte na Casa da Moeda do PCdoB.  Ele é só o rosto mais conhecido na multidão de militantes envolvidos em patifarias que começaram com Agnelo Queiroz e prosseguirão, com formatos diferentes, caso o gabinete vago tiver como inquilino outro camarada.
Os Estados Unidos não têm um Ministério do Esporte. Tornaram-se a maior potência olímpica do planeta por ter uma política esportiva que se ampara na descoberta e formação de atletas pelos colégios e pelas universidades. O Brasil tem um Ministério do Esporte que só tem um partido. Não existe sequer um esboço de política esportiva que mereça tal nome. A turma ali alojada trata com especial carinho o esporte de alto rendimento porque, nesse campo, os patrocínios são mais generosos e as parcerias, bastante lucrativas. Coerentemente, o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento é Ricardo Leyser.
Coordenador da comissão organizadora dos Jogos Pan-Americanos de 2007, foi ele o principal arquiteto do monumento à gastança contemplado pela medalha de ouro em salto do orçamento, superfaturamento de notas fiscais, licitações fraudulentas e convênios bandalhos. Estava em Guadalajara ao lado do ministro quando chegou a notícia de que a edição de VEJA reafirmaria que, para os farsantes, sábado costuma ser o mais cruel dos dias. Na segunda-feira, depois de qualificado de “bandido” por Orlando Silva, o PM João Dias Ferreira devolveu o insulto com uma nota que acabou por ampliar o prontuário de Leyser.
“E se tu não deves nada”, perguntou João Dias a Orlando Silva num trecho, “por que mandou seu secretário nacional Ricardo Leiser tentar me localizar na sexta-feira, quando soube da matéria, o que ele queria comigo? Fazer mais um daqueles acordos não cumpridos?” O único erro é o i no lugar do y de Leyser, que tentou escapar do flagrante com uma réplica irônica: “Como eu o procurei se estou em Guadalajara? Por teletransporte?”  A frase lhe custou uma internação no Sanatório Geral, justificada pela suspeita de que Leyser ainda não foi apresentado a um invento batizado de telefone.
Os leitores da coluna conhecem a figura desde outubro de 2009, recorda o post reproduzido na seção Vale Reprise com o título “O prefeito que governa de joelhos e o ‘senhor executivo” descoberto por Orlando Silva”. O “senhor executivo”, com aspas, é Ricardo Leyser. Um senhor delinquente, sem aspas.

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