sábado, 29 de outubro de 2011

LULA E O CÂNCER


Fumo é a principal causa do câncer na laringe e quimioterapia sugere estágio avançado da doença

Publicada em 29/10/2011 às 12h58m
Eduardo Almeida (earodrigues@oglobo.com.br) e Luisa Guedes (luisa.guedes@oglobo.com.br)
O ex-presidente Lula no último dia 25, no México, onde recebeu prêmio / Foto: AFP


RIO - O câncer na laringe, que acometeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem como principais causas o cigarro e em segundo lugar a bebida. O diagnóstico foi divulgado na manhã deste sábado pelo Hospital Sírio-Libanês. Segundo o oncologista Jacob Kligerman, o tratamento com quimioterapia, associado ou seguido por radioterapia, costuma ser recomendado em casos nos quais o tumor está mais avançado.
De acordo com Kligerman, ex-diretor do Inca e ex-secretário municipal de Saúde do Rio, o tratamento depende do estágio em que a doença está e da localização do tumor, que pode estar nas áreas supraglótica, glótica ou infraglótica. O oncologista afirma que a principal forma de se prevenir da doença é evitar o fumo e o álcool.
- Não se faz prevenção em massa. Só se faz exame quando se tem sintoma de rouquidão sem outra causa aparente, como um resfriado - explica o oncologista.
Segundo o médico Daniel Herchenhorn, chefe de oncologia do Inca, o tratamento na fase inicial é feito com cirurgias conservadoras, em alguns casos com laser. Em estágios mais graves, a cirurgia em geral é mutilante, deixando o paciente sem as cordas vocais e com uma traqueostomia permanente.
- A maioria dos casos é na corda vocal ou acima dela (supraglótico). Quando ocorre na corda vocal, em geral o primeiro sintoma é rouquidão - explica o doutor Herchenhorn - Mais de 80% dos pacientes do Inca com câncer na laringe tem histórico de fumo ou álcool.
O câncer de laringe acomete mais homens que mulheres, e afeta principalmente pacientes com idade entre 50 e 60 anos.
Chance de cura depende da extensão da doença
A chance de cura depende da extensão da doença, vista através de laringocospia, além de tomografias ou ressonâncias. O fato do paciente fumar aumenta o risco e diminui a probablidade de cura. Fumantes têm quatro vezes mais risco de morrer do que ex-tabagistas. Além disso, qualquer outra doença como pressão alta ou problema cardíaco aumenta o risco.
De acordo com Clara Ant, ex-assessora especial da Presidência e atual diretora do Instituto Lula, o ex-presidente não fumava mais. Em março do ano passado, dois meses depois de um pico de hipertensão, Lula disse que havia parado de fumar após completar 50 anos.
Segundo o site do Inca, O câncer na laringe é um dos mais comuns na região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos nessa região do corpo. O tumor pode surgir nas cordas vocais ou na laringe supraglótica (acima das cordas vocais).
Entre os sintomas estão dor de garganta e rouquidão. O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de alteração na voz, disfagia leve (dificuldade de engolir) e sensação de um "caroço" na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, pode ocorrer dor na garganta, disfagia e dispnéia (dificuldade para respirar ou falta de ar).
Segundo o médico Artur Katz, um dos que acompanharam o ex-presidente, o tumor do Lula é um carcinoma epidermoide. Segundo a Associação Médica Brasileira, o carcinoma é um câncer de origem epitelial, tecido que reveste cavidades internas de determinado órgão.


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