sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Prefeitura de Caçapava/SP gasta R$ 14 milhões a mais


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Atualizado em: 19h20min - 13/01/2012
Prefeitura de Caçapava é acusada de gastar R$ 14 milhões a mais na compra de veículos
Denúncias indicam que preço foi até quatro vezes superior ao valor de mercado
Credito: Reprodução / Rede VanguardaOs vereadores de Caçapava abriram uma Comissão Especial de Inquérito para investigar a compra de veículos pela prefeitura. Há denúncias de que os carros e máquinas foram pagos pelo preço até quatro vezes o valor de mercado. Ao todo, foram comprados 43 veículos e o prejuízo para os cofres públicos pode chegar a R$ 14 milhões.

A frota já está em uso desde 2008. São veículos populares para a Guarda Municipal e administrativo, ambulâncias, um ônibus e máquinas para obras. Ao todo, 43 veículos que a prefeitura pagou R$ 17 milhões. O preço dessa aquisição foi denunciado na Câmara dos vereadores.

Os valores dos veículos realmente chamam a atenção. Um Gol 1.0, tem preço de mercado de pouco mais de R$ 24 mil. O mesmo veículo se fosse financiado em 60 meses, com taxa de juros de 1% ao mês, sairia por quase R$ 32.500. A prefeitura pagou quase R$ 92.352. Quase quatro vezes acima do valor. Já uma Saveiro, avaliada em R$ 35.000, que financiada ficaria em R$ 46.700, saiu por cerca R$ 104.304, três vezes mais.

Credito: Reprodução / Rede VanguardaOutro exemplo: uma escavadeira, com preço fixo de R$ 400 mil, se fosse financiada em 60 meses, custaria R$ 533 mil. A prefeitura pagou R$ 1.660.368. Por esse preço daria para comprar quatro máquinas. “Essa denúncia chegou por um munícipe. Eu sou fiscal do dinheiro público e o executivo tem que respeitar o dinheiro público, coisa que ele não fez”, afira mo vereador autor do requerimento, Henrique Rinco.

Se todos os veículos fossem pagos à vista, a compra sairia em torno de R$ 3 milhões. Mas no contrato de locação com doação após a quitação das 48 parcelas, o município está pagando cerca de R$ 17 milhões. Um gasto a mais de R$ 14 milhões aos cofres públicos.

Vereadores abriram uma comissão especial de investigação na Câmara para apurar o caso. “Na época, em vez de fazer essa negociação, emprestasse dinheiro do Governo Federal, do BNDS, da Caixa Econômica Federal e comprasse os carros e pagassem”, afirma o presidente da Câmara, Sebastião Lopes da Silva

O secretário de obras, Clóvis Cunha, se defende e diz que esse foi um bom negócio para a cidade por conta da necessidade dos veículos. “No momento o custo benefício era viável porque é um custo altíssimo que a prefeitura não se disponibilizava do recurso total de uma compra direta, imediata e sim através de um financiamento”. Quanto ao preço o secretário disse que devem ser analisados caso a caso para se chegar a uma conclusão.

Quanto aos valores pagos, Clovis Cunha diz não ter conhecimento. “Eu não entro no mérito dessa questão. Para o município, em relação a obras e serviços [foi um bom negócio]. Porque sem equipamento e veículo você não atende a comunidade”. Clovis Cunha foi um dos representantes da prefeitura que assinou o contrato de locação na época.

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