sábado, 8 de dezembro de 2012

ARGON E A EMPRESA SILVA & LEÃO


Nossa Região
Jornal O VALE
December 8, 2012 - 02:38

Em leilão de um só lance, Cury vende antigas torres da Argon

Torres do Banhado estão abandonadas há 22 anos. Foto:Warley Leite
Torres do Banhado estão abandonadas há 22 anos. Foto:Warley Leite
Venda de apartamentos com vista para o Banhado poderá render quase R$ 50 milhões à empresa vencedora do certame
PAULO LOPES
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A Prefeitura de São José dos Campos vendeu ontem duas das quatro torres abandonadas da orla do Banhado, região central da cidade.
A empresa Silva & Leão Incorporação Imobiliária, de Jacareí, foi a única participantes do leilão aberto pelo governo Eduardo Cury (PSDB) e arrematou os prédios por R$ 8,746 milhões, R$ 100 mil a mais que o lance mínimo estipulado em edital.
Segundo a administração, a empresa deverá concluir as obras das torres em 36 meses e comercializá-las por meio do programa Minha Casa, Minha Vida --obrigatoriamente, entre famílias com renda de três e seis salários mínimos por mês (entre R$ 1.866 e R$ 3.732) já inscritas no programa habitacional do município.
Cada apartamento poderá ser vendido por até R$ 190 mil, o que garantiria à empreiteira vencedora do leilão R$ 48,6 milhões. Juntas, as duas torres têm 256 unidades habitacionais.

Contrato. O contrato será assinado em 15 dias e o pagamento deverá ser feito à vista pela Silva & Leão. A empresa possui capital social de apenas R$ 100 mil (leia texto abaixo).
Esta foi a segunda tentativa de venda das torres, desapropriadas em 2009 junto à falida construtora Argon.
No primeiro certame, em setembro, nenhuma empresa compareceu. No mês passado, 28 empresas retiraram o novo edital, mas apenas a Silva & Leão participou do leilão.

Restrições. Segundo o governo, a vencedora deixou um cheque-caução de 5% do lance, R$ 432 mil[ --mais de quatro vezes o seu capital social.
A venda dos antigos prédios faz parte do projeto ‘Centro Vivo’, gerenciado pelo Ipplan, (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento).
“Por muito tempo esses prédios incomodaram os joseenses e agora a prefeitura vai ter R$ 8 milhões para investir na cidade”, disse Cynthia Gonçalo, diretora do instituto.
“Não esperávamos uma grande quantidade de construtoras \[no leilão\], já que são muitos os requisitos exigidos pela Caixa \[Econômica Federal\]. Nem todas conseguem atender”, acrescentou.
O líder da Central de Movimentos Populares, Cosme Vítor, criticou a destinação dada pela prefeitura às torres.
“Usaram a bandeira dos pobres na hora de falar sobre o destino dos prédios mas acabaram vendendo para a classe média”, afirmou.
Cynthia alega que é a Caixa quem define o público-alvo dos projetos no Minha Casa.
Segundo ela, o destino dos outros dois prédios da Argon será definido somente após a elaboração do traçado do futura Via Banhado.

PERFIL

Empresa tem 6 anos de atuação
São José dos Campos

A empresa Silva & Leão Incorporação Imobiliária, vencedora do leilão das torres da Argon, possui um capital social de R$ 100 mil, segundo dados disponibilizados pela Junta Comercial do Estado.
O valor corresponde a menos de um quarto do cheque-caução deixado ontem pela empresa à Prefeitura de São José, no valor de R$ 432 mil.
A empresa, que iniciou suas atividades em 2006, não possui site na internet.
Em seu cadastro na Junta Comercial, a Silva & Leão se apresenta como uma empresa de incorporação de empreendimentos imobiliários.
O VALE procurou a firma ontem à tarde para falar sobre a compra das torres, mas ninguém foi localizado.

Viagem. Um funcionário da incorporadora informou que apenas o diretor responsável pelo lance de compra poderia se pronunciar sobre o assunto.
Segundo o funcionário, o diretor viajou logo após o leilão e só estaria disponível na próxima segunda-feira.

ENTENDA O CASO
Novela
Construção
A ‘novela’ envolvendo os prédios da Argon já dura 22 anos. As quatro torres começaram a ser construídas em 1990

Falência
Obras abandonada
Dois anos após o início da construção, a construtora faliu e as obras foram paralisadas, deixando apenas o ‘esqueleto’

Indefinição
Ponto de drogas
Os prédios ficaram abandonados e foram ocupados por moradores de ruas e usuários de drogas. Em 2009, a prefeitura desapropriou as torres por R$ 1,5 milhão e as destinou para o programa habitacional

Projeto
Centro Vivo
No ano passado, os prédios foram incluídos no projeto Centro Vivo, em que uma das vertentes é levar moradia ao centro da cidade.
Senhores, boa tarde! Por acaso esta empresa Silva & Leão não pertence a duas prováveis irmãs Corretoras de Imóveis de Aquidauna/MS? Será que estas duas senhoras não são procuradoras de uma outra empresa ou algum investidor? Somente estou questionando, NÃO AFIRMANDO NADA, pois o jornalismo do O VALE tem por direito obter estas informações junto a setores ou setor responsável da Prefeitura de S. José e informar ao público leitor e eleitor. A Srª Cynthia Gonçalo, sabe com certeza. PAULO LOPES, vá atrás, daria uma boa reportagem...
Comentado por Alvaro Pedro Neves Pereira, 08/12/2012 17:44

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