segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ペレとあなたの新しい愛 ( PELÉ E O SEU NOVO AMOR )


O Rei do Futebol e seu novo amor: Pelé está apaixonado

ESTÁ NA CARA -- O casal troca o olhar que diz tudo. E Márcia conta: Pelé “limpa a casa, lava a louça e dança na sala” (Foto: Christian Gaul)
ESTÁ NA CARA -- O casal troca o olhar que diz tudo. E Márcia conta: Pelé “limpa a casa, lava a louça e dança na sala” (Foto: Christian Gaul)
Texto de Juliana Linhares, publicado em edição impressa de VEJA
UM CLIMA, UM LANCE E GOL
Aos 72 anos, Pelé diz ter achado sua “paixão definitiva”. A namorada é uma empresária bonita, desembaraçada e muito bem preparada para ser a rainha de copas. E da Copa
O Rei anda vendo tudo azul. E vestindo também. Pelé contabiliza em seu guarda-roupa quarenta daqueles conjuntos peculiares de calça e camisa no estilo militar, grande parte deles azul-clarinho, que não tira do corpo. E que só Pelé, primeiro e único, pode usar sem ficar estranho.
A origem da roupa ele já contou mil vezes e conta de novo, na maior boa vontade: “Há vinte anos, vi o Mao Tsé-tung usando um desses e, desde então, adotei o estilo”.
Mao morreu em 1976, mas quem liga para a contagem exata do tempo quando coisas muito mais importantes estão acontecendo?
“Já dei jeans e camisa da moda, mas esses conjuntos são o amor da vida dele”, diz Márcia Cibele Aoki, namorada de Pelé há um ano e meio. “E ele é o meu amor”, completa, com os olhos lançando discretas faíscas.
Pelé se derrete todo. Como todo casal em que o olhar mútuo cria uma espécie de campo de força, Pelé e Márcia têm na ponta da língua a história que os aproximou. Conheceram-se em meados dos anos 1980, em Nova York. Ele tinha acabado seu contrato com o [clube de futebol do] Cosmos e mantinha um apartamento na cidade, onde moravam os filhos do primeiro casamento.
Ela fazia faculdade de administração. Era uma festa de empresários árabes em que os dois tinham amigos em comum. Márcia achou Pelé “muito educado” e rolou um clima, mas não foi adiante. Não se viram mais.
Em 2008, já com o segundo casamento terminado, Pelé precisou resolver um problema em seu apartamento de São Paulo, alugado durante muitos anos. Cruzaram-se naquele lance de elevador. “Eu nem sabia que ele tinha um imóvel no mesmo prédio onde eu moro”, conta Márcia. “Nessa época, eu estava casada, ele estava se separando e apenas conversamos um pouquinho”.
Brinca Pelé: “Mas há um ano e meio nós nos encontramos de novo, no mesmo elevador. Eu disse que estava reformando meu apartamento e ela, que já estava separada, me convidou para ver a reforma do dela. A japonesinha então me laçou”.
Márcia é de uma família bem de vida de Penápolis, cidade do interior de São Paulo, a mesma da apresentadora Sabrina Sato. Seu pai era pediatra e a mãe mora no melhor bairro da cidade, a Vila dos Médicos.
Márcia chama Pelé de Dico, o apelido de infância. Pelé chama Márcia de um nominho que ela o proíbe de contar. Se ele insiste, é docemente enquadrado: “Não; aquele, não”.
Mas o autoriza a cantarolar o sambinha-homenagem ao qual, como os terninhos Mao, só sendo Rei para sobreviver com honra: “Arigatô, sayonara, japonês eu vou ter de estudar”.
As bem formadas opiniões da namorada são pedidas e acatadas. “Meses atrás, um time europeu me perguntou quanto eu queria para ser o treinador. Perguntei o que a Márcia achava e ela disse: ‘Por causa de um dinheirinho e de uma vaidadezinha você vai se arriscar nessa?’”. O empregão foi descartado.
Márcia deu seu parecer como namorada e profissional. Ela tem especialização em marketing internacional e já trabalhou preparando empresas brasileiras que queriam se instalar em outros países. Hoje, aos 47 anos, é dona de um negócio de importação e exportação de equipamentos hoteleiros. “Uma business girl”, define Pelé.
“Sabe o que eu mais gosto nele?”, pergunta Márcia, sorrindo e reprisando o olharzinho enternecido. “Se é para limpar a casa, ele limpa comigo; se é para lavar louça, ele lava comigo, e nós dois adoramos dançar juntinhos na sala de casa.”
As danças estão temporariamente interrompidas porque Pelé se recupera de uma cirurgia para colocar próteses no quadril. O tratamento para artrose demanda uma recuperação paciente. Pelé recorre à ajuda de um andador. E da filha Flávia, que é sua fisioterapeuta.
Depois de tantos desencontros, os dois se aproximaram, outra bela limpeza no campo da vida do jogador. “Pelé está finalizando o processo em que reconhece a paternidade dela”, informa o empresário Pepito Fornos. A maca em que Flávia faz as sessões de fisioterapia fica no meio da sala do apartamento dele. Perto de uma poltrona remendada com fita adesiva, onde Pelé vê televisão, e de uma mesa de xadrez cujos pés estão bambos. Uma casa sem luxos nem pretensão.
Márcia e Pelé vivem cada um em seu apartamento e, até a operação, ele usava as escadas para descer até o dela. “Dona Márcia é uma bênção. Ela ajuda a cuidar do nosso patrão”, diz a arrumadeira Rose.
Pelé está satisfeito por ter uma namorada nestes tempos de Copa do Mundo. “Nos eventos oficiais, todos os representantes de países levam a mulher. Agora, tenho a minha”, diz. Prudentemente, o começo do namoro foi resguardado. “Sempre achei que, para ser um relacionamento de verdade, precisávamos ter um tempo de privacidade”, avalia Márcia.
A estreia dela no universo estelar do namorado aconteceu em Mônaco, e os conselhos dele também foram de profissional: “Vai linda, de salto, que nós vamos entrar num tapete vermelho e você vai conversar com a princesa Stéphanie”. Márcia foi linda, de salto, e tirou a princesa de letra.
“Essa japonesinha é cheia de opinião”, sorri Pelé. E dá-lhe olhares apaixonados. “Minha primeira paixão foi uma japonesa e a última vai ser também”, suspira, lembrando de uma namoradinha de adolescência. Violão na mão, ele canta outro verso de sua autoria: “Muita gente esteve aqui/ milhões de anos atrás/ sem amor no coração/ você não vai ter paz”. Márcia acompanha a melodia, cantarolando um “mmmm” fininho.
Afinada e afiada, essa japonesinha.

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