quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

TORRES DA ARGON - S. JOSÉ DOS CAMPOS/SP


Obras nas duas torres devem se estender por dois anos e meio.
Torres ficaram inacabadas por 20 anos na orla do Banhado.

Suellen FernandesDo G1 Vale do Paraíba e Região
\Prédios da Argon em São José dos Campos (Foto: Carolina Teodora/G1)Prédios da Argon estão na orla do Banhado, cartão-postal de São José (Foto: Carolina Teodora/G1)
Após permanecerem inacabadas por mais de 20 anos, duas das quatro torres da falida Argon, em São José dos Campos, devem ser finalizadas até agosto de 2014. A construtora Silva & Leão, que comprou os prédios na última sexta-feira (7), informou que deve começar os serviços até fevereiro de 2013 e que as obras serão concluídas em dois anos e meio.
O prazo estabelecido por Juvenil Silva, um dos sócios-proprietários da construtora que tem sede em Jacareí, é menor do que o limite de três anos imposto pela Prefeitura de São José dos Campos para finalizar o empreendimento. Segundo ele, para iniciar a obra serão contratados pelo menos 150 operários. As contratações serão feitas no próximo ano e ainda não foi definido o período da contratação.
'Minha Casa, Minha Vida'
Após finalizar a obra, a construtora tem por obrigação comercializar os apartamentos pelo programa 'Minha Casa, Minha Vida', com financiamento da Caixa Econômica Federal. Cada torre conta com 16 andares e 128 apartamentos.
No valor atual, cada apartamento não poderá ser vendido por mais de R$ 190 mil com financiamento da Caixa Econômica Federal. "Não sei exatamente por quanto venderemos os apartamentos. Vai depender da avaliação da Caixa", afirmou o empresário, que não quis informar o lucro que espera ter no negócio.
Em 2009, as torres foram compradas pela prefeitura a um custo de R$ 1,5 milhão cada. A empresa de Silva arrematou duas torres por R$ 8,746 milhões (cerca de R$ 4 milhões por torre). O valor da compra superou em R$ 100 mil o lance mínimo definido pela Prefeitura de São José dos Campos. O lance foi o único no leilão e aconteceu após uma primeira tentativa de venda frustrada, em que não houve interessados.
"Silva afirmou que ofereceu valor maior que o mínimo, mesmo sendo o único a oferecer lance, porque não teve acesso a possíveis outras ofertas. "No edital constava que teríamos que dar as propostas fechadas. Coloquei o valor no envelope e não imaginei que seria o único. Infelizmente", disse Silva. A empresa não participou do primeiro leilão porque alegou não ter tido acesso ao prédio para analisar a situação das torres."
Contrato
De acordo com a prefeitura, o contrato deve ser assinado em 15 dias após análise da documentação da empresa. Nesta sexta, para firmar a venda, a empresa deixou um cheque-caução de R$ 432 mil - o que representa 5% do valor do imóvel.
Tubulação e canos dos prédios da Argon estão comprometidos (Foto: Carolina Teodora/G1)Tubulação e canos dos prédios da Argon
estão comprometidos (Foto: Carolina Teodora/G1)
Os prédios, até então abandonados, começaram a ser construídos em 1990 e as obras foram paralisadas dois anos depois com a falência da construtora Argon. Os esqueletos inacabados foram por muito tempo ponto para uso de drogas e estão com diversos problemas, como fiação e tubulações já comprometidas.
De acordo com engenheiros e técnicos da Silva & Leão, tubulações e pisos em parte das estruturas não poderão ser reaproveitados. "Não dá para aproveitar nada nesse sentido, só a estrutura mesmo. Vamos refazer tubulações, colocar pisos novos", disse Silva.
Centro Vivo
A venda dos prédios era uma das ações necessárias para a execução do projeto Centro Vivo, que prevê a revitalização do Centro de São José e é gerido pelo Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento (Ipplan). A meta é incentivar a moradia no Centro. O Ipplan informou que ainda está em estudo o que será feito com as outras duas torres inacabadas que ficam na orla do Banhado, cartão-postal de São José dos Campos.

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