sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CÂMARA MUNICIPAL DE S. JOSÉ DOS CAMPOS - UM CIRCO, SENDO QUE OS PALHAÇOS SÃO OS CONTRIBUINTES!!!


REGIÃO
O VALE
August 5, 2011 - 04:01

Câmara ignora pressão e propõe aumento de 80%

Sessão de Câmara em S. José
Victor Moriyama
Vereadores de São José protocolam projeto que eleva salários para R$ 15 mil mensais a partir de 2013
Beatriz Rosa
São José dos Campos

Mesmo após pressão dos eleitores, os vereadores de São José dos Campos optaram pelo reajuste máximo permitido por lei e irão elevar seus salários de R$ 8.320 para R$ 15 mil (aumento de 80%) a partir da próxima legislatura.

O projeto de reajuste salarial foi protocolado no final da sessão de ontem, após mais de duas horas de reunião a portas fechadas entre os parlamentares --das18h15 até as 20h40. Os vereadores discutiram três propostas de reajuste --R$ 11.200, R$ 13.500 e R$ 15 mil.

O projeto lido ao final da sessão fixou o subsídio mensal dos vereadores em R$ 15 mil. Após a inclusão do projeto na pauta, a maioria dos vereadores foi embora sem dar entrevista.

Já a inclusão do projeto de lei que altera o número de vereadores na Casa de 21 para até 27, considerada urgente, foi adiada por duas sessões.

Legalidade. O presidente da Câmara de São José, Juvenil Silvério (PSDB), defendeu a legalidade do reajuste amparado pela Constituição federal.

“O valor está definido na Constituição federal. A decisão de chegar ao teto foi da maioria. A última correção foi em 2007 e, se não fosse reajustado agora, ficaria até 2016 com esse valor, então optou-se por esse número.”

Segundo ele, o projeto será votado somente no dia 18 de agosto, após o prazo de emenda. “O projeto vai cumprir seu prazo regimental e somente depois de sofrer ou não com emendas é que será votado. A mesa diretora não colocará em votação antes do prazo.”

Teto. Segundo Juvenil, ainda há divergência sobre o valor do reajuste na casa.

“A falta de consenso ainda existe e o valor proposto não está fechado. O que a maioria decidiu foi colocado, mas pelo menos oito parlamentares defendiam outros valores.”
Silvério descartou impactos no orçamento da casa com o reajuste salarial dos vereadores, que poderá saltar de cerca de R$ 2 milhões para até R$ 4,8 milhões com o aumento no número de vereadores. “A Casa tem condições de assumir esse novo valor.”

O vereador disse ainda que a Câmara não teme desgastes. “A discussão foi feita de maneira madura e responsável. Estamos discutindo internamente o valor do subsídio desde fevereiro. A Câmara nunca se omitiu embora o projeto sendo impopular. É preciso ficar claro que esse projeto é da Casa e dos 21 vereadores, porque todos participaram das discussão. E o que a maioria decidiu, foi colocado.”

Oposição. Líder do PT na Câmara, a vereadora Amélia Naomi (PT) se limitou a dizer que o partido é contrário ao reajuste salarial.

O vereador Tonhão Dutra (PT), que impediu a votação relâmpago do reajuste salarial em junho passado, após tentativa frustrada dos vereadores voltou a criticar o aumento.

“Essa votação não atende aos anseios da sociedade. Espero que a mesa diretora não leve em frente esse projeto. A maior parte da população é contra.” Dutra defende audiência pública para debater o assunto. “A população é que tem que decidir quanto cada vereador deve ganhar.”

Presente na sessão, sindicalistas, entidades religiosas e lideranças populares criticaram o projeto e acusaram os parlamentares de legislarem em causa própria.

“Não é coerente um servidor ter 5% de reajuste e um vereador querer ganhar R$ 15 mil, ainda mais sem cumprir o papel de fiscalizar o executivo”, disse a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Zelita Ramos.

Tema ‘racha’ a bancada do PT
São José dos Campos

O impasse em torno do reajuste dos subsídios dos vereadores gerou uma crise na bancada do PT.

A legenda tem quatro representantes da Câmara, mas inicialmente só um deles se manifestava contra o reajuste: Tonhão Dutra.

Antes do recesso de julho, ele foi o único vereador a não abrir mão do prazo de emenda para votar o aumento, o que inviabilizou a aprovação-relâmpago da matéria.

Ontem, a líder do partido na Casa, Amélia Naomi, disse que o colega foi “oportunista”.
Todos os outros 20 vereadores aceitariam votar o aumento às pressas --ou seja, incluir e votar a matéria no mesmo dia.

“Com o Tonhão Dutra, nós tínhamos a divergência com relação ao prazo de emendas. Ele, infelizmente, teve a oportunidade de dizer que a bancada era contra, ele sabia, mas não fez”, disse Amélia à rádio Planeta Diário.

“Ele fez isso para ficar bem, ser oportunista e navegar sozinho”, acrescentou.

Ao O VALE, ela explicou que “a bancada do PT vota contra o reajuste” e que o Tonhão saberia disso. No entanto, o vereador “quis navegar sozinho”, por não divulgar que os outros três vereadores da legenda também seriam contrários ao reajuste.

Por sua vez, Tonhão afirmou que jamais quis prejudicar a bancada. “O meu parecer era que eu não abriria mão do prazo de emenda”, disse, mencionando que a discussão, à época, não era em torno de ser contra o reajuste.

“Eu tenho o direito de não abrir mão do prazo de emenda, independentemente da posição da bancada. Não infringi o estatuto do partido”, emendou Tonhão, afirmando que defende audiências públicas para debater o tema.

Por fim, ele disse que não se abateu com as acusações da colega de partido.

memóriaÚltimo reajuste foi aprovado em 2007
O atual salário dos vereadores de São José entrou em vigor em janeiro de 2009, no início da legislatura. Até então, os parlamentares recebiam R$ 4.500 por mês. O aumento de 84,8% fora aprovado em 2007, um ano antes da eleição municipal. Na época, o argumento usado para a aplicação do índice era que ele já projetava a inflação para os cinco anos seguintes.
mais gastosCidade pode ganhar até 7 vereadores
A Câmara de São José tem até o fim do mês que vem para decidir se aumenta ou não o número de vereadores para a próxima legislatura. Uma mudança na Constituição Federal abriu brecha para que o município ganhe até sete cadeiras a partir de 2013. Hoje, São José tem 21 vereadores. A criação das novas vagas não é obrigatória --a lei fixa apenas o limite para cada cidade.

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