Nova pílula contra o câncer é aprovada nos EUA
Remédio deverá ser administrado em casos de tumores com uma mutação genética conhecida como BRAF V600E
18 de agosto de 2011 | 11h 50
Washington - A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira a pílula Zelboraf para pacientes com melanoma em etapa avançada ou inoperável, em particular em casos que apresentam uma mutação genética.
Zelboraf (vemurafenib) será lançado no mercado nas próximas semanas voltado para o tratamento de pacientes com tumores cancerosos que expressam uma mutação genética chamada BRAF V600E - proteína regularizadora do crescimento das células do corpo, que sofre mutações em cerca da metade dos pacientes com melanoma avançado.
Fabricado pela empresa Genentech do Grupo Roche, Zelboraf é capaz de bloquear a função da proteína BRAF afetada pela mutação. As autoridades não realizaram provas sobre a eficácia desta droga em pacientes que não apresentam essa mutação genética.
Esse é o segundo recurso para o melanoma avançado, depois que em março, a FDA aprovou também o Yervoy (ipilimumab), que demonstrou que os pacientes vivem mais tempo ao receber a pílula, de acordo com o diretor do escritório que investiga medicamentos contra o câncer, Richard Pazdur.
A agência federal disse ter aprovado tanto a pílula quanto a amostra de forma acelerada, antes das datas previstas para o último trimestre do ano. As autoridades estabeleceram a segurança e a eficácia do Zelboraf mediante uma prova clínica internacional em 675 pacientes com melanoma em estágio avançado que apresentava mutação, mas que não tinham recebido tratamento algum.
Um grupo recebeu Zelboraf e outro recebeu dacarbazina, mais um remédio contra o câncer. Dos pacientes que tomaram Zelboraf, 77% continuam vivos, em comparação com 64% dos pacientes que receberam dacarbazina.
Os efeitos colaterais mais comuns do Zelboraf incluíram dor nas articulações, brotoeja, perda de cabelo, fadiga, náusea e sensibilidade da pele exposta ao sol.
O melanoma é a principal causa de morte por doenças de pele. O Instituto Nacional do Câncer assinala que em 2010 foram diagnosticados 68.130 novos casos de melanoma nos EUA e 8,7 mil mortes só este ano.
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