27/08/2011 - 18h00
Documentos são liberados após pedido da Folha
DE BRASÍLIA
O Itamaraty abriu todo seu arquivo de documentos confidenciais produzidos entre 1990 e 2001 após pedido da Folha. Pela lei, esses papéis não mais estão protegidos por sigilo.A reportagem iniciou a pesquisa em 4 de julho. Para liberar os telegramas, servidores do Itamaraty registraram em cada página dos papéis originais o carimbo "desclassificado de acordo com o Dec. 5.301 de 09/12/2004".
Essa é a legislação em vigor que estabelece regras de acesso a documentos sigilosos. Papéis classificados como confidenciais devem ser liberados após dez anos, com a possibilidade de prorrogação por igual período.
A reportagem solicitou acesso aos telegramas em 21 de junho, após o ex-presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL) afirmar, em artigo na Folha, que "todas as informações" sobre seu governo estão inteiramente disponíveis.
O jornal procurou os principais setores do governo que produzem e guardam documentos. Embora o prazo máximo de sigilo de vários dos arquivos já tenha expirado, papéis do Exército, da Marinha e do Gabinete de Segurança Institucional continuam em segredo, mesmo os produzidos sob Collor (1990-92).
Dos órgãos consultados, apenas o Itamaraty autorizou a pesquisa. O atendimento ao público não é imediato, apenas agendado.
FOLHA TRANSPARÊNCIA
Produzidas entre 1990 e 2001, as 261 mensagens confidenciais trazem acusações de espionagem, violação de correspondência e de bagagens de diplomatas, além de críticas à política norte-americana.
Esses despachos integram um arquivo de 1 milhão de páginas trocadas entre o Itamaraty e as embaixadas do Brasil no exterior. Por seis semanas, o jornal pesquisou o acervo, guardado em 650 caixas no subsolo do prédio do Itamaraty, em Brasília.
A divulgação desse conteúdo, que está disponível em transparencia.folha.com.br, faz parte da nova etapa do projeto Folha Transparência para dar publicidade a documentos que, apesar de públicos, não podem ser acessados livremente.
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