quinta-feira, 25 de julho de 2013

CIRO GOMES, O POLÍTICO CRETINO E GROSSEIRO

Enviado por Ricardo Noblat - 
25.7.2013
 | 8h00m
COMENTÁRIO

A queda do apoio a Dilma, por Ricardo Noblat

O troféu "Político mais grosseiro do ano" de 2013 foi ganho pelo ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula e ex-deputado federal Ciro Gomes.  Não importa que o ano ainda esteja pelo meio.
Em entrevista a uma emissora de rádio de Fortaleza, Ciro disse a respeito de Dilma, a quem apoia, o que nenhum político da oposição jamais teve a coragem de dizer. Ou a indelicadeza de dizer. Comecemos pelo que ele afirmou de mais ameno:
- Incrível a Dilma convocar uma rede de televisão [logo após as primeiras manifestações de rua de junho último] e falar quase 10 minutos para não dizer absolutamente nada. Inventar uma lambança de uma Constituinte exclusiva para fazer uma reforma política. Nenhum cartaz na rua pedia reforma política. (...) Depois trocou os pés pelas mãos nesse negócio dos médicos [programa Mais Médicos]

Foto: Jorge William

A estupidez:
- A Dilma não é uma má pessoa. É uma pessoa decente, trabalhadora. Ela é meio arrogante e muito inexperiente. Muito, muito, muito inexperiente. Ou seja: isso já estava dito. Eu cansei de falar muitas vezes... E cercada de gente de quinta categoria. Esse é o grande problema. Pilotando uma aliança que é assentada na base da "putaria".
O principal aliado do governo é o PMDB, a quem Ciro já chamou de "ajuntamento de assaltantes".
Ciro foi filiado ao PDS, sucessor da Arena, o partido da ditadura militar de 64; ao PMDB; ao PSDB e ao PPS, pelo qual concorreu duas vezes à presidência da República. Está no PSB de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e aspirante à vaga de Dilma.
Há pouco mais de dois  meses, elogiou Dilma e garantiu-lhe seu voto contra Eduardo. Depois do virulento ataque à Dilma, ninguém se arrisca a dizer com quem ele estará na eleição do próximo ano. Nem mesmo Cid Gomes, seu irmão e governador do Ceará, se arrisca. Ciro é mais ele e suas circunstâncias. Sempre foi assim.
Nem por isso é um  maluco, capaz de rasgar dinheiro.
Sem os termos chulos que tanto atraem Ciro, o que ele disse sobre Dilma, devidamente matizado, é o que gorda parcela dos políticos de todos os partidos também diz - mediante a condição de não ter seus nomes revelados. Lula é menos crítico em relação a Dilma. Compreensível. Foi ele que a escolheu.
Mas de tanto ouvir políticos se queixarem dela, adotou como mantra, segundoRaymundo Costa, colunista do jornal Valor:
- Ruim com ela. Pior sem ela.
O jornal Valor publicou dados levantados pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento sobre o apoio a Dilma na Câmara dos Deputados. Nenhum presidente foi eleito com uma coligação do tamanho da que apoia Dilma - 10 partidos. Pois bem: o apoio que ela tem hoje é o menor desde que o PT chegou ao poder.
Em 2005, ano do escândalo do mensalão, Lula contou com a base de apoio do governo em  80,81% das votações na Câmara. Este ano, até aqui, a base apoiou o governo Dilma em 72% das votações. O apoio só fez cair em seis dos 10 partidos - inclusive no PT. Caiu e se recuperou um pouco em quatro - PDT, PR, PTB e PV.
O governo do PT bateu seu recorde de apoio em 2003, o primeiro ano da administração Lula - 93,71. Foi ao fundo do poço em 2005 - 80,81%. Atingiu 92,47% em 2008, o segundo ano do segundo mandato de Lula. Recuou para 80,10% em 2010, ano da eleição de Dilma. Para alcançar 90,08% no primeiro ano do governo dela e perder desde então 18 pontos percentuais.
Lula ficará rouco de tanto repetir que não será candidato à sucessão de Dilma. Ele poderá seguir negando até meados do próximo ano quando, por lei, acaba o prazo para que os partidos indiquem seus candidatos às eleições de outubro. Se a situação de Dilma melhorar até lá, ele honrará sua palavra. Do contrário...
Do contrário você imagina que o PT irá com Dilma para o tudo ou nada podendo dispor de Lula?
Só vendo.
A propósito: na mais recente pesquisa do Ibope, a ser divulgada hoje, diminui a aprovação do governo Dilma.


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