terça-feira, 7 de maio de 2013

OS PERDULÁRIOS E OCIOSOS VEREADORES DE S. JOSÉ DOS CAMPOS/SP


06/05/2013 15h51 - Atualizado em 07/05/2013 15h15

Câmara de São José compra cadeira 'ergonômica' e impressora de fotos

Vereadores gastaram quase R$ 40 mil para pintar e mobiliar seus gabinetes
Nos dados sobre gastos constam suporte para pés, microfones e poltronas.

Carolina TeodoraDo G1 Vale do Paraíba e Região

Gabinete da vereadora Amélia Naomi (Foto: Carolina Teodora/G1)Presidente da Câmara, a vereadora Amélia Naomi (PT) gastou R$ 22 mil em poltronas, tinta e aparelhos para equipar seu gabinete (Foto: Carolina Teodora/G1)
Balanço sobre os gastos da Câmara de São José dos Campos (SP) mostra que vereadores  gastaram, nos quatro primeiros meses deste ano, quase R$ 40 mil para equipar, pintar e comprar mobília para seus gabinetes. O levantamento, feito pelo G1 com base nos dados do portal da transparência, considera os meses de janeiro a abril.
Segundo as informações, mais da metade desses gastos foi feito pela presidente da Câmara, Amélia Naomi (PT), que gastou R$ 22 mil para deixar sua marca no espaço presidencial. Entre os gastos da petista, estão R$ 2.840 com plantas, R$ 7.945 com poltronas, R$ 7.455 com mesas e R$ 1.433 com tinta – cada sala do gabinete foi pintada de uma cor.
“Tudo que estava aqui era antigo e os móveis eram desconfortáveis ou estavam estragados. Resolvi pintar para mudar o astral. Colocar uma cor mais leve e deixar o espaço mais feminino”, disse Amélia ao G1. No gasto com gabinete da petista, constam ainda R$ 1.170 para a compra de uma fragmentadora de papéis.
Segundo a declaração de gastos, 6 dos 21 vereadores gastaram dinheiro neste início de ano para o gabinete, como Carlinhos Tiaca (PMDB), Roniel de Faria (PP),  Walter Hayashi (PSB),  Shakespeare Carvalho (PRB), Roberto do Eleven (PP) e Macedo Bastos (DEM).
Hayashi gastou R$ 431 na compra de um suporte para o apoio dos pés e Shakespeare Carvalho (PRB) gastou R$ 535 na compra de uma cadeira ergonômica - que previne contra problemas na coluna. Hayashi disse que o suporte para os pés é uma questão de saúde.
"Quem trabalha sentado muito tempo pode ter problemas na coluna. Isso é para cuidar da saúde dos funcionários", afirmou. Shakespeare foi procurado e informou que a cadeira custou R$ 132. "Já pedi para corrigirem essa informação", disse.
Tiaca procurou a reportagem do G! para informar que teve gastos apenas com divisórias e tintas do gabinete. "Foram itens necessários diante da situação que encontrei o gabinete quando cheguei. Mas muitas coisas pago do meu próprio bolso", disse.
Os vereadores não têm uma verba específica para gastar com gabinete. Esse gasto é retirado do caixa único da casa - a Câmara de São José dos Campos tem um orçamento de R$ 44,1 milhões estimado para este ano.
Impressora e materiais para seu uso custou R$ 12 mil e tem objetivo de entregar souvenir de foto para visitantes da Câmara de São José (Foto: Carolina Teodora/G1)Impressora e materiais para seu uso custaram
R$ 12 mil e tem objetivo de entregar foto
para visitantes. (Foto: Carolina Teodora/G1)
Impressora e viagens
Todos os moradores podem ter acesso à descrição dos gastos dos vereadores noportal da Câmara. Pelo balanço, é possível ver ainda que foram gastos cerca de R$ 20 mil com viagens dos parlamentares e seus assessores para destinos como Brasília, litoral norte e São Paulo.
Em fevereiro, a direção da Câmara decidiu pagar R$ 11.640 na compra de uma  impressora que imprime fotografias, com objetivo de entregar as fotos aos visitantes da casa, como uma espécie de 'souvenir'. A impressora custou R$ 6.990 e foi comprada de uma empresa como sede em Brasília que vendeu ainda R$ 4.650 em materiais para que a impressora possa funcionar. Segundo a presidente da casa, o objetivo é contemplar estudantes que visitam a Câmara.

Erros
O portal da transparência da Câmara aponta ainda um gasto de R$ 2.060 na compra de microfones para ‘manter a postura confortável dos funcionários de digitação’ e que o equipamento seria de uso exlusivo do gabinete do vereador Walter Hayashi.
O parlamentar negou a compra  e após ser procurada pelo G1 a Câmara confirmou o erro.
"Vamos apurar de quem foi a responsabilidade em fazer o lançamento errado e mandar retificar o sistema", disse ao G1 o diretor financeiro da Câmara, Paulo Alciprete.

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