NOSSA REGIÃO
May 4, 2013 - 06:05
Peixes retornam ao Vidoca
Pescador no Vidoca em São José. Foto: Cláudio Vieira
Em meio ao tráfego de veículos nas vias da zona sul, tilápias, bagres e lambaris fazem a alegria dos pescadores urbanos
Xandu Alves
São José dos Campos
O primeiro peixe pescado a gente nunca esquece. E o da diarista Maria da Glória de Castro Silva, 64 anos, é ainda mais especial.
Com sua varinha de bambu, isca de minhoca e muita disposição, a moradora do Campo dos Alemães, na zona sul de São José, foi pescar uma tilápia nas águas do ribeirão Vidoca.
“Gosto de pescar, mas ainda não sei direito”, confidenciou a mulher. “Vim porque a minha vizinha disse que aqui está dando muito peixe”.
As águas barrentas do leito raso do ribeirão, às margens das movimentadas avenidas Mário Covas, Jorge Zarur e Eduardo Cury, ganharam um colorido diferente nos últimos meses.
Parece até história de pescador, mas peixes de espécies como tilápia, bagre e lambari estão voltando a ocupar o leito do ribeirão, beneficiado com o aumento do tratamento de esgoto na cidade. Com menos poluição, sobra oxigênio nas águas, o que traz mais espécies de peixes (leia texto nesta página).
“Já estou sonhando com uma moqueca dessa tilápia, com leite de coco e muito tempero”, disse Maria da Glória, que nasceu na Bahia e mora em São José há oito anos.
Distração. Vários outros pescadores localizados por O VALE ao longo do leito do Vidoca, principalmente entre o Jardim Satélite e o Colinas, contaram que voltaram a pescar no ribeirão por distração.
São aposentados que passam horas a fio pescando no Vidoca, pouco incomodados com o barulho dos carros que passam ao redor.
“A gente fica bem no cantinho e não dá bola para os carros”, afirmou o aposentado José Cardoso, 72 anos, que levou o neto Matheus Cunha, 20 anos, para aprender as técnicas da pescaria e, claro, da paciência.
Evangélico, Cardoso assegura que não gostava de pescar por ligar a atividade a “bebedeiras e farras”.
Mas acabou convencido por outros evangélicos e gostou da “terapia”. Já faz um mês e meio que ele vai ao Vidoca sempre que encontra tempo.
“Eu passava aqui e notava uns peixinhos no ribeirão. Isso me chamou a atenção. Vim pescar e não me decepcionei”, disse o aposentado.
Outro que levou as minhocas para pegar peixes no Vidoca foi o motorista aposentado João Batista, 75 anos.
Na companhia do amigo Marcelino Lima, da mesma idade, eles passam horas às margens do ribeirão procurando o melhor lugar para pescar.
Batista afirmou que não come os peixes, mas doa para a vizinha. Seria essa uma conversa de pescador do Vidoca?
São José dos Campos
O primeiro peixe pescado a gente nunca esquece. E o da diarista Maria da Glória de Castro Silva, 64 anos, é ainda mais especial.
Com sua varinha de bambu, isca de minhoca e muita disposição, a moradora do Campo dos Alemães, na zona sul de São José, foi pescar uma tilápia nas águas do ribeirão Vidoca.
“Gosto de pescar, mas ainda não sei direito”, confidenciou a mulher. “Vim porque a minha vizinha disse que aqui está dando muito peixe”.
As águas barrentas do leito raso do ribeirão, às margens das movimentadas avenidas Mário Covas, Jorge Zarur e Eduardo Cury, ganharam um colorido diferente nos últimos meses.
Parece até história de pescador, mas peixes de espécies como tilápia, bagre e lambari estão voltando a ocupar o leito do ribeirão, beneficiado com o aumento do tratamento de esgoto na cidade. Com menos poluição, sobra oxigênio nas águas, o que traz mais espécies de peixes (leia texto nesta página).
“Já estou sonhando com uma moqueca dessa tilápia, com leite de coco e muito tempero”, disse Maria da Glória, que nasceu na Bahia e mora em São José há oito anos.
Distração. Vários outros pescadores localizados por O VALE ao longo do leito do Vidoca, principalmente entre o Jardim Satélite e o Colinas, contaram que voltaram a pescar no ribeirão por distração.
São aposentados que passam horas a fio pescando no Vidoca, pouco incomodados com o barulho dos carros que passam ao redor.
“A gente fica bem no cantinho e não dá bola para os carros”, afirmou o aposentado José Cardoso, 72 anos, que levou o neto Matheus Cunha, 20 anos, para aprender as técnicas da pescaria e, claro, da paciência.
Evangélico, Cardoso assegura que não gostava de pescar por ligar a atividade a “bebedeiras e farras”.
Mas acabou convencido por outros evangélicos e gostou da “terapia”. Já faz um mês e meio que ele vai ao Vidoca sempre que encontra tempo.
“Eu passava aqui e notava uns peixinhos no ribeirão. Isso me chamou a atenção. Vim pescar e não me decepcionei”, disse o aposentado.
Outro que levou as minhocas para pegar peixes no Vidoca foi o motorista aposentado João Batista, 75 anos.
Na companhia do amigo Marcelino Lima, da mesma idade, eles passam horas às margens do ribeirão procurando o melhor lugar para pescar.
Batista afirmou que não come os peixes, mas doa para a vizinha. Seria essa uma conversa de pescador do Vidoca?
Esgoto doméstico retira oxigênio da água
São José dos Campos
O ribeirão Vidoca nasce na divisa com Jacareí e corta São José dos Campos até desaguar no rio Paraíba do Sul.
No meio do caminho, ele corta as rodovias Carvalho Pinto e Dutra, recebendo água de dois afluentes: córrego da Água Clara e córrego Serimbura que, por sua vez, recebe o córrego Senhorinha, degradado por esgoto doméstico.
O problema do sumiço de peixes no Vidoca é que essa poluição tirou o oxigênio das águas, prejudicando a vida.
Agora, com a ampliação do tratamento de esgoto em São José, de responsabilidade da Sabesp, e de projetos ambientais, as águas do Vidoca estão melhorando.
“A volta dos peixes é um importante indicativo de que o esgoto está em queda”, disse o ambientalista André Miragaia, ex-secretário de Meio Ambiente de São José.
Ele orienta que os pescadores tenham cuidado em ingerir os peixes. “Pode haver alguma contaminação neles.”
Na semana passada, a Secretaria de Serviços Municipais começou um programa de limpeza nas nascentes, que também deve contribuir para o retorno da vida no Vidoca.