domingo, 2 de setembro de 2012

CANDIDATO A VEREADOR DE ALAGOAS É ACUSADO DE DOPAR E ESTUPRAR MULHERES




Foto: Reprodução
O candidato Ivanilton Marques da Silva
O candidato Ivanilton Marques da Silva
O caso do candidato a vereador por Pariconha, Ivanilton Marques da Silva (PR), acusado de dopar e estuprar mulheres da cidade que reside, ganha contornos sádicos e ainda mais revoltantes com um vídeo publicado nesta quinta-feira (30), no site Minuto Sertão.
O material apresenta o relato de três vítimas, que por motivos óbvios, tiveram suas identidades preservadas.
modus operandi de Nino, como o acusado é conhecido em Pariconha, demonstra frieza e premeditação do ato contra suas vítimas.
Jovem, bonita e em busca por uma oportunidade de emprego é o perfil que o chefe de Gabinete da Prefeitura da cidade atraia para o apartamento, local dos ataques.A primeira testemunha conta que Nino a ofereceu o cargo de secretária executiva na Ufal.
“Entretanto, como eu conhecia, imaginei que ele podia conseguir. Já que ele disse que tinha amizade com o atual coordenador da Ufal”, confessou.
Para tentar reforçar sua história, o suposto estuprador dizia que para conseguir a referida vaga, elas deveriam se submeter a exames médicos. De conversa boa, ele conseguia a confiança das vítimas. Ao chegar em seu apartamento, já na capital alagoana, a jovem diz que Nino ficava tenso, nervoso.
“Ele ficou muito inquieto e me pediu para eu ir tomar banho. Ao sair do banheiro, as luzes do apartamento estavam apagadas e apenas uma TV velha iluminava o ambiente”, contou. Era o cenário ideal para que Nino forçasse um clima.
“Ele estava deitado em um colchão no meu da sala. Fiquei com medo pela ousadia de ter apagado todas as luzes da casa. Foi quando que ele disse para eu tomar três comprimidos para fazer o exame admissional”. Começava um pesadelo, admite.
Horas de tensão
“Ele pôs uma jarra de água e os três comprimidos que ele dizia ser Dimeticona [remédio com princípio ativo do Luftal, para limpeza intestinal]”, era assim que Ivanilton Marques dopava suas vítimas. Ao ingerir os comprimidos as garotas ficavam desacordadas por horas, ficando indefesas e submissas as intenções do agressor.
A vítima que aceitou conversar com a reportagem confessou que reclamou da quantidade de comprimidos. “Ele tomou da minha mão, um e fingiu que tomou, para me dar confiança, pelo visto”.
A máscara de Nino começou a cair após uma ligação de uma prima da vítima, que também esteve nas mãos dele.
“Foi então que minha prima me liga, dizendo que ele [Nino], iria me dar comprimidos e assustada ela mandou que eu não os tomasse. Acontece que outra minha prima, que já tinha viajado com ele, por alto, desconfiou do que tinha acontecido com ela, pois ela ‘apagou’ também. E pediu que eu não fizesse o mesmo”, narrou.
Ao concluir a ligação com a prima, a então futura ví-tima trancou-se no quarto e esperou a madrugada acabar - já que o dia do exame admissional seria no dia seguinte. “Fiquei aterrorizada. Na madrugada, ele pegou no trinco e empurrou a porta. Sem conseguir”, ressaltou ela.Sem conseguir consumir suas intenções com a moça, Nino se mostrava aflito - segundo depoimento da vítima.
“Pela manhã, ele aparentava frustrado, e na Clínica Cemi [Clínica Guri, na av. General Hermes, Cambona], onde fomos fazer os exames, a moça perguntou se eu tinha o cartão de fidelidade. Ele não me deixou ver qualquer tipo de procedimento no balcão da Clínica. Eu logicamente não tinha nenhum cartão fidelidade de lá, ele mentiu para a atendente”, disse.
Ainda assustada, conferi qual seria o suposto exame que ela se submetria. “Vi que era um Raio-X de tórax de perfil. Ele alegou que era obrigado fazer o exame. Fui a delegacia e descobrimos que tinha acontecido com mais duas meninas. Minha prima e outra amiga”, confessou.
Pedindo por Justiça
Outra testemunha também teve a mesma coragem de denunciar seu agressor. Desta vez, pelo que ela mesmo admite, parece que Nino conseguiu de fato o que queria. A segunda denunciante não recorda de nada após ter tomado os comprimidos. Morena esbelta, de traços finos, ela contou a Polícia que sofreu o mesmo assédio do candidato a vereador - proposta de emprego, mediante ir a Maceió e prestar exames clínicos.
Mas a sorte dela não foi igual a primeira delatora. “Aconteceu comigo no dia 13 de julho, uma sexta-feira. Ele foi a minha casa, falando que eu ia substituir uma menina que estava trabalhando na Secetaria de Assistência Social”, lamentou chorosa.
“Ao sair do banheiro, ele estava na mesa lendo a bíblia. Ele é um homem diabólico”, enraivecida detalha a vítima. E o mesmo cenário se apresentou agora com um novo alvo.
“Tinha uma jarra de água na mesa e com os comprimidos, que ele dizia ser Dimeticona. Tomei e fui para o quarto. Fiquei assistindo TV. Lá no quarto não tinha chave na tranca. Depois disso eu apaguei e não lembro de nada do que tinha acontecido. Ele me dopou. Não sei o que me aconteceu. Ele foi um covarde. Dimeticona não faz esse efeito de dar tanto sono”, desabafou.
A terceira e última suposta vítima de Nino o acusa sem dó e lamenta que outras mulheres possam ter passado pelo mesmo constrangimento. “Ele é um psicopata. Como uma pessoa tem coragem que fazer isso com uma outra pessoa imóvel? Acredito que tenham muitas outras pessoas com medo de se expor”.Em prantos, a terceira denunciante diz que ficou traumatizada e clama por justiça.
“Devido a essa repercussão, eu nem tenho mais vontade de sair de casa, de buscar emprego, fiquei traumatizada. [Aos prantos] Quero justiça. Quero vê-lo na cadeia”.O delegado Rodrigo Cavalcante, que cuida do caso, disse que o juiz Kleber Rocha já lavrou o pedido de prisão e as buscas por Nino continuam. “É um crime bárbaro”. 

Assista o vídeo com os relatos das três jovens que denunciaram o candidato:

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