REGIÃO
Jornal O VALE
September 9, 2011 - 04:00
Vereadores batem boca com estudantes durante protesto
Victor Moriyama
Jovens lotaram as galerias da Câmara de São José para pedir mais uma vez a revogação do reajuste aprovado há 15 dias
São José dos Campos
A onda de protestos comandada por estudantes e lideranças de movimentos sociais contra os supersalários de R$ 12.907 aprovados pelos vereadores de São José dos Campos há 15 dias começa a incomodar os parlamentares.
Ontem, durante a sessão, alguns deles reagiram às críticas e mandaram recados aos manifestantes que novamente lotaram a galeria da Câmara.
Ao ser interrompido por gritos de protestos enquanto discursava em homenagem a dois idosos da cidade, o vereador João das Mercês Tampão (sem partido) reagiu e mandou um recado para a plateia.
“Parabéns. É por aí mesmo, mas podem ter certeza que para vocês chegarem onde essas pessoas chegaram terão que trabalhar bastante”, disse.
Tampão fazia uma homenagem às famílias de Geraldo Pereira e Antenor Salles Villela, que darão nome a duas estradas na região norte. A lei de sua autoria foi aprovada ontem. Ao questionar a plateia, Tampão disse que se soubessem a razão da homenagem não iriam criticar.
Coro. Em coro, os manifestantes bateram nos vidros e vaiaram o vereador e um manifestantes gritou: “Só nome de rua não é trabalho e o vereador ainda quer ganhar R$ 13 mil”.
Walter Hayashi (PSB) chegou a defender Tampão, mas acabou criticado. A maior parte dos vereadores evitou comentar os protestos.
“Minha avaliação é negativa. Os manifestantes não respeitaram a homenagem feita à idosos presentes na sessão”, disse o presidente da Casa, Juvenil Silvério (PSDB).
“Alguns chegaram a mostrar as partes intimas para os vereadores e a fazer ofensas pessoais”, completou.
O tucano voltou a falar que o assunto está encerrado. “Qualquer assunto na Casa tem vida útil”, disse.
Apesar dos protestos, Silvério descartou ofensivas para impedir o acesso dos manifestantes. Ontem, pelo menos 30 homens da guarda municipal voltaram a escoltar a saída dos parlamentares.
Protesto.Com nariz de palhaço e cartazes, os manifestantes deram o seu recado. “Não queremos mais vereadores”.
Eles também cobraram mais médicos, professores, escolas e segurança e pediram a redução de vereadores e despesas desnecessárias.
Mais uma vez, jogaram pelas frestas dos vidros das galerias notas falsas de R$ 100 com o rosto dos parlamentares.
O estudante Gabriel Sielawa, 17 anos, afirmou que o movimento é pacifico e visa apenas fazer com que os parlamentares recuem com relação ao aumento de salário.
“Nosso movimento é totalmente pacifico e contra qualquer agressão, verbal, visual, ou física.”
O pensionista Waldomiro Barbosa, 65 anos, também criticou o aumento de salário.
“Este aumento é absurdo. Eu tenho problemas de saúde e meu benefício não dá para nada nem para comprar um sapato. Eu acho que vale a pena vir aqui na sessão para protestar”, disse.
Decisão sobre o número de vagas é adiadaSão José dos Campos
Sob protestos, a Câmara de São José adiou ontem a votação do projeto que aumenta o número de vereadores na cidade. Atualmente, São José mantem 21 vereadores, mas pode chegar a até 27.
Uma proposta que cria mais duas vagas foi apresentada no último dia 18. Para valer, o projeto precisa passar por duas votações até o final de setembro por recomendação do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A expectativa da mesa era fazer a primeira votação ontem. “Não votamos porque não estava na pauta”, ironizou o presidente da Câmara, Juvenil Silvério.
Renata Paiva (DEM) disse que a votação foi adida em razão da falta de consenso. “Eu entendo que o aumento no número de cadeiras era mais importante que o subsídio, mas não há consenso”, disse.
Gastos. O aumento no número de vereadores pode aumentar os gastos da Câmara.
Só com o pagamento dos novos salários de R$ 12.907 aos 21 vereadores, a Câmara terá uma despesa anual de R$ 3,2 milhões. Se o número chegar a 27, o gasto será de R$ 4,1 milhões.
A criação de novas cadeiras também está vinculado ao aumento dos cargos comissionados. Para cada vaga criada serão disponibilizados 17 cargos comissionados.
Atualmente, cada vereador dispõe de uma verba mensal de R$ 23,888 para contratar até onze assessores, o que gera um gasto de R$ 501 mil por mês --R$ 6 milhões ao ano. Com o aumento de duas cadeiras o custo anual chegaria a R$ 6,5 milhões. Com 27, o custo com comissionados pode chegar a R$ 7,7 milhões.
Saiba MaisSubsídioAumento
Os vereadores de São José aprovam aumento de 55,13% nos próprios salários no dia 25 de agosto. Com a medida, o valor do subsídio subiu dos atuais R$ 8.320 para R$ 12.907
Quando
Mudança
O novo subsídio baseado na reposição da inflação e na antecipação da inflação até 2016 entrará em vigor a partir de janeiro de 2013
VotaçãoPlacar
A emenda que fixou o valor do subsídio foi protocolada no final da sessão e não foi lida antes da votação. Foram 14 votos a favor e seis contra. Votaram contra os petistas Amélia Naomi, Angela Guadagnin, Tonhão Dutra e Wagner Balieiro, Walter Hayashi (PSB) e Alexandre da Farmácia (PP)
DevoluçãoDiferença
Dos seis vereadores que votaram contra o aumento, somente Walter Hayashi e Tonhão Dutra assumiram publicamente o compromisso de devolver o recurso extra caso venham a ser reeleitos no pleito do ano que vem
(*)
A onda de protestos comandada por estudantes e lideranças de movimentos sociais contra os supersalários de R$ 12.907 aprovados pelos vereadores de São José dos Campos há 15 dias começa a incomodar os parlamentares.
Ontem, durante a sessão, alguns deles reagiram às críticas e mandaram recados aos manifestantes que novamente lotaram a galeria da Câmara.
Ao ser interrompido por gritos de protestos enquanto discursava em homenagem a dois idosos da cidade, o vereador João das Mercês Tampão (sem partido) reagiu e mandou um recado para a plateia.
“Parabéns. É por aí mesmo, mas podem ter certeza que para vocês chegarem onde essas pessoas chegaram terão que trabalhar bastante”, disse.
Tampão fazia uma homenagem às famílias de Geraldo Pereira e Antenor Salles Villela, que darão nome a duas estradas na região norte. A lei de sua autoria foi aprovada ontem. Ao questionar a plateia, Tampão disse que se soubessem a razão da homenagem não iriam criticar.
Coro. Em coro, os manifestantes bateram nos vidros e vaiaram o vereador e um manifestantes gritou: “Só nome de rua não é trabalho e o vereador ainda quer ganhar R$ 13 mil”.
Walter Hayashi (PSB) chegou a defender Tampão, mas acabou criticado. A maior parte dos vereadores evitou comentar os protestos.
“Minha avaliação é negativa. Os manifestantes não respeitaram a homenagem feita à idosos presentes na sessão”, disse o presidente da Casa, Juvenil Silvério (PSDB).
“Alguns chegaram a mostrar as partes intimas para os vereadores e a fazer ofensas pessoais”, completou.
O tucano voltou a falar que o assunto está encerrado. “Qualquer assunto na Casa tem vida útil”, disse.
Apesar dos protestos, Silvério descartou ofensivas para impedir o acesso dos manifestantes. Ontem, pelo menos 30 homens da guarda municipal voltaram a escoltar a saída dos parlamentares.
Protesto.Com nariz de palhaço e cartazes, os manifestantes deram o seu recado. “Não queremos mais vereadores”.
Eles também cobraram mais médicos, professores, escolas e segurança e pediram a redução de vereadores e despesas desnecessárias.
Mais uma vez, jogaram pelas frestas dos vidros das galerias notas falsas de R$ 100 com o rosto dos parlamentares.
O estudante Gabriel Sielawa, 17 anos, afirmou que o movimento é pacifico e visa apenas fazer com que os parlamentares recuem com relação ao aumento de salário.
“Nosso movimento é totalmente pacifico e contra qualquer agressão, verbal, visual, ou física.”
O pensionista Waldomiro Barbosa, 65 anos, também criticou o aumento de salário.
“Este aumento é absurdo. Eu tenho problemas de saúde e meu benefício não dá para nada nem para comprar um sapato. Eu acho que vale a pena vir aqui na sessão para protestar”, disse.
Decisão sobre o número de vagas é adiadaSão José dos Campos
Sob protestos, a Câmara de São José adiou ontem a votação do projeto que aumenta o número de vereadores na cidade. Atualmente, São José mantem 21 vereadores, mas pode chegar a até 27.
Uma proposta que cria mais duas vagas foi apresentada no último dia 18. Para valer, o projeto precisa passar por duas votações até o final de setembro por recomendação do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A expectativa da mesa era fazer a primeira votação ontem. “Não votamos porque não estava na pauta”, ironizou o presidente da Câmara, Juvenil Silvério.
Renata Paiva (DEM) disse que a votação foi adida em razão da falta de consenso. “Eu entendo que o aumento no número de cadeiras era mais importante que o subsídio, mas não há consenso”, disse.
Gastos. O aumento no número de vereadores pode aumentar os gastos da Câmara.
Só com o pagamento dos novos salários de R$ 12.907 aos 21 vereadores, a Câmara terá uma despesa anual de R$ 3,2 milhões. Se o número chegar a 27, o gasto será de R$ 4,1 milhões.
A criação de novas cadeiras também está vinculado ao aumento dos cargos comissionados. Para cada vaga criada serão disponibilizados 17 cargos comissionados.
Atualmente, cada vereador dispõe de uma verba mensal de R$ 23,888 para contratar até onze assessores, o que gera um gasto de R$ 501 mil por mês --R$ 6 milhões ao ano. Com o aumento de duas cadeiras o custo anual chegaria a R$ 6,5 milhões. Com 27, o custo com comissionados pode chegar a R$ 7,7 milhões.
Saiba MaisSubsídioAumento
Os vereadores de São José aprovam aumento de 55,13% nos próprios salários no dia 25 de agosto. Com a medida, o valor do subsídio subiu dos atuais R$ 8.320 para R$ 12.907
Quando
Mudança
O novo subsídio baseado na reposição da inflação e na antecipação da inflação até 2016 entrará em vigor a partir de janeiro de 2013
VotaçãoPlacar
A emenda que fixou o valor do subsídio foi protocolada no final da sessão e não foi lida antes da votação. Foram 14 votos a favor e seis contra. Votaram contra os petistas Amélia Naomi, Angela Guadagnin, Tonhão Dutra e Wagner Balieiro, Walter Hayashi (PSB) e Alexandre da Farmácia (PP)
DevoluçãoDiferença
Dos seis vereadores que votaram contra o aumento, somente Walter Hayashi e Tonhão Dutra assumiram publicamente o compromisso de devolver o recurso extra caso venham a ser reeleitos no pleito do ano que vem
(*)
igrejinha
i.gre.ji.nha
sf (igreja+inha) 1 Pequena igreja. 2 Conluio, conspiração, trama. 3 Grupo de pessoas que se ligam para cabalar, intrigar, elogiarem-se mutuamente etc.
i.gre.ji.nha
sf (igreja+inha) 1 Pequena igreja. 2 Conluio, conspiração, trama. 3 Grupo de pessoas que se ligam para cabalar, intrigar, elogiarem-se mutuamente etc.
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