Nossa Região
Jornal O VALE
September 19, 2012 - 02:00
Fracassa tentativa de vender prédios da Argon em São José
Prédio da Argon para ser leiloado. Foto: Marcelo Caltabiano/OVALE
Ipplan vai fazer pesquisa para avaliar motivo de fracasso do leilão; construtoras reclamam de lance mínimo alto demais
Paulo LopesSão José dos Campos
A tentativa de venda de duas das quatro torres da Argon, localizadas na Orla do Banhado, em São José, fracassou. Nenhuma das 36 empresas que retiraram o edital compareceu ao leilão na última quinta-feira.
Agora, o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) vai realizar pesquisa para avaliar por que as construtoras não se interessaram pelo negócio.
A venda dos prédios faz parte do projeto ‘Centro Vivo’, que é gerenciado pelo Ipplan e prevê uma série de ações para revitalizar o centro da cidade.
“Nós não abrimos um edital para não ter interessados mas, dentro de nossa vivência, é uma coisa que pode acontecer”, disse a diretora geral do Ipplan, Cynthia Gonçalo.
Segundo Cynthia, o procedimento de pesquisa com as construtoras é normal nesses casos. Após o término da avaliação, será publicado um novo edital. “Não vai demorar muito tempo”, disse.
Mudanças. Cynthia não descartou mudanças no novo edital. O resultado da pesquisa de avaliação irá indicar os ajustes necessários.
“As construtoras podem ter desistido por causa dos preços, dos documentos pedidos, do prazo, etc. Vamos avaliar tudo isso”, disse.
Mas ela garantiu que a finalidade continua a mesma --transformar as duas torres em prédios residenciais.
“Vai ser mantida a finalidade. A ação é parte da requalificação do centro. É importante ter pessoas morando lá”, afirmou Cynthia.
A principal justificativa de representantes de construtoras para a falta de interesse é o preço do lance mínimo que seria alto demais --R$ 8,6 milhões (leia texto nesta página).
Edital. A prefeitura publicou dia 14 do mês passado o edital do leilão para a venda das duas torres de prédios.
A construtora vencedora do leilão teria 24 meses para concluir as obras e transformar os prédios em unidades habitacionais populares. Cada prédio possui 16 andares e 128 apartamentos.
Após a conclusão, os apartamentos deveriam ser comercializados por meio do programa federal ‘Minha Casa, Minha Vida’. O preço das unidades prontas deve ser de até R$160 mil, para famílias com renda entre R$ 1.600 e R$ 3.100 já inscritas no programa habitacional do município.
Novela. Os prédios da Argon começaram a ser construídos em 1990 e as obras foram paralisadas dois anos depois com a falência da construtora.
Em 2009, a prefeitura comprou cada torre por R$1,5 milhão. Na Câmara, foi decidido que as torres seriam leiloadas para uso habitacional.
Não foi decidido o que será feito com as outras torres.
A tentativa de venda de duas das quatro torres da Argon, localizadas na Orla do Banhado, em São José, fracassou. Nenhuma das 36 empresas que retiraram o edital compareceu ao leilão na última quinta-feira.
Agora, o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) vai realizar pesquisa para avaliar por que as construtoras não se interessaram pelo negócio.
A venda dos prédios faz parte do projeto ‘Centro Vivo’, que é gerenciado pelo Ipplan e prevê uma série de ações para revitalizar o centro da cidade.
“Nós não abrimos um edital para não ter interessados mas, dentro de nossa vivência, é uma coisa que pode acontecer”, disse a diretora geral do Ipplan, Cynthia Gonçalo.
Segundo Cynthia, o procedimento de pesquisa com as construtoras é normal nesses casos. Após o término da avaliação, será publicado um novo edital. “Não vai demorar muito tempo”, disse.
Mudanças. Cynthia não descartou mudanças no novo edital. O resultado da pesquisa de avaliação irá indicar os ajustes necessários.
“As construtoras podem ter desistido por causa dos preços, dos documentos pedidos, do prazo, etc. Vamos avaliar tudo isso”, disse.
Mas ela garantiu que a finalidade continua a mesma --transformar as duas torres em prédios residenciais.
“Vai ser mantida a finalidade. A ação é parte da requalificação do centro. É importante ter pessoas morando lá”, afirmou Cynthia.
A principal justificativa de representantes de construtoras para a falta de interesse é o preço do lance mínimo que seria alto demais --R$ 8,6 milhões (leia texto nesta página).
Edital. A prefeitura publicou dia 14 do mês passado o edital do leilão para a venda das duas torres de prédios.
A construtora vencedora do leilão teria 24 meses para concluir as obras e transformar os prédios em unidades habitacionais populares. Cada prédio possui 16 andares e 128 apartamentos.
Após a conclusão, os apartamentos deveriam ser comercializados por meio do programa federal ‘Minha Casa, Minha Vida’. O preço das unidades prontas deve ser de até R$160 mil, para famílias com renda entre R$ 1.600 e R$ 3.100 já inscritas no programa habitacional do município.
Novela. Os prédios da Argon começaram a ser construídos em 1990 e as obras foram paralisadas dois anos depois com a falência da construtora.
Em 2009, a prefeitura comprou cada torre por R$1,5 milhão. Na Câmara, foi decidido que as torres seriam leiloadas para uso habitacional.
Não foi decidido o que será feito com as outras torres.
Construtoras alegam que torres estão caras demaisSão José dos Campos
Representantes de construtoras de São José alegam que o valor do lance mínimo estipulado no leilão foi o grande entrave para conseguir interessados nas duas das quatro torres da Argon. A preço mínimo de venda foi estimado em R$ 8,6 milhões.
“A Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba) considera que os preços estipulados pelo edital não comportam a comercialização de unidades dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, que é uma das exigências da proposta”, disse o presidente da entidade, Cléber Córdoba.
Para o diretor regional do SindusCon (Sindicato da Construção), José Luiz Botelho, devido ao valor do lance mínimo, já era esperado que não houvesse interessados. Ele concorda que o valor está alto.
“Provavelmente o risco era muito grande e os custos não fecharam”, afirmou Botelho.
Ele também criticou o uso dos prédios para obter lucro imobiliário.
“Não é função da prefeitura obter lucros com empreendimento imobiliários. Ela deveria apenas vender pelo preço que comprou com as correções e mais uma taxa de administração”, disse Botelho.
Mercado. A diretora geral do Ipplan, Cynthia Gonçalo, disse que a prefeitura não pode vender as torres por um valor abaixo do mercado.
“A prefeitura não pode fazer isso, senão vai estar beneficiando as construtoras. Foram feitos estudos e consultas para determinar o lance mínimo”, disse Cynthia.
Representantes de construtoras de São José alegam que o valor do lance mínimo estipulado no leilão foi o grande entrave para conseguir interessados nas duas das quatro torres da Argon. A preço mínimo de venda foi estimado em R$ 8,6 milhões.
“A Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba) considera que os preços estipulados pelo edital não comportam a comercialização de unidades dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, que é uma das exigências da proposta”, disse o presidente da entidade, Cléber Córdoba.
Para o diretor regional do SindusCon (Sindicato da Construção), José Luiz Botelho, devido ao valor do lance mínimo, já era esperado que não houvesse interessados. Ele concorda que o valor está alto.
“Provavelmente o risco era muito grande e os custos não fecharam”, afirmou Botelho.
Ele também criticou o uso dos prédios para obter lucro imobiliário.
“Não é função da prefeitura obter lucros com empreendimento imobiliários. Ela deveria apenas vender pelo preço que comprou com as correções e mais uma taxa de administração”, disse Botelho.
Mercado. A diretora geral do Ipplan, Cynthia Gonçalo, disse que a prefeitura não pode vender as torres por um valor abaixo do mercado.
“A prefeitura não pode fazer isso, senão vai estar beneficiando as construtoras. Foram feitos estudos e consultas para determinar o lance mínimo”, disse Cynthia.
Entenda o caso:
ConstruçãoArgon lança torresOs prédios da Argon começaram a ser construídos em 1990 após polêmicas envolvendo o lugar da construção. O empreendimento teria sido construído em lugar proibido e protegido por leis ambientais
FalênciaConstrutoraApós dois anos, as obras foram paralisadas devido à falência da construtora. Os ‘esqueletos’ inacabados foram por anos ponto para uso de drogas
PrefeituraCompraEm 2009 a prefeitura comprou as quatro torres por R$ 6 milhões para incorporá-las a programas habitacionais populares, o que antes precisou ser aprovado pela Câmara Municipal
DefiniçãoEditalEm setembro, a prefeitura lançou o edital de duas das quatro torres. No dia 13 de setembro, nenhuma empresa compareceu ao leilão. As outras ainda não têm destinação
FalênciaConstrutoraApós dois anos, as obras foram paralisadas devido à falência da construtora. Os ‘esqueletos’ inacabados foram por anos ponto para uso de drogas
PrefeituraCompraEm 2009 a prefeitura comprou as quatro torres por R$ 6 milhões para incorporá-las a programas habitacionais populares, o que antes precisou ser aprovado pela Câmara Municipal
DefiniçãoEditalEm setembro, a prefeitura lançou o edital de duas das quatro torres. No dia 13 de setembro, nenhuma empresa compareceu ao leilão. As outras ainda não têm destinação
