Nossa Região
Jornal O VALE
September 19, 2012 - 02:00
Acordo de Carlinhos com a Santa Casa abre nova ‘guerra’
Santa Casa de São José dos Campos. Foto: Arquivo O VALE
Líder nas pesquisas de intenções de voto para o Paço, petista promete retomar parcerias com o hospital interrompidas em 2005
Filipe ManoukianSão José dos Campos
Pivô de polêmicas nos últimos anos, a Santa Casa de São José voltou ao centro das atenções após a direção do hospital fechar acordo com o candidato do PT à prefeitura, Carlinhos Almeida, que prevê novos convênios com a administração municipal em 2013, no caso de o petista ser eleito .
Carlinhos Almeida teria se comprometido a criar uma tabela SUS (Sistema Único de Saúde) diferenciada para a instituição.
A tabela é responsável por definir quanto um hospital conveniado ao poder público recebe por cada procedimento médico efetuado --os valores são oriundos do governo federal, que os repassa à esfera de governo responsável pelo convênio.
Negociação. Muitas cidades, inclusive o atual governo do PSDB em São José, costumam colocar aportes financeiros próprios para aumentar os repasses.
Foi justamente ao negociar esses acordos em 2005 que a Santa Casa de São José se tornou pivô de polêmicas.
Na época, após receber R$ 17 milhões do governador Geraldo Alckmin (PSDB) --então em seu primeiro mandato-- para reformas estruturais e ampliação, a Santa Casa não aceitou manter convênios com o governo Eduardo Cury (PSDB) se a tabela SUS não ganhasse incremento municipal.
“O primeiro governo do Cury rompeu tudo. A tabela SUS é muito pequena e não é possível trabalhar com ela. O governo da Ângela [Guadagnin (PT)] e do Emanuel [Fernandes (PSDB)] pagavam [o incremento]. Ele [Cury] não quis”, disse o provedor da Santa Casa, Luiz Roberto Porto.
Por sua vez, a prefeitura diz que a entidade exigia valores acima dos praticáveis (leia texto nesta página).
Defesa. Em 2005, a Santa Casa oferecia atendimentos nas áreas de oncologia, emergência e consultas em geral.
“Temos capacidade ociosa. Atendo 90 pacientes do SUS por dia. Posso atender de 160 a 170. O que acordamos com o Carlinhos é o retorno dos convênios que tínhamos antigamente”, disse Porto.
Para Carlinhos Almeida, a prefeitura tem, atualmente, orçamento para ampliar suas parcerias com hospitais.
“Hoje, milhares de joseenses aguardam na fila por uma consulta, um exame ou uma cirurgia. Por isso, defendo as parcerias com os hospitais filantrópicos que já oferecem instalações adequadas e profissionais qualificados para o atendimento rápido e eficiente da população”, disse o petista.
A Santa Casa, que no começo deste ano quase perdeu o certificado de filantrópica, acumula dívida, segundo balanço de 2011, de R$ 45,1 milhões.
Para tucanos, negociação do PT é escusaSão José dos Campos
A coordenação de campanha de Alexandre Blanco (PSDB) afirmou ontem que também é a favor de parcerias com entidades filantrópicas e que tem interesse em contar com a Santa Casa num eventual governo a partir de 2013.
Contudo, a equipe tucana criticou o posicionamento da Santa Casa e do PT na campanha deste ano.
“A prefeitura faz aporte aos parceiros, como o Hospital Antoninho da Rocha Marmo. Só que a Santa Casa queria um valor acima do valor de mercado, que a prefeitura não podia pagar”, disse o coordenador de campanha majoritária do PSDB, Anderson Ferreira.
Para ele, o acordo entre PT e a Santa Casa é “escuso”. “A gente sabe que tem preferência política. O prefeito Cury sempre tentou acordo. Por que só fechou com o Carlinhos?”, questionou Ferreira.
Avaliação. O secretário do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, José Ênio Servilha Duarte, disse que parcerias com entidades filantrópicas são positivas, desde que bem fiscalizadas.
“Se a prefeitura colocar mais recursos, tem que buscar a garantia de uma boa gestão. Posso colocar subsídio, mas devo exigir outros compromissos e acompanhar metas.”
Pivô de polêmicas nos últimos anos, a Santa Casa de São José voltou ao centro das atenções após a direção do hospital fechar acordo com o candidato do PT à prefeitura, Carlinhos Almeida, que prevê novos convênios com a administração municipal em 2013, no caso de o petista ser eleito .
Carlinhos Almeida teria se comprometido a criar uma tabela SUS (Sistema Único de Saúde) diferenciada para a instituição.
A tabela é responsável por definir quanto um hospital conveniado ao poder público recebe por cada procedimento médico efetuado --os valores são oriundos do governo federal, que os repassa à esfera de governo responsável pelo convênio.
Negociação. Muitas cidades, inclusive o atual governo do PSDB em São José, costumam colocar aportes financeiros próprios para aumentar os repasses.
Foi justamente ao negociar esses acordos em 2005 que a Santa Casa de São José se tornou pivô de polêmicas.
Na época, após receber R$ 17 milhões do governador Geraldo Alckmin (PSDB) --então em seu primeiro mandato-- para reformas estruturais e ampliação, a Santa Casa não aceitou manter convênios com o governo Eduardo Cury (PSDB) se a tabela SUS não ganhasse incremento municipal.
“O primeiro governo do Cury rompeu tudo. A tabela SUS é muito pequena e não é possível trabalhar com ela. O governo da Ângela [Guadagnin (PT)] e do Emanuel [Fernandes (PSDB)] pagavam [o incremento]. Ele [Cury] não quis”, disse o provedor da Santa Casa, Luiz Roberto Porto.
Por sua vez, a prefeitura diz que a entidade exigia valores acima dos praticáveis (leia texto nesta página).
Defesa. Em 2005, a Santa Casa oferecia atendimentos nas áreas de oncologia, emergência e consultas em geral.
“Temos capacidade ociosa. Atendo 90 pacientes do SUS por dia. Posso atender de 160 a 170. O que acordamos com o Carlinhos é o retorno dos convênios que tínhamos antigamente”, disse Porto.
Para Carlinhos Almeida, a prefeitura tem, atualmente, orçamento para ampliar suas parcerias com hospitais.
“Hoje, milhares de joseenses aguardam na fila por uma consulta, um exame ou uma cirurgia. Por isso, defendo as parcerias com os hospitais filantrópicos que já oferecem instalações adequadas e profissionais qualificados para o atendimento rápido e eficiente da população”, disse o petista.
A Santa Casa, que no começo deste ano quase perdeu o certificado de filantrópica, acumula dívida, segundo balanço de 2011, de R$ 45,1 milhões.
Para tucanos, negociação do PT é escusaSão José dos Campos
A coordenação de campanha de Alexandre Blanco (PSDB) afirmou ontem que também é a favor de parcerias com entidades filantrópicas e que tem interesse em contar com a Santa Casa num eventual governo a partir de 2013.
Contudo, a equipe tucana criticou o posicionamento da Santa Casa e do PT na campanha deste ano.
“A prefeitura faz aporte aos parceiros, como o Hospital Antoninho da Rocha Marmo. Só que a Santa Casa queria um valor acima do valor de mercado, que a prefeitura não podia pagar”, disse o coordenador de campanha majoritária do PSDB, Anderson Ferreira.
Para ele, o acordo entre PT e a Santa Casa é “escuso”. “A gente sabe que tem preferência política. O prefeito Cury sempre tentou acordo. Por que só fechou com o Carlinhos?”, questionou Ferreira.
Avaliação. O secretário do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, José Ênio Servilha Duarte, disse que parcerias com entidades filantrópicas são positivas, desde que bem fiscalizadas.
“Se a prefeitura colocar mais recursos, tem que buscar a garantia de uma boa gestão. Posso colocar subsídio, mas devo exigir outros compromissos e acompanhar metas.”
A polêmica:
HospitalA Santa Casa de São José foi fundada em 1899 e por quase 100 anos foi referência no atendimento da rede pública
CrisesA Santa Casa enfrentou duas crises junto à Prefeitura de São José, em 1997 e em 2005
RompimentoEm 2005, a crise acabou por romper contratos entre prefeitura e entidade. Hoje, com 900 funcionários, a Santa Casa tem convênios somente com o Estado, para tratamento de hemodiálise, queimados e transplantes --o atendimento ao SUS corresponde a 60% dos pacientes, mas só a 40% da receita, diz provedor
Tabela SUSNa época do rompimento, o governo Eduardo Cury alegou que a Santa Casa exigiu pagamentos acima do preço de mercado para continuar com os convênios. A Santa Casa rebate, dizendo que a prefeitura não queria fazer nenhum aporte à tabela SUS
AmpliaçãoNa mesma época, o Estado repassou R$ 17 milhões à Santa Casa, para torná-la referência no atendimento ao SUS, o que acabou não ocorrendo