Jornal "Charlie Hebdo" processado por "incitação ao ódio"
França teme que publicação de caricaturas de Maomé possa aumentar tensão, e está a encerrar embaixadas colégios e centros culturais em 20 países onde possam ser alvo da ira islâmica.
Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt)
18:26 Quarta feira, 19 de setembro de 2012
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O iman Sheikh Abdul( Majid al-Zendani(C),numa reunião hoje, em Sanaa, com cléricos muçulmanos e líderes tribais, para aprovar uma ação legal contra os produtores do filme 'Innocence of Muslims'
Getty Images
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Sede do semanário"Charlie Hebdo" após atentado bombista em 2011, após a publicação das primeiras caricaturas de Maomé
Getty Images
A França anunciou hoje que vai encerrar, temporariamente, as suas embaixadas, escolas, centros culturais e escritórios em 20 países, como precaução, na sequência da publicação de novas caricaturas de Maomé pelo "Charlie Hebbdo", que já provocaram as primeiras reações de protesto no país. O Governo francês, porém, não tomou nenhuma medida contra o semanário, por respeito à liberdade de imprensa.
A decisão foi tomada no mesmo dia em que um tribunal em Paris recebeu uma queixa-crime "por incitação ao ódio" contra o semanário francês, por parte de uma associação cuja identidade não foi revelada.
A medida foi já posta em prática em Túnis, onde estará em vigor pelo menos até à próxima segunda-feira. No Egito, o encerramento da embaixada e outras instituições francesas vai ocorrer na próxima sexta-feira, dia de orações no mundo islâmico. Em alguns países, o encerramento poderá prolongar-se por mais tempo.
Primeiras reações de protesto contra as caricaturas
Entretanto, o site do "Charlie Hebbdo" foi hoje bloqueado, tendo o diretor do semanário afirmado que foi obra de piratas informáticos. "Aarentemente, é um ataque ainda mais forte que o de 2011, quando o "Charlie Hebdo" publicou caricaturas do profeta", declarou o cartunista Charb a jornalistas na sede do jornal em Paris.
Enquanto em França os quiosques dos bairros com maior número de imigrantes muçulmanos asseguram que as vendas do " Charlie Hebbdo" dispararam desde as primeiras horas da manhã - com o objetivo de destruir o maior número possível de exemplares-, os Irmãos Muçulmanos egípcios já criticaram a publicação, que consideram um novo insulto do Ocidente contra o islamismo, instando o Governo francês a adoptar "medidas firmes" contra o semanário satírico.
A publicação das novas caricaturas de Maomé, em França, veio aumentar a indignação por parte das comunidades muçulmanas em todo o mundo, no mesmo dia em que um grupo de cléricos islâmicos e líderes tribais - entre os quais o iman Sheikh Abdul Majid al-Zendani, considerado por Washington suspeito de financiar o terrorismo - participaram numa assembleia em Sanaa, para aprovar uma ação legal contra os produtores do vídeo 'Innocence of Muslims'.
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