Troca de papeis
Jornal O VALE
Fundação Cassiano Ricardo - Foto: Warley Leite
Sesc faz o que a FCCR não faz Mesmo com orçamento bem maior, Fundação Cultural, segundo artistas, não consegue fomentar a cultura como o Sesc
Fábio França
São José dos Campos
A crise na cultura de São José dos Campos resultou em uma inversão de papeis ao longo dos últimos quatro anos.
Desde que foi reaberto, em 2008, o Sesc passou a ocupar o posto de principal fomentador da cultura de São José, no lugar da FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo), órgão vinculado à prefeitura.
Ao menos, essa é a tese sustentada por alguns artistas e agentes culturais na cidade, que listam as diferenças entre as duas instituições, como espaço para nomes regionais, atrações de grande porte (em diferentes áreas) e o acesso facilitado à arte.
Isso ocorre mesmo com uma diferença gritante de orçamento entre o Sesc e a FCCR. O orçamento anual do Sesc, de R$ 8 milhões para 2013, por exemplo, equivale 42,5% do previsto para a fundação no mesmo ano (R$ 18,8 milhões).
Repercussão. “O Sesc representa, na minha opinião, 97% de ação cultural na cidade, embora não seja seu foco principal”, afirma um artista que não quis se identificar.
“Atualmente a FCCR representa o esquecimento, alienação, perda total da credibilidade. Acabar com a perseguição a funcionários talvez seja o primeiro passo decente para uma revitalização total das casas de cultura”, disse.
Para o escritor e poeta José Moraes, os papeis deveriam se complementar. “Uma cidade do tamanho de São José precisa de bons espaços. Atualmente, o Sesc tem se destacado muito mais porque no município não tem uma política pública cultural.”
Sesc. O gerente do Sesc São José, Oswaldo Ferreira de Almeida Jr., explica que a instituição pensa sua programação de forma abrangente.
“É importante entender que o Sesc trabalha a cultura como um conceito abrangente, que ultrapassa a abordagem estritamente artística. Em relação à área artística, propriamente dita, há um diálogo constante entre a produção contemporânea e a tradicional. Busca-se fomentar a produção.”
A formação de público, mesmo que já tenha uma fatia consolidada, é um desafio constante na instituição.
“Obras experimentais e de pesquisa, por exemplo, atraem público mais restrito, mas nem por isso devem ser ignoradas em uma programação. Esse é provavelmente um dos grandes desafios das instituições culturais: manter uma programação diversa e de qualidade sem cair no risco de programar apenas o que já é consolidado”.
Outro lado. A FCCR foi procurada para comentar o assunto, mas não quis se manifestar.
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São José dos Campos
A crise na cultura de São José dos Campos resultou em uma inversão de papeis ao longo dos últimos quatro anos.
Desde que foi reaberto, em 2008, o Sesc passou a ocupar o posto de principal fomentador da cultura de São José, no lugar da FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo), órgão vinculado à prefeitura.
Ao menos, essa é a tese sustentada por alguns artistas e agentes culturais na cidade, que listam as diferenças entre as duas instituições, como espaço para nomes regionais, atrações de grande porte (em diferentes áreas) e o acesso facilitado à arte.
Isso ocorre mesmo com uma diferença gritante de orçamento entre o Sesc e a FCCR. O orçamento anual do Sesc, de R$ 8 milhões para 2013, por exemplo, equivale 42,5% do previsto para a fundação no mesmo ano (R$ 18,8 milhões).
Repercussão. “O Sesc representa, na minha opinião, 97% de ação cultural na cidade, embora não seja seu foco principal”, afirma um artista que não quis se identificar.
“Atualmente a FCCR representa o esquecimento, alienação, perda total da credibilidade. Acabar com a perseguição a funcionários talvez seja o primeiro passo decente para uma revitalização total das casas de cultura”, disse.
Para o escritor e poeta José Moraes, os papeis deveriam se complementar. “Uma cidade do tamanho de São José precisa de bons espaços. Atualmente, o Sesc tem se destacado muito mais porque no município não tem uma política pública cultural.”
Sesc. O gerente do Sesc São José, Oswaldo Ferreira de Almeida Jr., explica que a instituição pensa sua programação de forma abrangente.
“É importante entender que o Sesc trabalha a cultura como um conceito abrangente, que ultrapassa a abordagem estritamente artística. Em relação à área artística, propriamente dita, há um diálogo constante entre a produção contemporânea e a tradicional. Busca-se fomentar a produção.”
A formação de público, mesmo que já tenha uma fatia consolidada, é um desafio constante na instituição.
“Obras experimentais e de pesquisa, por exemplo, atraem público mais restrito, mas nem por isso devem ser ignoradas em uma programação. Esse é provavelmente um dos grandes desafios das instituições culturais: manter uma programação diversa e de qualidade sem cair no risco de programar apenas o que já é consolidado”.
Outro lado. A FCCR foi procurada para comentar o assunto, mas não quis se manifestar.
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