11/10/2012 13:39
SUS fará distribuição grátis de Viagra
Princípio ativo do remédio começa a ser distribuído gratuitamente na rede pública daqui 180 dias
O SUS (Sistema Único de Saúde) aumentou a lista de doenças que podem ser tratadas com o princípio ativo do Viagra, conhecido como sildenafila. Uma portaria publicada no último dia 4 no Diário Oficial da União incluiu na distribuição gratuita de medicamentos a sildenafila para tratamento do fenômeno de Raynaud na esclerose sistêmica, uma doença reumática.
Desde 2010, o SUS já distribui gratuitamente o Viagra genérico para o tratamento de HAP (hipertensão arterial pulmonar). Para não confundir as duas indicações, a sildenafila ganhou nomes comerciais diferentes: Viagra, para impotência, e Revatio, para HAP. Os comprimidos também não são iguais. Enquanto o Viagra é azul e tem a forma de um losango, o Revatio é redondo e branco.
Segundo o urologista Carlos Marcio Nóbrega de Jesus, professor da Faculdade de Medicina da Unesp, o que diferencia os tratamentos com o Viagra é a dosagem e a frequência de uso. “O Viagra sozinho não tem efeito para impotência. Não adianta tomar o comprimido e ir assistir futebol porque não vai acontecer nada. É preciso ter o estímulo sexual”, explica.
A médica reumatologista Cristiane Kayser, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia, diz que o Viagra já era indicado para o tratamento do fenômeno de Raynaud na esclerose sistêmica, uma doença rara, sem cura e que acomete mais mulheres do que homens. “A diferença é que no caso do Raynaud o paciente faz uso contínuo e prolongado do remédio, que pode ser de 20 mg até 150 mg. Já quem usa a substância para impotência toma o remédio esporadicamente. Mas durante o tratamento do Raynaud pode haver um efeito colateral de uma ereção indesejada – ou não”, brinca a médica.
Para ter acesso ao medicamento pelo SUS, é preciso ter indicação médica, comprovada em receita. O paciente pode ser do sistema público ou de convênio, segundo informou o Ministério da Saúde.
ALTO CUSTO /O SUS costuma fornecer gratuitamente à população remédios de alto custo. O Viagra custa menos de R$ 100 nas farmácias, dependendo da dosagem. Já o preço máximo ao consumidor do Revatio é R$ 2.542,51 em São Paulo, segundo a Pfizer. A empresa enfatiza que em bula ainda não existe indicação nem do Viagra nem do Rivatio para o tratamento do Raynaud. A portaria entra em vigor em 180 dias.
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