Lugo e ex-ministros montam gabinete "paralelo"
Foto: Jorge Adorno/REUTERS
SEGUNDO RICARDO CANESE, PRESIDENTE DA FRENTE GUASÚ, A REUNIÃO DE HOJE TERÁ CARÁTER DELIBERATIVO E TRATARÁ DE QUESTÕES DO ÂMBITO DO GOVERNO PARAGUAIO. “SÓ EXISTE UM PRESIDENTE NO PARAGUAI, E ELE CHAMA-SE FERNANDO LUGO. O NOSSO GABINETE DE GOVERNO É CONSTITUCIONAL”, AFIRMOU
247 – O ex-presidente deposto do Paraguai Fernando Lugo começa hoje seu contra-ataque para voltar ao cargo. Ele montou um gabinete de governo paralelo na sede do Partido País Solidário (PPS), que integra a Frente Guasú. Leia na matéria de Guilherme Balza, do UOL:
O ex-presidente deposto do Paraguai Fernando Lugo se reúne nesta segunda-feira (25), a partir de 6h, com ex-ministros que integravam seu governo em uma espécie de “gabinete paralelo”. A reunião será na sede do Partido País Solidário (PPS), que integra a Frente Guasú.
Segundo Ricardo Canese, presidente da Frente, a reunião terá caráter deliberativo e tratará de questões do âmbito do governo paraguaio. “Só existe um presidente no Paraguai, e ele chama-se Fernando Lugo. O nosso gabinete de governo é constitucional”, afirmou.
O senador Carlos Filizolla, um dos quatro que foram contra a destituição de Lugo, afirmou que a Corte Suprema paraguaia e a Corte Interamericana dos Direitos Humanos serão acionadas para que o ex-mandatário volte ao poder. "Nosso objetivo é restaurar a ordem democrática. E isso significa Lugo voltar à presidência."
Às 17h, será a vez da Frente em Defesa da Democracia, composta pela Frente Guasú, outras legendas e organizações de esquerda, além de setores dos partidos Liberal Radical Autêntico --sigla de Franco-- e Colorado --ambos defenderam a deposição de Lugo.
Após deixar a presidência, Lugo afirmou que, embora não concordasse com sua deposição, aceitaria o novo governo. Nos últimos dias, entretanto, o ex-mandatário endureceu a postura contra seus opositores e passou a não mais reconhecer o governo de Federico Franco.
A criação do gabinete paralelo ocorre em um momento no qual as pressões externas ao Paraguai se intensificam. Argentina, Equador e Venezuela retiraram seus embaixadores do país; Brasil, Uruguai, Chile e Colômbia convocaram os seus representantes no Paraguai para consultas.
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