GABRIELA

Gabriela’ começa sem pressa
Veja

Juliana Paes como 'Gabriela': encontro com Nacib (Humberto Martins) encerrou o primeiro capítulo (Divulgação/Globo)

Cercado de grande expectativa, o primeiro capítulo da nova Gabriela, exibido pela Rede Globo na noite de ontem, privilegiou as belas paisagens do sertão nordestino em cenas que dão todo o tempo necessário para que a história se desenvolva bem à moda de Jorge Amado, ou seja, sem pressa.

Assim, chegou a surpreender que o capítulo – especial, segundo anunciado – tenha terminado justamente no momento em que Nacib (Humberto Martins) conhece Gabriela (Juliana Paes), e antes, portanto, de ela botar a flor de hibisco no cabelo e surgir como a tão aguardada protagonista.  Sem ela por enquanto, Humberto fez bom par com Leona Cavalli, destaque no papel da “quenga” Zarolha, que foi de Dina Sfat na primeira novela, de 1975.

O texto do autor Walcyr Carrasco põe em primeiro plano o bom-humor do romance original, que esteve presente em quase todas as cenas – do cabaré Bataclan, onde Ivete Sangalo deu bom começo à sua Maria Machadão, à sacristia da igreja, onde se planejou a procissão que vai opor carolas e prostitutas alguns capítulos adiante. Ali, a figura do Coronel Ramiro Bastos faz a gente se perguntar: o Antonio Fagundes não está a cara do Antonio Carlos Magalhães?

A história, diferentemente do romance e até mesmo de maneira mais didática, começou com ele, o homem mais poderoso de Ilhéus, ainda no final do século 19, quando o grupo dos que se tornariam coronéis tomou à bala o quanto foi possível de terras, para fundar três décadas depois o próspero império do cacau onde vai se desenrolar a trama. Mas calma, que ainda há 70 capítulos pela frente.