sexta-feira, 31 de agosto de 2012

MERCEDES-BENS E A FÁBRICA DE S. BERNARDO/SP


Setor automotivo

Mercedes paralisa fábrica em São Bernardo na 2ª feira

Segundo comunicado da empresa distribuído aos funcionários, unidade vai parar para reduzir estoques; funcionários, por ora, não serão demitidos

Michele Loureiro
unidade da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo vazia
Mercedes-Benz: excedente de 2 100 funcionários na unidade do ABC Paulista (VEJA)
logo do portal Exame  Com uma produção 40% abaixo da meta para 2012 e diante de um cenário de retração nas vendas de caminhões, a unidade de São Bernardo do Campo (SP) da Mercedes-Benz vai paralisar a produção na próxima segunda-feira. De acordo com comunicado enviado aos funcionários, a parada da linha de caminhões é uma forma de reduzir os estoques, que, segundo executivos próximos à empresa, equivalem a três meses de produção. Os 12 000 empregados da fábrica não têm seus empregos ameaçados e ficarão em casa enquanto a unidade estiver parada.
Ajustes – Segundo Fernando Fontes Garcia, vice-presidente de Recursos Humanos da Mercedes-Benz do Brasil, a parada de produção é a primeira de uma série de novas medidas que estão sendo negociadas com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “As demissões são a última possibilidade da lista. Estamos buscando soluções mais criativas”, disse o executivo, que descartou o uso de férias coletivas neste momento para adequar a produção. “As medidas devem ser anunciadas até o final da próxima semana”.
A montadora alemã tem um excedente de 2 100 trabalhadores na unidade do ABC Paulista e as medidas negociadas durante o ano – como férias coletivas e suspensões temporárias de contrato de trabalho – não foram suficientes para contornar a crise.
Os problemas da montadora estão inseridos em um contexto do mercado de comerciais leves em queda desde o início do ano. De acordo com a empresa, as vendas caíram aproximadamente 17% na comparação com o ano passado.
Apesar das tentativas da companhia para evitar tensão dentro da fábrica, trabalhadores da empresa relatam clima de incerteza. As outras unidades da montadora em Campinas (SP) e Juiz de Fora (MG) também têm cenário similar. Na fábrica mineira, o clima só não é mais alarmante porque o modelo Accelo – um caminhão de pequeno porte para tráfego em cidades produzido na unidade – é o mais vendido do Brasil.
No fim de maio, a Mercedes-Benz anunciou a suspensão temporária do contrato de trabalho de 1 500 funcionários como forma de evitar demissões na unidade do ABC Paulista, medida conhecida como lay-off. Na ocasião ficou estabelecido que entre 18 de junho e 11 de novembro, os metalúrgicos receberão bolsa mensal do fundo de amparo ao trabalhador (FAT) de 1 163 reais para frequentar um curso de qualificação profissional do Senai, com duração de 300 horas. O complemento dos salários dos metalúrgicos, que em média soma 2 800 reais, é pago pela montadora.

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