sexta-feira, 17 de agosto de 2012

RICARDO DE ALMEIDA VASCONCELOS: O PRÍNCIPE QUE ERA SAPO


Nossa Região
August 17, 2012 - 01:48

Polícia acredita que sedutor de São José fez mais vítimas

Prédio onde morava o bacharel em Direito. Foto: Warley Leite
Prédio onde morava o bacharel em Direito. Foto: Warley Leite
Pivô da denúncia que resultou na prisão de bacharel em direito diz que outros casos podem ter ocorrido entre 2004 e 2010
Wilson Silvaston
São José dos Campos

A Polícia Civil de São José dos Campos acredita que o número de vítimas de Ricardo Almeida Vasconcelos, 34 anos, o sedutor acusado de crimes de extorsão, estupro e agressão contra oito mulheres seja bem maior.
“Pelo perfil descrito do réu no inquérito, é muito provável que ele tenha atacado outras mulheres nesse período”, afirmou Antônio Alvaro de Sá, delegado assistente da seccional de São José.
A suspeita é reforçada por Helena (nome fictício), pivô da denúncia que levou à prisão de Vasconcelos.
Segundo Helena, existe um intervalo de seis anos entre as vítimas que já foram identificadas por ela. “Quando procurei as ex- namoradas que poderiam ter passado pelas mesmas torturas que eu, encontrei pessoas que estiveram com ele entre os anos de 2000 e 2004. Dessa data até 2010, quando eu o conheci, ainda não apareceu ninguém”, disse.

Armadilha. Sedutor, companheiro e protetor, era desse jeito que Vasconcelos conquistava suas vítimas. Mulheres que achavam ter encontrado o homem ideal, mas na realidade estavam entrando em uma cilada. “Ele dizia que queria cuidar de mim, me proteger, mas na verdade o que queria mesmo era me controlar, me manipular.”
Das oito mulheres identificadas como vítimas de Ricardo, cinco prestaram depoimento no inquérito aberto em janeiro pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
Em todos os relatos, a mesma forma de agir. Vasconcelos escolhia mulheres bem sucedidas profissionalmente e fragilizadas emocionalmente.

Terror. “Com todas nós ele agiu da mesma maneira. No início se mostrava como um príncipe encantado e depois de um tempo se revelava um homem cruel e possessivo”.
Helena detalhou como eram as torturas. “O ciúmes dele era tão doentio que ele me mantinha trancada no apartamento dele quando ia para a faculdade. Vigiava meus e-mails e ligações, e dizia que tinha câmeras me monitorando”, afirmou.
Com o tempo começaram as agressões. “Ele me batia constantemente. Se eu cumprimentasse alguém na rua, já era motivo para ele me dar socos ou cintadas.”
As agressões passaram a ser cada vez mais cruéis. “Ele chegou a me queimar com a ponta do cigarro, me obrigou a beber urina e comer fezes.”
Atos que deixaram marcas profundas. “Pior que os ferimentos que ele causava era o terror psicológico que ele causava na gente. cheguei a ficar com síndrome do pânico.”

Extorsão. Quando a mulher de 36 anos resolveu dar um basta naquela situação e tentou se afastar, Vasconcelos começou com as chantagens e ameaças mais graves.
“Ele dizia que se eu não fizesse o que ele mandava iria divulgar fotos intimas minhas na internet, que iria destruir minha vida”.
Além da tortura física e psicológica, o homem ainda extorquia suas vítimas. “Ele me obrigou a assinar notas promissórias, fez dívidas no meu nome e tomou meu carro. Perdi mais de R$50 mil”.
Vasconcelos foi preso anteontem e levado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de São José. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, que apresentou a denúncia à Justiça. O processo segue em segredo de Justiça na 3ª  Vara Criminal de São José.
Vizinho demonstra surpresa
São José dos Campos

No condomínio onde Ricardo Vasconcelos morava, no bairro Jardim São Dimas, região central de São José, a notícia sobre a prisão e os crimes cometidos pelo bacharel em direito causaram surpresa e medo entre os moradores.
“Não imaginava que ele era capaz dessas atrocidades, parecia um rapaz normal, sempre muito elegante e educado”, contou um vizinho que não quis se identificar.
“O estranho é que ele não trabalhava, mas estava sempre bem arrumado e com carro novo”, disse o morador.
Outra característica relatada era a constante presença de mulheres ao seu lado. “Ele era muito namorador, sempre aparecia com alguma mulher.”

Conquistador. Uma moradora contou que o criminoso sedutor também tentava investidas no local.
“Ele vivia me fazendo elogios, querendo puxar conversa. Mas nunca dei abertura para ele pois sempre senti algo de ruim nele”, contou a mulher.
Já outra moradora, que também pediu sigilo, informou que as histórias de agressões contra namoradas já eram conhecidas.
“Vi ele batendo uma vez em uma de suas namoradas e fiquei horrorizada. Ele deu um tapa na moça que jogou ela longe”, falou a vizinha.
Defesa
Advogada visita réu hoje no CDP
A advogada Maria Tereza Moreno Queiroga de Assis disse que irá hoje ao CDP de São José para verificar as condições de Ricardo Vasconcelos, preso no local desde anteontem, acusado de estupro e extorsão. “Por ser uma prisão preventiva, acredito que ele esteja em uma cela diferenciada, separado dos presos comuns, mas vamos verificar essa situação durante a visita.”
O SEDUTOR DE SÃO JOSÉ
Nome
Ricardo de Almeida Vasconcelos
Idade
34 anos

Naturalidade
São José dos Campos

Formação
Bacharel em direito formado pela Univap em 2011

Denúncia
Em janeiro deste ano, uma vítima procura a Delegacia da Mulher de São José e denuncia Ricardo Vasconcelos por agressão e extorsão
Investigação 
A própria vítima decide investigar o passado do ex-namorado e descobre outras sete mulheres lesadas pelo criminoso

Perfil
Vasconcelos sempre escolhia mulheres bem sucedidas e emocionalmente abaladas

Chantagem 

Fazendo ameaças contra familiares e prometendo divulgar fotos íntimas na internet, o acusado torturava, estuprava e extorquia as vítimas

Prisão 

Ricardo Vasconcelos foi preso anteontem em seu apartamento no Jardim São Dimas, região Central da cidade

Acusações 
Ele vai responder pelos crimes de roubo, estupro, extorsão, apropriação indébita e falsa acusação de crime

Prisão
O juiz da 3 ª Vara Criminal de São José dos Campos atendeu ao pedido de prisão preventiva do acusado, que foi levado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de São José. O processo corre em segredo de Justiça

Realmente o protagonista da matéria é uma pessoa problemática, haja visto o que segue, parte de um processo movido pelo mesmo contra a Univap: "Alega o impetrante, em sintese, que trancou sua matricula no ano de 2003, retornando aos estudos somente no segundo semestre de 2010, precisando cursar, durante o periodo da manha, quatro disciplinas pendentes referente ao setimo periodo para regularizar sua situacao academica.Aduz que passou por problemas familiares que o impossibilitaram de cursar no ano de 2010 a disciplina de Direito Processual Civil - Medidas Assecuratorias e Recursos, que deveria ser cursada no periodo da manha.Relata que, devido a medicacoes que passou a tomar, nao conseguia frequentar aulas no periodo da manha, motivo pelo qual passou a cursar o nono semestre do curso no periodo da noite." Está certíssimo o Delegado Dr. Antônio Alvaro de Sá em rastrear com detalhes as atividades deste personagem e pode-se até prever que mais vítimas devam aparecer.
Comentado por Alvaro Pedro Neves Pereira, 17/08/2012 07:42

Nenhum comentário: