segunda-feira, 6 de agosto de 2012

DILMA ROUSSEFF CEDE À PRESSÃO DA GM


Acordo na GM só garante emprego até novembro

Acordo na GM só garante emprego até novembroFoto: Divulgação

MONTADORA ANUNCIOU MANUTENÇÃO DE 900 POSTOS DE TRABALHO EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS COMO “SACRIFÍCIO PARA A COMUNIDADE”

06 de Agosto de 2012 às 05:31
Por Brad Haynes
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 5 Ago (Reuters) - A General Motors e sindicalistas de São José dos Campos chegaram a um acordo no sábado para afastar o risco de demissões em massa por quatro meses, ganhando tempo para as negociações.
A decisão foi tomada no sábado após mais de nove horas de reunião entre representantes da montadora e dos trabalhadores em São José dos Campos (SP), informou um assessor da montadora à Reuters.
Durante a reunião, GM e representantes dos empregados chegaram a uma proposta que estabelece que 900 trabalhadores da empresa seguirão trabalhando na linha de montagem da fabricação de 120 unidades do Classic por dia e 940 empregados serão afastados da fábrica, mas seguirão recebendo salário até 30 de novembro, quando será decidido como serão integrados às equipes de trabalho. Eles também receberão recapacitação profissional.
O acordo provisório alivia um pouco da pressão política, uma vez que a GM considerou fechar uma linha de montagem mesmo com as vendas em alta devido a incentivos fiscais à indústria automotiva.
"Nós damos incentivos fiscais e financeiros e queremos um retorno: a manutenção do emprego",disse a presidente Dilma Rousseff em Londres na semana passada.
O diretor de Relações Institucionais da GM, Luiz Moan disse que a manutenção dos 900 funcionários na linha de montagem como "um sacrifício da GM para a comunidade".(*)
Desde 2008, a montadora tem direcionado seus investimentos ema novos modelos para outras fábricas no Brasil, alegando que os elevados salários e os rígidos acordos trabalhistas em São José dos Campos tem feito desta a planta menos competitiva no Brasil.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Ferreira, disse a repórteres que as pressões dos governos federal e estadual foram decisivas para manter os empregos na fábrica.
Ferreira disse que o sindicato continuará conversando com a GM para trazer novos investimentos para a unidade.
Moan disse que a GM não possui hoje nenhum modelo que possa ser competitivamente fabricado no complexo, mas a montadora comprometeu-se com o sindicato a abrir 60 dias de diálogo em busca de um acordo trabalhista mais flexível.
A empresa vai também abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para cerca de 7,5 mil funcionários do complexo.
O Classic é o único modelo produzido no setor Montagem de Veículos Automotores (MVA), que seria fechado pela GM, levando à dispensa de 1.840 trabalhadores, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
A proposta será posta em votação em assembleia na terça-feira para votação dos trabalhadores.

(*)  Luiz Moan Yabiku Júnior

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