quarta-feira, 25 de abril de 2012

GM DE S. JOSÉ DOS CAMPOS/SP ESTÁ DESATIVANDO LINHA DE PRODUÇÃO


NOSSA REGIÃO
Jornal O VALE
April 25, 2012 - 03:00

Falta de novos carros ameaça 1.500 vagas na GM de São José

Assembleia na GM
Aaron Kawai
Montadora desativa até julho fabricação de pelo menos três modelos que vão sair de linha, medida que põe em risco o emprego de um turno inteiro de produção; prefeitura já admite o risco de desemprego
Arthur Costa
São José dos Campos

A General Motors planeja suspender até julho a produção de três modelos fabricados em São José --Corsa, Meriva e Zafira. A medida ameaça o emprego de quase 1.500 trabalhadores que atuam no MVA (Montagem de Veículos Automotores).
Como os substitutos destes modelos serão produzidos em outras plantas da GM no país, o MVA (setor que mais emprega em São José com dois turnos e 3.000 trabalhadores) ficaria responsável apenas pela fabricação do Classic, que também é feito em São Caetano do Sul e em Rosário, na Argentina.
Para ajustar a produção à futura demanda, um turno do MVA deve ser extinto.
Restaria a São José, além do Classic, a fabricação da picape S10, de motores e transmissões, além de CKDs (veículos desmontados para exportação). A planta, que já empregou 12 mil na década de 90, hoje tem pouco mais de 8.000 funcionários.
O prefeito Eduardo Cury (PSDB) admite o risco de demissões e afirmou que estuda alternativas ao problema (leia texto nesta página).
A GM passa por um processo de reestruturação de produção no país, tema que já teria sido abordado com funcionários em reuniões internas. O sindicato da categoria diz não ter sido comunicado da mudança, mas garantiu que luta para que novos investimentos sejam feitos em São José.
“Em maio, temos a discussão sobre a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) e nela a GM tem que apresentar a previsão de metas de produção. Se houver paralisação da fabricação desses veículos, vamos querer que São José concentre a produção do Classic”, disse o presidente eleito do sindicato Antonio Ferreira Barros, o Macapá, que toma posse no final de maio.
O metalúrgico não acredita na extinção de um dos turnos do MVA e garante que, se toda a produção do Classic ficar em São José, o total de empregados no setor não seria suficiente para dar conta da demanda, de cerca de 140 mil carros por ano.

Temor. O diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Almir Fernandes, diz temer que a fábrica fique ociosa até um novo projeto ser implantado na cidade.
“Se em 2008 os projetos que a GM apresentou tivessem sido aprovados, essas mudanças na fábrica já teriam sido feitas. Um projeto demora para ser implantado e esse período não se recupera mais. Se o trabalhador não tem o que fazer na fábrica, todos sabem o que irá acontecer”, disse.
Macapá se defende e alega que a GM não apresentou projetos ao sindicato em 2008. “O único projeto apresentado foi aprovado, que foi o da S10. O sindicato tem total interesse em discutir a situação da fábrica, mas não tivemos resposta do pedido de reunião com a GM”, disse o sindicalista.

Investimentos. Se na unidade de São José há demissões quase que diárias, a situação na planta do ABC é outra.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, disse que a fábrica vem admitindo para atender à demanda dos novos projetos. “Desde 2011, cerca de 1.700 pessoas foram contratadas e, em março (de 2011), tivemos a abertura do terceiro turno”, disse.
Silva destaca que teve que buscar investimentos que inicialmente foram oferecidos a São José. “Não houve acordo com São José e essa produção iria para fora do país. Consegui trazer esses projetos depois de reuniões com a empresa.”
As minivans Zafira e Meriva chegaram a São José em 2001 e 2002, respectivamente. O projeto PM7, que desenvolveu o veículo substituto dos modelos, chamado de Spin, tem previsão de ter a produção iniciada no ABC até agosto.

Outro lado. A direção da GM foi procurada ontem, mas não comentou o assunto. 
 Vista aérea da GM em São José, que já chegou a 12 mil funcionários e hoje pouco passa de 8.000
ENTENDA O CASO
O que S. José perdeu
- Os modelos Cruze, Cobalt e a minivan Spin para S. Caetano
- Novo compacto para Gravataí (RS)

O que veio para S. José
S10 e Trailblazer, que usam a mesma plataforma. Produção da Trailblazer deve começar no final do ano

Outros investimentos da GM no país
Fábrica de motores e transmissores em Joinville (SC), que inaugura em meados de 2014

O que o sindicato quer para fábrica de São José
- Terceiro turno na S10
- Fabricação de caminhões
- Nacionalização das peças da picape S10
- Produção do Agile
- Concentração da fabricação do Classic

A GM de São José
Total de funcionários: 8.000
Só MVA: 3.000 pessoas
Só a S10: 2.000
Powertrain: 2.000
CKD e estamparia: 1.000

Modelos que podem sair de linha
- Zafira, fabricado desde 2001 em São José
- Meriva, fabricado desde 2002
- Corsa nova geração, produzido desde 2002

A GM no brasil
-São Caetano: 12 mil trabalhadores produzem Classic, Montana, Cobalt e Cruze
-Gravataí: 2.000 trabalhadores produzem Celta e Prisma

Linha de produção da GM em S.José
ENTREVISTA: "Sem carro novo, haverá demissões", diz Eduardo Cury, prefeito de São José

Há um temor da prefeitura pela perda de postos de trabalho na General Motors?
Existe a expectativa pela diminuição do quadro em São José pela tomada de decisão do sindicato (dos Metalúrgicos) de não aceitar novos investimentos. O sindicato pode fazer a negociação para tentar trazer um produto novo pra São José. Já fomos atrás do sindicato várias vezes e estamos trabalhando em outras áreas da cidade para tentar compensar isso. Essa situação já é sabida não só por nós, pelo sindicato e pelos próprios funcionários.

A prefeitura trabalha com que prazo para a redução de vagas em São José?
Quando entrarem produtos novos e tirar produtos antigos da fábrica vai ter essa diminuição. Agora, quanto à data, não dá pra falar. (O presidente do sindicato diz que a entidade procurou a prefeitura diversas vezes para reunião, mas nunca foi recebida).

O que a prefeitura tem feito para reverter essa situação?
Já falamos com a GM várias vezes e ela nos disse que o gargalo é o sindicato. A linha da S10 não consegue compensar a linha da Meriva e da Zafira. Precisa entrar carro novo ou transferir carro, o que já aconteceu. Como está entrando carro novo nas outras fábricas, transfere-se uma linha que tá sobrecarregada para nós, como aconteceu com o Classic. Agora, qual é a diferença de uma linha antiga e uma linha nova? A linha nova você tem 10 anos de vida e a linha velha você tem dois anos. Então, você resolve o problema momentâneo. Sempre defendi que tem que vir linha nova, produto novo para São José. Estou sabendo que para manter os empregos vão trazer uma parte da estamparia de outro lugar para São José, mas é preciso de uma linha funcionando, um desses carros que vendam mesmo.

Então não haverá demissões?
Se não trouxer um carro novo, sim, haverá demissões. O que a gente espera é que ou o sindicato faça um acordo. Já conversei com vários trabalhadores da GM que falaram: ‘Eduardo, quem trabalha na linha do Corsa sabe que, se não houver novo acordo com sindicato, fica preocupado. Os empregos ali são frágeis’.

Cidade se mantém em três segmentos
Baseada em três segmentos, a economia de S. José está ameaçada com a possibilidade de crise no setor automotivo. A maior parte dos empregos está concentrada nas cadeias automotiva (liderada pela GM) e aeronáutica (Embraer). Já o setor petroquímico (Revap), apesar de não empregar na mesma proporção, é o maior gerador de impostos.

Taubaté e Jacareí vivem expansão
Enquanto em São José o setor automotivo está ameaçado, no restante do Vale, o segmento vive ciclo de expansão. Em Taubaté, a Ford irá investir R$ 500 milhões para ampliar a produção de motores --500 empregos foram gerados. Já a Volkswagen pretende contratar 1.000 para dobrar a produção. Jacareí também vive um ciclo de expansão com a chegada da chinesa Chery.
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A população joseense, independente de credo, de partidos políticos, seja lá o que for tem que manifestarem-se, defronte à Prefeitura, à Câmara, à GM, manterem-se vigilantes, pois se depender da prefeitura ( prefeito e seus aspones) ou da câmara com seus letárgicos "vereadores", nada será revertido. Tem que haver uma REVOLUÇÃO construtiva nesta cidade., vejam Taubaté, Jacareí, Pinda,Campinas e região, Sta. Rita do Sapucaí (MG), todas com empresas sendo instaladas e funcionando. É uma vergonha  para S. José e causa-nos uma apreensão muito grande, acordar lendo uma notícia deste naipe. Mas é a realidade que pode e deve ser, repito, REVERTIDA. Chega de "lodjinhas", de Shoppings e outros escambos mais. Precisamos de empresas de tecnologia de ponta e S. José não tem. A cidade tem-se baseado em um triangulo "sustentado" por GM, Petrobrás e Embraer... e um dos pilares está ruindo... e os outros? A maioria destes funcionários da GM são pais de família, tem financiamento habitacional ou outros para honrarem, o que eles irão fazer? O governo federal tem que ser IMEDIATAMENTE NOTIFICADO desta situação e tomar providências., não esperem os políticos desta cidade e muito menos sindicato resolverem esta situação, pois não irão resolver, já está mais que comprovado. Deus nos guarde e salve!!! Acessem:http://www.gm.com/
Comentado por Alvaro Pedro Neves Pereira, 25/04/2012 09:13

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