REGIÃO
Jornal O VALE
November 12, 2011 - 04:09
Portugal injeta R$ 191 mi em novo cargueiro da Embraer
Divulgação
Contrato com novo parceiro em programa militar deve ser assinado nos próximos dias; projeto soma acordos em 18 países
Arthur CostaSão José dos Campos
O governo português liberou 87 milhões de euros (cerca de R$ 191 milhões) para a elaboração de softwares voltados ao projeto de desenvolvimento do cargueiro militar KC-390, da Embraer. Segundo a empresa brasileira, o acordo deve ser assinado em breve.
A acordo e o valor constam no Diário da República, uma espécie de diário oficial do governo de Portugal, publicado no início desta semana.
O QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), órgão vinculado ao governo português, será o responsável pela maior parte do financiamento.
Por meio de sua assessoria, a Embraer disse que o despacho do governo português representa um grande passo para a assinatura do contrato, que, segundo a empresa, deve acontecer em breve.
A intenção de Portugal em participar do desenvolvimento do KC-390 vem desde 2010, quando o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, assinou com o ministro da Defesa Nacional de Portugal, Augusto Santos Silva, uma declaração de intenções relativa à parceria no programa.
Portugal possui, na cidade de Évora, uma unidade de 15 mil metros quadrados da Embraer com previsão para operar a partir do próximo ano na produção de componentes de aeronaves.
Parceiros. Com a garantia do financiamento do governo português, já são 18 países atuando na produção do cargueiro militar, entre fornecedores e parceiros.
A Eleb, de São José dos Campos, e a AEL Sistemas, de Porto Alegre (RS), são as únicas empresas brasileiras envolvidas no projeto.
Para o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), especialista no setor de defesa, Expedito Bastos, a internacionalização do processo de produção é benéfica.
“É a única forma de se fazer avião. Não temos essa tecnologia no Brasil”, disse Bastos.
Temor. O professor ressalta, no entanto, que teme pela participação de países onde a economia não vai bem.
“Resta saber se, com a crise, esses países conseguirão manter investimentos. Temos experiências no passado de projetos que não seguiram”, disse Bastos, referindo-se à parceria da Embraer com a FMA, da Argentina, para o desenvolvimento do turboélice CBA-123.
Depois de dois protótipos construídos e voos testes em 1990, o projeto não foi adiante por seu alto custo.
Durante um workshop realizado no Parque Tecnológico de São José, profissionais do setor destacaram a necessidade de envolver empresas brasileiras no projeto do KC-390.
“A mobilização e o fortalecimento de toda a cadeia produtiva nacional, em consonância com as medidas governamentais refletidas na Estratégia Nacional de Defesa e no Plano Brasil Maior, têm sido foco da FAB e da Embraer desde o início deste programa”, disse Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, durante o evento.
Programa. O KC-390 é um programa da Força Aérea Brasileira para o desenvolvimento de um cargueiro militar com capacidade para abastecer aeronaves durante o voo.
A Embraer atua como parceira da FAB firmando parcerias com governos e empresas.
A expectativa do setor é que o cargueiro substitua o C-130 Hércules, aeronave para transporte militar presente em mais de 90 países.
O cargueiro KC-390 já possui 60 intenções de compra, sendo 28 do Brasil, 6 do Chile, 12 da Colômbia, 6 da Argentina, 6 de Portugal e 2 da República Tcheca.
Os primeiros voos testes do cargueiro da Embraer estão previstos para 2014. Ele deve entrar em operação em 2015.
A Embraer não divulga valores de investimentos relacionados ao KC-390.
O governo português liberou 87 milhões de euros (cerca de R$ 191 milhões) para a elaboração de softwares voltados ao projeto de desenvolvimento do cargueiro militar KC-390, da Embraer. Segundo a empresa brasileira, o acordo deve ser assinado em breve.
A acordo e o valor constam no Diário da República, uma espécie de diário oficial do governo de Portugal, publicado no início desta semana.
O QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), órgão vinculado ao governo português, será o responsável pela maior parte do financiamento.
Por meio de sua assessoria, a Embraer disse que o despacho do governo português representa um grande passo para a assinatura do contrato, que, segundo a empresa, deve acontecer em breve.
A intenção de Portugal em participar do desenvolvimento do KC-390 vem desde 2010, quando o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, assinou com o ministro da Defesa Nacional de Portugal, Augusto Santos Silva, uma declaração de intenções relativa à parceria no programa.
Portugal possui, na cidade de Évora, uma unidade de 15 mil metros quadrados da Embraer com previsão para operar a partir do próximo ano na produção de componentes de aeronaves.
Parceiros. Com a garantia do financiamento do governo português, já são 18 países atuando na produção do cargueiro militar, entre fornecedores e parceiros.
A Eleb, de São José dos Campos, e a AEL Sistemas, de Porto Alegre (RS), são as únicas empresas brasileiras envolvidas no projeto.
Para o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), especialista no setor de defesa, Expedito Bastos, a internacionalização do processo de produção é benéfica.
“É a única forma de se fazer avião. Não temos essa tecnologia no Brasil”, disse Bastos.
Temor. O professor ressalta, no entanto, que teme pela participação de países onde a economia não vai bem.
“Resta saber se, com a crise, esses países conseguirão manter investimentos. Temos experiências no passado de projetos que não seguiram”, disse Bastos, referindo-se à parceria da Embraer com a FMA, da Argentina, para o desenvolvimento do turboélice CBA-123.
Depois de dois protótipos construídos e voos testes em 1990, o projeto não foi adiante por seu alto custo.
Durante um workshop realizado no Parque Tecnológico de São José, profissionais do setor destacaram a necessidade de envolver empresas brasileiras no projeto do KC-390.
“A mobilização e o fortalecimento de toda a cadeia produtiva nacional, em consonância com as medidas governamentais refletidas na Estratégia Nacional de Defesa e no Plano Brasil Maior, têm sido foco da FAB e da Embraer desde o início deste programa”, disse Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, durante o evento.
Programa. O KC-390 é um programa da Força Aérea Brasileira para o desenvolvimento de um cargueiro militar com capacidade para abastecer aeronaves durante o voo.
A Embraer atua como parceira da FAB firmando parcerias com governos e empresas.
A expectativa do setor é que o cargueiro substitua o C-130 Hércules, aeronave para transporte militar presente em mais de 90 países.
O cargueiro KC-390 já possui 60 intenções de compra, sendo 28 do Brasil, 6 do Chile, 12 da Colômbia, 6 da Argentina, 6 de Portugal e 2 da República Tcheca.
Os primeiros voos testes do cargueiro da Embraer estão previstos para 2014. Ele deve entrar em operação em 2015.
A Embraer não divulga valores de investimentos relacionados ao KC-390.
SAIBA MAIS
ProjetoO KC-390 é um programa da FAB em parceria com a Embraer para a produção de um cargueiro militar
OperaçãoPrimeiros voos testes previstos para 2014; operação estimada para 2015
InvestimentoNão divulgado pela Embraer
RiscoEspecialista teme corte de recursos de países com problemas na economia
ParceirosRockwell Collins, EUA: sistemas aviônicos
-Liebherr, Alemanha: sistemas de ambiente
-Esterline, Inglaterra: sistemas de automanete
-Messier-Bugatti-Dowty, França: sistemas hidráulicos, trens de pouso e de freio
-DRS, EUA: sistemas de movimentação de cargas
- ELEB, Brasil: trem de pouso
- Cobham, Inglaterra: reabastecimento em voo
- Selex Galileo, Itália: sistema de radar de missão
- AEL Sistemas, Brasil e Israel:
computador de missão
- BAE Systems, Inglaterra: comandos de voo
- Hispano-Suiza, França: sistema de geração de energia elétrica
- International Aero Engines AG (IAE), EUA: motor
- Goodrich Corp, EUA: atuadores elétricos e eletrônicos
Países interessadosChile, Colômbia, Argentina, Portugal e República Tcheca
OperaçãoPrimeiros voos testes previstos para 2014; operação estimada para 2015
InvestimentoNão divulgado pela Embraer
RiscoEspecialista teme corte de recursos de países com problemas na economia
ParceirosRockwell Collins, EUA: sistemas aviônicos
-Liebherr, Alemanha: sistemas de ambiente
-Esterline, Inglaterra: sistemas de automanete
-Messier-Bugatti-Dowty, França: sistemas hidráulicos, trens de pouso e de freio
-DRS, EUA: sistemas de movimentação de cargas
- ELEB, Brasil: trem de pouso
- Cobham, Inglaterra: reabastecimento em voo
- Selex Galileo, Itália: sistema de radar de missão
- AEL Sistemas, Brasil e Israel:
computador de missão
- BAE Systems, Inglaterra: comandos de voo
- Hispano-Suiza, França: sistema de geração de energia elétrica
- International Aero Engines AG (IAE), EUA: motor
- Goodrich Corp, EUA: atuadores elétricos e eletrônicos
Países interessadosChile, Colômbia, Argentina, Portugal e República Tcheca
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