sábado, 2 de junho de 2012

BAHIA: Concessionárias de carros têm lista de espera de até três meses


Concessionárias de carros têm lista de espera de até três meses

Redução do IPI aumenta ainda mais fila para modelos cobiçados

02.06.2012 | Atualizado em 02.06.2012 - 08:39



Luciana Rebouças
luciana.reboucas@redebahia.com.br

Esperar 20, 30 dias ou até mesmo dois meses para tirar o carro zero da concessionária. No atual cenário de IPI zero, os soteropolitanos saíram em busca do automóvel novo e já enfrentam lista em algumas concessionárias. Segundo os gerentes, a espera não é em vão. A maioria é modelos que já ofereciam uma boa relação custo-benefício, eram bem procurados e se tornaram ainda mais vantajosos com a redução do IPI.

Um dos exemplos é o Cobalt, versão LTZ, da Chevrolet, que antes estava com um tempo de espera de 30 dias e agora chega a 60 dias. O automóvel, que saía por R$ 46.800, agora está por R$ 43.900 e a gerente da Retirauto, Renata Gonzalez, conta que viu a procura pelo modelo dobrar. Hoje, são 22 nomes na lista. "Estamos com uma espera de até 20 dias para outros produtos, mas também porque tivemos que refaturar alguns carros junto às fábricas e isto demanda um tempo", explica a gerente.

Nas outras concessionárias da cidade, o cenário não é diferente. O Novo Palio Attractive 1.0, que já tinha uma lista de espera antes da redução do IPI, está com 30 candidatos esperando. "Não existe estoque que resista a essa redução de IPI. As vendas dobraram na última semana", informa Ricardo Castro Lima, gerente da Marvel, Campo Grande, concessionária da Fiat. O Novo Palio, que  custava R$ 31.900, está agora por R$ 28.440. 

Hoje, a espera pelo Novo Palio não ultrapassa 20 dias, mas Lima acredita que  em 15 dias, no máximo,  essa espera pode chegar a até três meses para alguns modelos. 

Preços 
Com a proximidade da fábrica da Ford, que fica no Polo Industrial de Camaçari, o gerente da concessionária Indiana, Leonardo Ferreira, diz que a espera por dois dos seus modelos mais procurados, o Fiesta Hatch 1.0 e o Fiesta Sedã 1.6, fica na média em 15 dias. Com a redução do IPI, os preços dos modelos ficaram, respectivamente, em R$ 28.400 e R$ 33.900. Já outro modelo que tem sido procurado pelos consumidores é o Ford Ka completo 1.0, que sai agora por R$ 25.850. "Hoje, temos uma lista de 40 pessoas esperando por esses três modelos", ressalta o gerente da Indiana.

Outra concessionária que está com mais de 30 pessoas na lista é a Bremen Retiro, da montadora Volkswagen. Nela, os queridinhos dos consumidores são os modelos GOL - 25 anos - que é o carro mais vendido no país - já conta com uma espera de 25 dias, e o Fox, que tem motivado uma espera de até 15 dias. O gerente da Bremen Retiro, Josué Lacerda, diz que um dos atrativos é o baixo consumo destes modelos e o alto valor de revenda. "Nesta última  semana, a procura foi tão grande que começamos com as listas de espera", diz.

Este cenário de alta demanda já podia ser encontrado na Eurovia Nissan antes mesmo da redução do imposto. Éder Fonseca, gerente comercial da concessionária, comenta que o March já tinha uma lista de espera de 30 dias e o cenário se mantém. "Os consumidores não se importam de esperar, por causa da qualidade do produto", assegura. Mesmo sendo um modelo mais caro que o March, Fonseca informa que a procura pelo Versa, que custa a partir de R$ 33.490, está ainda mais forte. "Dobramos o nosso volume de venda", conta.

É esse também o caso do Peugeot 380, que caiu no gosto do soteropolitano. Segundo Rubens Júnior, gerente-geral da Danton, há 27 pessoas à espera do modelo, que pode chegar a 90 dias se for na cor branca. "Está uma correria grande às concessionárias".


O professor de Economia da Universidade Federal da Bahia  Raimundo Torres comenta que as pessoas estão encarando esaa redução como uma oportunidade, já que a redução do IPI não foi determinada por lei e pode ser alterada a qualquer momento. "Ela está prevista para acabar dia 31 de agosto, mas pode ser amanhã. É uma oportunidade de mercado. Por isso que as pessoas estão nesta corrida", diz.

Torres esteve pessoalmente em uma das concessionárias ouvidas na matéria no último sábado e resumiu a situação: "Não consegui entrar. Estava mais cheio do que em época de feirão". O economista aconselha os consumidores que tenham paciência e visitem várias concessionárias antes de fechar negócio.


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