NOSSA REGIÃO
Jornal O VALE
February 3, 2012 - 03:06
Sindicato mantém área abandonada na zona leste
Claudio Capucho
Gleba é mote de polêmica em redes sociais; internautas defendem doação de terras a famílias sem-teto
Carolina Teodora
São José dos Campos
Principal avalista do movimento sem-teto em São José dos Campos, o Sindicato dos Metalúrgicos mantém abandonado um terreno de pelo menos 3.000 metros quadrados no distrito de Eugênio de Melo (zona leste da cidade).
A gleba é o mote da mais nova polêmica em torno da desocupação do Pinheirinho. Nas redes sociais, internautas contrários ao movimento sem-teto defendem que o terreno do sindicato seja doado às famílias desalojadas como prova do apoio irrestrito da entidade à causa.
Localizada às margens da estrada velha São Paulo-Rio de Janeiro, a área foi comprada há seis anos pelo Sindicato dos Metalúrgicos para construção de um clube para a categoria.
Até hoje, porém, o espaço de lazer não saiu do papel e o terreno permanece vazio, sem nenhuma benfeitoria.
“O sindicato manter um terreno improdutivo é mais um dos exemplos que mostram que o movimento é falso e politiqueiro. Eles não fazem o que defendem”, afirmou Alexandre Blanco, presidente de PSDB em São José.
“Eles \[sindicalistas\] só sabem usar essa população como massa de manobra para criar um clima de instabilidade na cidade”, completou.
Tabu. O projeto do clube é tratado como verdadeiro tabu pelo sindicato, que evita falar sobre o assunto.
Procurada pela reportagem, a entidade se negou a fornecer informações sobre o valor e a metragem do terreno --a gleba tem aproximadamente 40 metros de frente por 80 metros de comprimento, cercados por uma cerca de arame farpado com uma placa informando o proprietário.
Vizinhos do terreno são contrários a proposta da ‘corrente virtual’ de que a área seja doada aos sem-teto.
“Vivemos em paz aqui”, disse Maria Aparecida Lacerda, 63 anos, que mora do outro lado do terreno há 10 anos.
Outra moradora do bairro que não quis se identificar disse que ouviu dizer que a área vai se transformar em um clube. “Já ouvimos dizer várias coisas do terreno entre elas que iria se transformar em um condomínio residencial e o outro boato mais recente é que iria virar um clube”, disse.
Ligação. A ligação do Sindicato dos Metalúrgicos com o movimento sem-teto é forte.
A entidade sempre colocou sua estrutura à disposição dos sem-teto e, em contrapartida, sempre contou com os moradores do Pinheirinho para engrossar suas mobilizações --sejam políticas, como a campanha contra o aumento salarial dos vereadores, ou sindicais.
Também vem do sindicato o salário pago ao principal líder do movimento sem-teto, Valdir Martins de Souza, o Marrom, que ocupa um cargo ‘fantasma’ na instituição.
Marrom representa “a base de trabalhadores” da Tecsat, empresa que não tem mais fábrica em São José desde o final de 2007. Por mês, ele recebe cerca de R$ 3.000.
Marrom, que dedica 100% do seu tempo ao movimento, chegou a dizer à reportagem que o terreno de Eugênio de Melo não é do Sindicato dos Metalúrgicos, e sim de uma “associação de aposentados”, mas não quis dar mais detalhes sobre o assunto.
São José dos Campos
Principal avalista do movimento sem-teto em São José dos Campos, o Sindicato dos Metalúrgicos mantém abandonado um terreno de pelo menos 3.000 metros quadrados no distrito de Eugênio de Melo (zona leste da cidade).
A gleba é o mote da mais nova polêmica em torno da desocupação do Pinheirinho. Nas redes sociais, internautas contrários ao movimento sem-teto defendem que o terreno do sindicato seja doado às famílias desalojadas como prova do apoio irrestrito da entidade à causa.
Localizada às margens da estrada velha São Paulo-Rio de Janeiro, a área foi comprada há seis anos pelo Sindicato dos Metalúrgicos para construção de um clube para a categoria.
Até hoje, porém, o espaço de lazer não saiu do papel e o terreno permanece vazio, sem nenhuma benfeitoria.
“O sindicato manter um terreno improdutivo é mais um dos exemplos que mostram que o movimento é falso e politiqueiro. Eles não fazem o que defendem”, afirmou Alexandre Blanco, presidente de PSDB em São José.
“Eles \[sindicalistas\] só sabem usar essa população como massa de manobra para criar um clima de instabilidade na cidade”, completou.
Tabu. O projeto do clube é tratado como verdadeiro tabu pelo sindicato, que evita falar sobre o assunto.
Procurada pela reportagem, a entidade se negou a fornecer informações sobre o valor e a metragem do terreno --a gleba tem aproximadamente 40 metros de frente por 80 metros de comprimento, cercados por uma cerca de arame farpado com uma placa informando o proprietário.
Vizinhos do terreno são contrários a proposta da ‘corrente virtual’ de que a área seja doada aos sem-teto.
“Vivemos em paz aqui”, disse Maria Aparecida Lacerda, 63 anos, que mora do outro lado do terreno há 10 anos.
Outra moradora do bairro que não quis se identificar disse que ouviu dizer que a área vai se transformar em um clube. “Já ouvimos dizer várias coisas do terreno entre elas que iria se transformar em um condomínio residencial e o outro boato mais recente é que iria virar um clube”, disse.
Ligação. A ligação do Sindicato dos Metalúrgicos com o movimento sem-teto é forte.
A entidade sempre colocou sua estrutura à disposição dos sem-teto e, em contrapartida, sempre contou com os moradores do Pinheirinho para engrossar suas mobilizações --sejam políticas, como a campanha contra o aumento salarial dos vereadores, ou sindicais.
Também vem do sindicato o salário pago ao principal líder do movimento sem-teto, Valdir Martins de Souza, o Marrom, que ocupa um cargo ‘fantasma’ na instituição.
Marrom representa “a base de trabalhadores” da Tecsat, empresa que não tem mais fábrica em São José desde o final de 2007. Por mês, ele recebe cerca de R$ 3.000.
Marrom, que dedica 100% do seu tempo ao movimento, chegou a dizer à reportagem que o terreno de Eugênio de Melo não é do Sindicato dos Metalúrgicos, e sim de uma “associação de aposentados”, mas não quis dar mais detalhes sobre o assunto.
'Terreno pertence à categoria'
São José dos Campos
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Vivaldo Moreira Araújo, afirma que o terreno em Eugênio de Melo “é dos 16 mil trabalhadores filiados à entidade”.
Para ele, é dever do Estado e da prefeitura garantir moradia aos ex-moradores do Pinheirinho. “É dever deles resolver a questão, que já estava resolvida mas o governo optou em tirar as famílias de lá.”
Segundo Vivaldo, uma possível doação do terreno aos sem-teto não é viável.
“Primeiro, porque não cabe à direção do sindicato decidir. Segundo, porque o terreno é dos trabalhadores, está com todos os impostos em dia e identificado. Diferente do Pinheirinho, que é de um especulador que deve muito dinheiro aos cofres públicos”.
Ele disse esperar que o sindicato tenha “estrutura financeira” para começar a obra do clube. “Desde a doação trabalhamos para regularizar a documentação da área.”
SAIBA MAIS
O terreno
O Sindicato dos Metalúrgicos mantém um terreno no bairro do Galo Branco há seis anos
PolêmicaPolíticos da oposição e moradores de São José defendem que a gleba seja doada aos desabrigados do Pinheirinho
Clube De acordo com o sindicato, é dever do Estado garantir moradia aos sem-teto e que terreno é de todos os 16.000 trabalhadores filiados
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