Funilândia (MG) - A cidade candidata a receber fábrica de iPads da Foxconn tem infraestrutura precária
Paulo Henrique Lobato - Estado de Minas
Publicação: 26/02/2012 07:28 Atualização: 26/02/2012 07:34
Trecho de rua sem pavimentação na cidade de Funilândia |
A aeronave, explica ele, trouxe uma comitiva da gigante taiwanesa Foxconn para conhecer o município. A multinacional asiática, cujo faturamento anual gira em torno de US$ 100 milhões, pretende erguer um complexo tecnológico na região, estimado em R$ 2,5 bilhões, para produzir telas e componentes para iPad. Esse é um dos projetos que mais interessam ao governo de Minas na atualidade. E a pacata Funilândia é séria candidata a receber a planta da empresa, pois está a apenas 47 quilômetros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
Os estrangeiros chegaram ao lugarejo, cuja economia é domada pela agropecuária, às 8h30. Escoltados pela Polícia Militar, entraram em carros com ar condicionado, passaram em frente à barbearia de Lilico, entraram na MG-424 e seguiram até próximo à vizinha Prudente de Morais. Por cerca de duas horas, observaram extensas terras vazias. Durante toda a visita, evitaram conversar com os nativos. “Aliás, só falavam em inglês”, conta uma pessoa, que prefere o anonimato, ligada à política local.
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Foxconn mira perto de Confins Foxconn será base de polo tecnológico Foxconn vai instalar fábrica na Grande BH Foxconn recebe autorização para produzir iPad no Brasil com incentivo fiscalO sonho dela de melhoria da economia local com geração de mais empregos e renda é o mesmo de Elcimar Miranda, de 57, o maior empregador privado do lugarejo. Dono de uma farmácia e de uma mercearia, ele conta com 12 colaboradores. “Se os asiáticos vierem, tudo ficará diferente. Já planejo ampliar a mercearia.” Lilico também está otimista: “A economia de Funilândia vai engordar”.
Principal carência
A cidade que sonha entrar para a rota do desenvolvimento econômico de Minas terá de receber pesados aportes em infraestrutura se quiser abrigar a fábrica da Foxconn. A começar pela rodovia que liga o município à vizinha Prudente de Morais: o asfalto da MG-424, de pista simples e sem acostamento, precisa ser reparado, pois o piso dos 14 quilômetros está bastante desgastado. A ausência de acostamento é outro predicado negativo.
Também faltam investimentos em telefonia. Apenas a Claro explora o setor no local. A rede bancária é outro problema. Somente uma agência do Bradesco e um posto do Banco do Brasil, que funciona em parceria com os Correios, atendem os moradores. No caso de hospedagem, Funilândia conta com uma pousada e um pequeno hotel. Posto de combustíveis? Apenas um.
O prefeito Leonardo Azeredo já reconheceu que o município precisa de investimentos em infraestrutura, caso seja escolhido para abrigar a unidade da Foxconn. Ele pretende conseguir, amanhã ou nos próximos dias, uma audiência com o governador Antonio Anastasia ou representantes do estado para saber detalhes da negociação.
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