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Jornal O VALE
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February 21, 2012 - 02:00
Em quatro anos, número de candidatos à Câmara sobe 41%
Thiago Leon
Eleição deste ano em S. José terá média de 21 candidatos para cada cadeira de vereador; em 2008, proporção foi de 15 por 1
Beatriz RosaSão José dos Campos
A eleição deste ano deve mobilizar pelo menos 450 candidatos a vereador em São José dos Campos.
A eleição deste ano deve mobilizar pelo menos 450 candidatos a vereador em São José dos Campos.
A possibilidade de ampliação do número de cadeiras na Câmara levou muitos partidos a fortalecerem seus quadros. Ao todo, estarão em disputa 21 vagas --média de 21,4 candidatos por vaga.
O número estimado pelos partidos é 41% maior que o de 2008, quando 319 candidatos disputaram vagas no Legislativo. A média era de 15,1 candidatos por vaga.
Para aumentar seus quadros, os maiores partidos apostam em coligações com legendas nanicas.
Sozinha, cada legenda pode lançar 32 nomes ao Legislativo. Coligada, esse número pode chegar a 42.
Somado a isso, o surgimento de novas siglas, como o PSD, e o fortalecimento de outras, como PTB e PP, também irão tornar o pleito mais concorrido em São José.
Os candidatos, por sua vez, são atraídos pelas regalias do cargo: subsídio mensal de R$ 10.173, verba de R$ 23.888 para contratar até 11 assessores, 300 litros de gasolina, motorista à disposição e crédito de R$ 220 no celular corporativo todos os meses.Projeção. Maior bancada na Câmara de São José, o PSDB possui seis vereadores. A meta nesse ano é ganhar mais uma. Para isso, o partido diz investir pesado na formação de seus pré-candidatos.
“O PSDB vai apostar na seleção para escolher seus melhores candidatos. Vamos começar a fazer entrevistas para levantar o perfil dos candidatos”, disse o presidente do diretório do PSDB em São José, Alexandre Blanco.
Segundo ele, um dos fatores que estimulou a corrida pelas candidaturas foi a expectativa de ampliação do número de vagas, das atuais 21 para 27.
“Os partidos se prepararam para ter bancadas maiores. Partidos que achavam que não tinham chance e até os pequenos se fortaleceram com a expectativa das 27 cadeiras.”
Negociações. Segundo o presidente do PT em São José, Wagner Balieiro, o partido ainda estuda se terá coligação proporcional. O grupo político do partido irá incluir legendas como PMDB, PR, PSC e PSDC. Serão pelo menos duas chapas com 42 nomes, além dos 32 nomes petistas --116 nomes.
O DEM aposta em seus atuais três vereadores para garantir cadeiras. “Essa eleição será muito mais concorrida, e vai pesar na escolha o serviço prestado pelo vereador”, disse o presidente do diretório do DEM, Jorley Amaral.
“Partido grande normalmente tem chapa completa, estamos procurando partidos menores para somar os 42.”
O PSB também vai se coligar para aumentar as chances.
“Tenho certeza que vai ter mais gente na disputa, 450 no mínimo, porque os partidos se reforçaram”, disse o vereador Walter Hayashi.
A coligação PV/PSL tem 100 pré-candidatos. “Essa coligação vai lançar 42 nomes, todos com chance reais de serem eleitos. O partido trabalha pela eleição de, no mínimo, dois vereadores”, disse o vereador Cristiano Pinto Ferreira (PV).
Voo solo. Por opção, o PPS deve ser um dos poucos a largar sozinho na disputa, com 32 nomes. Segundo o presidente Antonio Roberto de Siqueira, o partido quer manter suas duas cadeiras e ganhar mais uma. “Temos uma chapa com 56 nomes para filtrar, desse total 30% são mulheres. Temos mais de dez candidatas fortes, principalmente nas regiões sul, norte e leste."
Quociente'Linha de corte' pode superar 20 mil votosSão José dos CamposA estimativa é que sejam necessários 21.077 votos para eleger um vereador[/TXT] em São José nas eleições deste ano. Isso se todos os 442.622 eleitores do município votarem.
O sistema de eleição proporcional para vereadores funciona dividindo o número de vagas em disputa pelo número de votos válidos. Desta divisão sai o número de votos a ser atingido (quociente eleitoral) pelos partidos.
Para efeito comparativo, na eleição de 2008 os 319 candidatos ao Legislativo disputaram os votos de 414.353 eleitores. Desse total, 333.960 foram válidos. Dividindo esses votos pelas 21 vagas, foi estabelecido um quociente eleitoral de 15.902 votos à época.
Com o aumento dos eleitores na cidade, subiu também o quociente.
Para o cientista político Alacir Arruda, as coligações proporcionais estão sendo utilizadas com clientelismo.
“Os partidos grandes se coligam com os pequenos, mas quem se elege são sempre os grandes caciques” disse.
“É uma troca de interesses. Para ampliar o quadro de grandes partidos, os pequenos se contentam com cargos.”