Jornal O VALE
October 20, 2011 - 04:02
REGIÃO
Sindicato recorre ao governo contra PDV da GM em S. José
Cláudio Capucho
Entidade pede ‘socorro’ à Presidência para evitar corte definitivo de postos de trabalho na fábrica local; programa de demissão deve atingir ao menos 400 empregados, entre setores administrativo e produção
Chico Pereira
São José dos Campos
A direção do Sindicato dos Metalúrgicos decidiu recorrer ao governo federal na tentativa de evitar que o PDV (Programa de Demissões Voluntárias) anunciado anteontem pela General Motors provoque o fechamento de postos de trabalho na fábrica de São José dos Campos.
Ontem, o sindicato enviou pedido de reunião emergencial à Secretaria Geral da Presidência da República e ao Ministério do Trabalho.
O anúncio do PDV provocou temor na cidade sobre um possível ‘enxugamento’ definitivo do efetivo na cidade, ou até mesmo o fechamento da fábrica.
O sindicato afirma que “vai exigir estabilidade para todos os trabalhadores, que a empresa não feche postos de trabalho e garanta a reposição de vagas abertas pelas adesões ao PDV, com o mesmo nível salarial dos que aderirem ao programa”.
“Em meio aos subsídios e isenções à indústria automotiva, é inadmissível que a empresa apele para demissões e o governo se mantenha calado”, disse o secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, referindo-se ao aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados, medida anunciada há um mês e que beneficia montadoras instaladas no país.
Meta. Para o sindicato, o PDV teria como meta a adesão de 400 empregados. “Esse grupo é formado por trabalhadores que estão perto da aposentadoria e por aposentados que retornaram à indústria”, disse o presidente do sindicato, Vivaldo Araújo.
Segundo ele, informações obtidas pelo sindicato revelam que pelo menos 80 trabalhadores já teriam aderido ao PDV.
A planta de São José emprega 8.907 funcionários --a maior na linha de produção.
Araújo rebateu as críticas que apontam suposto risco de São José “perder novos investimentos da empresa e até possível fechamento da unidade por causa da política de confronto do sindicato”. “Essa avaliação é um delírio. O sindicato defende os interesses dos trabalhadores e também da população”, afirmou o dirigente.
A montadora lançou o PDV em todas as fábricas no país para mensalistas (setor administrativo) e também para horistas (produção) em São José.
A GM informou que o programa está relacionado à “intensa competitividade do mercado brasileiro, além dos crescentes custos de mão de obra, matérias primas e insumos”.
No entanto, o presidente da GM na América do Sul, Jaime Ardila, informou, em relação ao corte em São José, que a decisão está relacionada ao fato de a empresa ter concentrado a produção de novas modelos nas fábricas de São Caetano do Sul e Gravataí (RS), onde está contratando para ampliar os turnos de produção.
Mantido. Ontem, a assessoria da empresa informou que os investimentos previstos pela GM no Brasil até 2012, no valor de R$ 5 bilhões, estão mantidos. Em São José, são cerca de R$ 700 milhões.
São José dos Campos
A direção do Sindicato dos Metalúrgicos decidiu recorrer ao governo federal na tentativa de evitar que o PDV (Programa de Demissões Voluntárias) anunciado anteontem pela General Motors provoque o fechamento de postos de trabalho na fábrica de São José dos Campos.
Ontem, o sindicato enviou pedido de reunião emergencial à Secretaria Geral da Presidência da República e ao Ministério do Trabalho.
O anúncio do PDV provocou temor na cidade sobre um possível ‘enxugamento’ definitivo do efetivo na cidade, ou até mesmo o fechamento da fábrica.
O sindicato afirma que “vai exigir estabilidade para todos os trabalhadores, que a empresa não feche postos de trabalho e garanta a reposição de vagas abertas pelas adesões ao PDV, com o mesmo nível salarial dos que aderirem ao programa”.
“Em meio aos subsídios e isenções à indústria automotiva, é inadmissível que a empresa apele para demissões e o governo se mantenha calado”, disse o secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, referindo-se ao aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados, medida anunciada há um mês e que beneficia montadoras instaladas no país.
Meta. Para o sindicato, o PDV teria como meta a adesão de 400 empregados. “Esse grupo é formado por trabalhadores que estão perto da aposentadoria e por aposentados que retornaram à indústria”, disse o presidente do sindicato, Vivaldo Araújo.
Segundo ele, informações obtidas pelo sindicato revelam que pelo menos 80 trabalhadores já teriam aderido ao PDV.
A planta de São José emprega 8.907 funcionários --a maior na linha de produção.
Araújo rebateu as críticas que apontam suposto risco de São José “perder novos investimentos da empresa e até possível fechamento da unidade por causa da política de confronto do sindicato”. “Essa avaliação é um delírio. O sindicato defende os interesses dos trabalhadores e também da população”, afirmou o dirigente.
A montadora lançou o PDV em todas as fábricas no país para mensalistas (setor administrativo) e também para horistas (produção) em São José.
A GM informou que o programa está relacionado à “intensa competitividade do mercado brasileiro, além dos crescentes custos de mão de obra, matérias primas e insumos”.
No entanto, o presidente da GM na América do Sul, Jaime Ardila, informou, em relação ao corte em São José, que a decisão está relacionada ao fato de a empresa ter concentrado a produção de novas modelos nas fábricas de São Caetano do Sul e Gravataí (RS), onde está contratando para ampliar os turnos de produção.
Mantido. Ontem, a assessoria da empresa informou que os investimentos previstos pela GM no Brasil até 2012, no valor de R$ 5 bilhões, estão mantidos. Em São José, são cerca de R$ 700 milhões.
Cury diz estar preocupado, mas ‘entende ajuste interno’São José dos Campos
O prefeito Eduardo Cury (PSDB) informou ontem que está preocupado com o novo PDV lançado pela GM.
Em nota divulgada no começo da noite por sua assessoria, Cury diz que “a prefeitura acompanha com proximidade e preocupação o episódio, mas entende que esse é um ajuste interno da empresa”.
Anteontem, o secretário de Desenvolvimento Econômico, José de Mello Corrêa, também informou que o governo está atento ao assunto. Mello disse se tratar de ajuste interno.
Já o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Almir Fernandes, voltou a criticar ontem o Sindicato dos Metalúrgicos.
Para ele, a postura política do sindicato impede novos investimentos da montadora na planta de São José.
“Em outras unidades, a GM está contratando e criando turno. Em São José, a empresa não consegue fechar acordos com o sindicato, porque a exigência é muito alta e isso inviabiliza novos investimentos”, disse. Na avaliação do dirigente, a unidade da GM continuará “sendo esvaziada”.
Empregos. A GM lidera a segunda cadeia produtiva que mais emprega na cidade, atrás somente do setor aeronáutico, encabeçado pela Embraer.
O prefeito Eduardo Cury (PSDB) informou ontem que está preocupado com o novo PDV lançado pela GM.
Em nota divulgada no começo da noite por sua assessoria, Cury diz que “a prefeitura acompanha com proximidade e preocupação o episódio, mas entende que esse é um ajuste interno da empresa”.
Anteontem, o secretário de Desenvolvimento Econômico, José de Mello Corrêa, também informou que o governo está atento ao assunto. Mello disse se tratar de ajuste interno.
Já o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Almir Fernandes, voltou a criticar ontem o Sindicato dos Metalúrgicos.
Para ele, a postura política do sindicato impede novos investimentos da montadora na planta de São José.
“Em outras unidades, a GM está contratando e criando turno. Em São José, a empresa não consegue fechar acordos com o sindicato, porque a exigência é muito alta e isso inviabiliza novos investimentos”, disse. Na avaliação do dirigente, a unidade da GM continuará “sendo esvaziada”.
Empregos. A GM lidera a segunda cadeia produtiva que mais emprega na cidade, atrás somente do setor aeronáutico, encabeçado pela Embraer.
ENTENDA O PDV DA GM
Programa
Demissão
GM abre programa de demissão voluntária na unidade de São José dos Campos
Meta
Desconhecida
Empresa não informa a meta de adesão ao programa
Prazo
Sem definição
GM também não informa o prazo de permanência do PDV
Alvo
Setores
O PDV é para todos os trabalhadores da empresa (setores administrativo e produtivo)
Objetivo
Redução
Empresa informa que a redução visa ajustes internos e foi motivada pela concorrência
acirrada do mercado, alta de insumos e de mão de obra
Funcionários
Número
A fábrica de São José emprega 8.907 trabalhadores
Sindicato
Avaliação
Sindicato avalia que o alvo seria os funcionários com mais tempo de casa e aposentados
Adesão
Estimativa
Segundo a direção do sindicato, pelo menos 80 trabalhadores já teriam aderido ao PDV
Investimento
Mantido
GM diz que mantém investimentos previstos na unidade
Demissão
GM abre programa de demissão voluntária na unidade de São José dos Campos
Meta
Desconhecida
Empresa não informa a meta de adesão ao programa
Prazo
Sem definição
GM também não informa o prazo de permanência do PDV
Alvo
Setores
O PDV é para todos os trabalhadores da empresa (setores administrativo e produtivo)
Objetivo
Redução
Empresa informa que a redução visa ajustes internos e foi motivada pela concorrência
acirrada do mercado, alta de insumos e de mão de obra
Funcionários
Número
A fábrica de São José emprega 8.907 trabalhadores
Sindicato
Avaliação
Sindicato avalia que o alvo seria os funcionários com mais tempo de casa e aposentados
Adesão
Estimativa
Segundo a direção do sindicato, pelo menos 80 trabalhadores já teriam aderido ao PDV
Investimento
Mantido
GM diz que mantém investimentos previstos na unidade
Contratação
S. Caetano e Gravataí vão na contramãoEnquanto a empresa busca enxugar o setor produtivo da unidade de São José dos Campos, nas plantas de São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS), a montadora contrata trabalhadores para novos projetos em desenvolvimento, segundo sindicatos dos metalúrgicos das cidades. A unidade de S. Caetano emprega 12.190 trabalhadores e a de Gravataí, 2.700 (só montagem).
S. Caetano e Gravataí vão na contramãoEnquanto a empresa busca enxugar o setor produtivo da unidade de São José dos Campos, nas plantas de São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS), a montadora contrata trabalhadores para novos projetos em desenvolvimento, segundo sindicatos dos metalúrgicos das cidades. A unidade de S. Caetano emprega 12.190 trabalhadores e a de Gravataí, 2.700 (só montagem).
Mercado
Estoque de veículos permanece em alta A indústria automobilística permanece com estoques elevados, suficientes para mais de um mês de vendas, depois de queda de 4,9% no mês passado na comparação com agosto. O setor obteve na primeira quinzena de outubro leve recuperação, mas puxada pelo segmento de caminhões e ônibus. Foram licenciados 152.080 veículos novos na primeira quinzena deste mês.
Estoque de veículos permanece em alta A indústria automobilística permanece com estoques elevados, suficientes para mais de um mês de vendas, depois de queda de 4,9% no mês passado na comparação com agosto. O setor obteve na primeira quinzena de outubro leve recuperação, mas puxada pelo segmento de caminhões e ônibus. Foram licenciados 152.080 veículos novos na primeira quinzena deste mês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário