domingo, 30 de outubro de 2011

IGREJA UNIVERSAL DA REGENERAÇÃO DO HOMEM PELO PODER DE JESUS CRISTO



NOSSA REGIÃO
Jornal O VALE

October 29, 2011 - 16:33

Igrejas proliferam em São José

Igrejas proliferam na região
Victor Moriyama
Em média, um novo espaço religioso surge na cidade a cada 36 dias; só nos últimos dois anos, surgiram 28 templos
Xandu AlvesSão José dos Campos
A fé move montanhas, mas também abre igrejas e arrasta multidões para os templos. Entre 2009 e outubro deste ano, 28 igrejas foram abertas em São José dos Campos. Em média, um novo espaço religioso surgiu na cidade a cada 36 dias.
Hoje, o cadastro mobiliário da prefeitura registra 173 igrejas e templos religiosos no município, além de quatro centros de umbanda.
E a tendência é que surjam cada vez mais espaços para a prática da fé, seja ela qual for.


Densidade. Esse movimento causa um efeito de “densidade religiosa” em bairros como Jardim Paulista, na região central, e Campo dos Alemães, na zona sul. Ambos concentram diversas igrejas em áreas reduzidas.
No Jardim Paulista, no espaço de três quarteirões, há nada menos do que 11 igrejas, sendo um católica e 10 evangélicas.
Há moradores que reclamam do barulho que os devotos fazem em cultos e missas. “No domingo à noite, as igrejas fazem um barulho danado quando celebram ao mesmo tempo”, disse Ricardo Salvador, 45 anos, motorista e morador do bairro.


Força divina. O pastor Rodolfo do Nascimento, 47 anos, da Assembleia de Deus do Jardim Paulista, adota a política de boa vizinhança. “Converso com os vizinhos da igreja para saber se está tudo bem”, diz.
Cabeleireiro durante o dia, o pastor atribui à força divina a abertura de igrejas evangélicas na cidade. Mas ele admite que há exageros. “A igreja tem um papel importante na sociedade, mas há pastores com outros interesses.”
Batizada de Avenida dos Evangélicos, no Campo dos Alemães, a via concentra nada menos do que oito igrejas diferentes. Há templos em garagens e aqueles que dividem a mesma parede.
Longe das discussões teológicas, os fieis aprovam a proliferação das igrejas. “As pessoas podem escolher aquela na qual tem um verdadeiro encontro com Jesus”, diz Sônia Oana, 42 anos, ex-católica que virou evangélica.


Capelas. A Diocese de São José administra 129 igrejas na cidade, das quais quatro começaram a ser erguidas a partir de 2009. O número não entra no cadastro imobiliário porque a Igreja Católica só abre templo em terreno próprio e construído, chamado de “espaço sagrado”, não em imóvel alugado ou adaptado.
Para o coordenador diocesano de Pastoral, padre Edinei Batista, a construção de novas igrejas depende da organização e crescimento das comunidades. “Começamos sempre com grupos pequenos.”
 Igrejas proliferam na região
OpiniãoPentecostais e carismáticos ganham forçaSão José dos CamposA perda dos laços com a tradição religiosa e as transformações da pós-modernidade modificaram a relação do devoto com a religião.
Os vínculos não são mais tão enraizados como no passado e as instituições tradicionais, como a Igreja Católica, perderam influência cultural e até religiosa.
Para o professor Adilson da Silva Mello, mestre em Ciências da Religião e doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), os fiéis deixaram de buscar na religião o aspecto transcendental.
Eles se voltaram a coisas comuns e ao cotidiano, procurando nas igrejas respostas aos seus problemas imediatos. A emoção venceu a razão.
Nesse contexto, avalia Mello, as religiões da linha pentecostal, como as evangélicas, e mesmo os ramos carismáticos entre os católicos, ganharam força no cenário religioso.
“As pessoas querem viver o lado afetivo do elemento religioso, mais emocional e de cunho carismático e evangélico”, diz o especialista.
Defensor da liberdade religiosa, Mello acha que não cabe ao Estado regulamentar se igrejas podem ou não ser criadas. Tampouco as instituições de governo podem evitar que uma religião se transforme em “mercadoria”. “É subjetivo afirmar se uma igreja é ou não mercadoria”, diz Mello.
Para ele, com o avanço das igrejas evangélicas e a perda de hegemonia da Igreja Católica, outro cenário se apresenta quando o assunto é religião.



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