Escutas revelam como agia quadrilha suspeita de fraude no Detran-RJ
Gravações mostram como suspeitos negociavam carteiras de habilitação.
Grupo usava molde de silicone para fraudar digitais em aulas e exames.
Escutas telefônicas - feitas com autorização da Justiça - mostram como agia uma quadrilha suspeita de vender carteiras de habilitação no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, o grupo atuava em 11 municípios do estado e emitia 200 documentos por mês, de forma ilegal.
Na sexta (21), uma operação da Polícia Civil prendeu 30 suspeitos de envolvimento no esquema, entre eles prestadores de serviço, despachantes e funcionários do Detran-RJ.
As escutas telefônicas foram feitas durante seis meses. A Polícia Civil acompanhou conversas de despachantes, empregados de autoescolas e funcionários do Detran. Segundo um dos investigadores, um dos telefonemas, entre dois suspeitos, mostra como a quadrilha negociava a carteira – no caso, categoria “D”, que habilita motoristas a dirigir vans e ônibus, inclusive escolares.
Na sexta (21), uma operação da Polícia Civil prendeu 30 suspeitos de envolvimento no esquema, entre eles prestadores de serviço, despachantes e funcionários do Detran-RJ.
As escutas telefônicas foram feitas durante seis meses. A Polícia Civil acompanhou conversas de despachantes, empregados de autoescolas e funcionários do Detran. Segundo um dos investigadores, um dos telefonemas, entre dois suspeitos, mostra como a quadrilha negociava a carteira – no caso, categoria “D”, que habilita motoristas a dirigir vans e ônibus, inclusive escolares.
Despachante ilegal - “Categoria ‘D’?”
Prestador de serviço - “Positivo.”
Despachante ilegal - “Então ‘tá’. Quanto é?”
Prestador de serviço - “O mesmo preço, não mudou nada.”
Despachante ilegal - “’Tá’. Cem, né isso?”
Prestador de serviço - “Isso.”
Os criminosos conseguiram driblar a identificação digital em autoescolas e postos do Detran. Os agentes estimam que atualmente estejam circulando no Rio pelo menos 5 mil motoristas que se beneficiaram com a fraude. De acordo com a polícia, quem comprou carteira de habilitação cometeu crime de falsidade ideológica e corrupção.
"O Detran-RJ vai promover todo um levantamento dessas habilitações que foram concedidas por este esquema fraudulento, que foi desbaratado pela polícia, vai revendo estes casos vai cassar todas estas habilitações", disse o delegado Fernando Villapouca, responsável pelas investigações.
Os envolvidos vão responder por formação de quadrilha, falsificação de documentos e corrupção.
Suspeitos usavam moldes de silicone
De acordo com a polícia, a fraude era em todo o processo para a retirada da carteira de habilitação. Quanto maior o número de etapas que o candidato desejava pular, maior o valor cobrado. Quem pagava, era representado pelos criminosos em aulas e exames. Eles marcavam presença usando pedaços de silicone com as digitais dos candidatos.
“O valor variaria de acordo com a falta de habilidade desse candidato. Ou seja, se ele não tinha condições sequer de passar no exame psicológico tendo por sua vez, concomitantemente, sem condições de passar no exame teórico e no exame prático, muito provavelmente ele pagaria muito mais, de R$ 800 a R$ 4 mil", disse o corregedor David Anthony.
Os criminosos conseguiram driblar a identificação digital em autoescolas e postos do Detran. Os agentes estimam que atualmente estejam circulando no Rio pelo menos 5 mil motoristas que se beneficiaram com a fraude. De acordo com a polícia, quem comprou carteira de habilitação cometeu crime de falsidade ideológica e corrupção.
"O Detran-RJ vai promover todo um levantamento dessas habilitações que foram concedidas por este esquema fraudulento, que foi desbaratado pela polícia, vai revendo estes casos vai cassar todas estas habilitações", disse o delegado Fernando Villapouca, responsável pelas investigações.
Os envolvidos vão responder por formação de quadrilha, falsificação de documentos e corrupção.
Suspeitos usavam moldes de silicone
De acordo com a polícia, a fraude era em todo o processo para a retirada da carteira de habilitação. Quanto maior o número de etapas que o candidato desejava pular, maior o valor cobrado. Quem pagava, era representado pelos criminosos em aulas e exames. Eles marcavam presença usando pedaços de silicone com as digitais dos candidatos.
“O valor variaria de acordo com a falta de habilidade desse candidato. Ou seja, se ele não tinha condições sequer de passar no exame psicológico tendo por sua vez, concomitantemente, sem condições de passar no exame teórico e no exame prático, muito provavelmente ele pagaria muito mais, de R$ 800 a R$ 4 mil", disse o corregedor David Anthony.
Imagens mostram suspeitos
Imagens gravadas pela corregedoria do Detran mostram a ação da quadrilha. No vídeo, uma despachante e um instrutor de autoescola aparecem vendendo a habilitação para um motociclista. O candidato sai da fila da prova prática e passa o dinheiro para a despachante.
Pouco depois, o motociclista vai embora, sem prestar exame. Um documento comprova que o candidato foi aprovado, sem nenhum erro na prova prática.
O promotor de Justiça que coordenou o inquérito, Homero Freitas Filho, pediu a prisão temporária de mais de 40 pessoas. A despachante e o instrutor que aparecem nas imagens da corregedoria do Detran estão entre os presos. Também foi presa uma policial militar que trabalhava como examinadora do Detran.
Pouco depois, o motociclista vai embora, sem prestar exame. Um documento comprova que o candidato foi aprovado, sem nenhum erro na prova prática.
O promotor de Justiça que coordenou o inquérito, Homero Freitas Filho, pediu a prisão temporária de mais de 40 pessoas. A despachante e o instrutor que aparecem nas imagens da corregedoria do Detran estão entre os presos. Também foi presa uma policial militar que trabalhava como examinadora do Detran.
A polícia ainda não divulgou o teor dos depoimentos. Sobre a prisão da policial militar, a PM informou que a aguarda um comunidado da Polícia Civil para tomar as providências cabíveis.
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Segundo a polícia, os agentes apreenderam documentos, computadores e R$ 158 mil. Quase R$ 120 mil estavam na casa do chefe do posto do Detran de Rio Bonito, na Região das Baixadas Litorâneas, que está foragido.
Alguns suspeitos foram presos dentro dos postos do Detran, segundo a Polícia Civil. De acordo com a polícia, as fraudes foram identificadas em todas as fases de obtenção do documento, até mesmo na captação da impressão digital, quando os suspeitos utilizavam moldes de silicone para se passar pelo candidato.
Os presos serão indiciados por crimes como formação de quadrilha, corrupção e falsidade ideológica. Segundo a polícia, quem comprou a carteira de habilitação também vai responder criminalmente: “No âmbito administrativo, identificadas todas essas carteiras, essas carteiras serão cassadas, por que? porque elas foram obtidas de forma ilícita”, disse a corregedor David Anthony.
Outra operação
Outra operação
A primeira operação foi realizada em fevereiro de 2009. O corregedor Anthony Alves disse que participação popular através do Disque-Denúncia foi fundamental. Segundo o Ministério Público do Rio (MP-RJ), o documento era feito com material de alta qualidade e, assim, difícil de ser detectado.
O delegado Gabriel Ferrando afirmou que 90% dos principais suspeitos foram capturados. “Investigação não apontou liderança, mas sim diversas cabeças. A maioria, capturada”, declarou.
O subchefe da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, ressaltou que a operação vai prosseguir e os números de apreensões e presos devem aumentar. O delegado lembrou ainda que, através desse tipo de fraude, criminosos com pendência de mandado de prisão podiam obter uma CNH legítima com dado falso. “Dai a importância de se desmantelar essa quadrilha”, disse.
O delegado Gabriel Ferrando afirmou que 90% dos principais suspeitos foram capturados. “Investigação não apontou liderança, mas sim diversas cabeças. A maioria, capturada”, declarou.
O subchefe da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, ressaltou que a operação vai prosseguir e os números de apreensões e presos devem aumentar. O delegado lembrou ainda que, através desse tipo de fraude, criminosos com pendência de mandado de prisão podiam obter uma CNH legítima com dado falso. “Dai a importância de se desmantelar essa quadrilha”, disse.
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