08/11/2011 17h06 - Atualizado em 08/11/2011 18h26
Berlusconi vai renunciar ao cargo de premiê, anuncia presidência da Itália
Renúncia deve ocorrer após aprovação de ajustes pedidos pela Europa.
Primeiro-ministro perdeu maioria parlamentar nesta terça e era pressionado.
O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, anunciou na noite desta terça-feira (8) que o pressionado premiê Silvio Berlusconiaceitou renunciar ao cargo, tão logo consiga aprovar as medidas de ajuste econômico exigidas pela União Europeia.
O anúncio ocorre horas depois de o contestado premiê de centro-direita ter perdido a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, o que fez a oposição intensificar os pedidos pela sua saída, que já eram crescentes.
A decisão foi anunciada após encontro entre o premiê e o presidente Napolitano.
Segundo o comunicado, Berlusconi se disse preocupado com a "urgente necessidade de dar respostas pontuais às expectativas dos sócios europeus, com a aprovação dos Orçamentos de 2012, oportunamente emendados seguindo as observações e propostas da Comissão Europeia".
Feito isso, o premiê colocará o cargo à disposição de Napolitano, que fará as consultas habituais a todos os partidos políticos para formar um novo governo.
O governo Berlusconi precisa aprovar no Parlamento uma emenda aos Orçamentos de 2012, definida há uma semana pelo Conselho de Ministros.
Nela, estão as primeiras exigências feitas pela União Europeia a Berlusconi para tentar garantir a estabilidade financeira do país e evitar o contágio da crise na Zona do Euro, que poderia se estender a toda a economia mundial.
A aprovação no Parlamento estava prevista para acontecer até o fim de novembro, mas o processo pode ser acelerado após o anúncio da iminente renúncia.
Berlusconi, ao sair da reunião, disse que só acredita na possibilidade de eleições antecipadas, mas que isso deverá ser decidido por Napolitano. A outra opção é a formação de um governo provisório de técnicos.
Pressão e instabilidade
Boatos sobre a possível renúncia de Berlusconi e pressões para que ele saia do governo cresciam desde a semana passada, em meio à desconfiança de que seu gabinete não conseguiria sobreviver à votação desta terça.
Pouco antes da votação, o líder da Liga Norte, Umberto Bossi, já havia pedido a saída do premiê.
Boatos sobre a possível renúncia de Berlusconi e pressões para que ele saia do governo cresciam desde a semana passada, em meio à desconfiança de que seu gabinete não conseguiria sobreviver à votação desta terça.
Pouco antes da votação, o líder da Liga Norte, Umberto Bossi, já havia pedido a saída do premiê.
"Nós pedimos ao primeiro-ministro para renunciar", Bossi disse a jornalistas em frente ao Parlamento. Ele havia se encontrado com Berlusconi na noite de segunda.
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Bossi sugeriu que Angelino Alfano, secretário-geral do governista Partido da Liberdade e considerado o herdeiro político de Berlusconi, deveria assumir o governo.
Ex-ministro da Justiça do governo Berlusconi, Alfano poderia receber um apoio relativamente grande para liderar um governo de transição no qual entraria a oposição centrista.
Acredita-se que a Liga Norte, junto com muitos membros do PDL, esteja querendo que Berlusconi abra caminho para um novo governo de centro-direita, capaz de combater a crise econômica e restaurar a confiança dos mercados sem a necessidade de passar o poder para um governo de transição.
Na segunda, o contestado premiê de centro-direita, envolvido em vários escândalos, garantiu que não iria renunciar. No fim de semana, ele havia garantido que ainda tinha apoio parlamentar para governar.
Aparentemente, ele estava tentando negociar a volta dos dissidentes de seu partido, o que não ocorreu.
Os mercados financeiros reagem com instabilidade à incerteza política no país, em meio à crise da Zona do Euro.
Com a esperada renúncia de Berlusconi, cabe ao presidente Napolitano decidir se convoca eleições antecipadas ou se nomeia um novo governo. Um nome bastante citado para liderar um possíve governo técnico é o de Mario Monti.
Ex-ministro da Justiça do governo Berlusconi, Alfano poderia receber um apoio relativamente grande para liderar um governo de transição no qual entraria a oposição centrista.
Acredita-se que a Liga Norte, junto com muitos membros do PDL, esteja querendo que Berlusconi abra caminho para um novo governo de centro-direita, capaz de combater a crise econômica e restaurar a confiança dos mercados sem a necessidade de passar o poder para um governo de transição.
Na segunda, o contestado premiê de centro-direita, envolvido em vários escândalos, garantiu que não iria renunciar. No fim de semana, ele havia garantido que ainda tinha apoio parlamentar para governar.
Aparentemente, ele estava tentando negociar a volta dos dissidentes de seu partido, o que não ocorreu.
Os mercados financeiros reagem com instabilidade à incerteza política no país, em meio à crise da Zona do Euro.
Com a esperada renúncia de Berlusconi, cabe ao presidente Napolitano decidir se convoca eleições antecipadas ou se nomeia um novo governo. Um nome bastante citado para liderar um possíve governo técnico é o de Mario Monti.
A oposição de centro-esquerda tenta há tempos derrubar Berlusconi, envolvido em polêmicas, escândalos sexuais e processos criminais.
Os opositores também acusam o premiê de ter prioridades legislativas diretamente ligadas a seus interesses empresariais, em detrimento das necessidades do país.
No entanto, a oposição nunca conseguiu "emplacar" um líder forte, com um bom programa, para apresentar como opção a Berlusconi.
O medo é que a Itália não consiga cumprir os pagamentos de seus débitos, de cerca de US$ 2,6 trilhões, e precise de ajuda internacional.
A Europa teme que um programa de auxílio desta magnitude possa quebrar a Eurozona e arrastar consigo a economia global.
Na reunião de cúpula do G20, na semana passada, Berlusconi pediu ao FMI que monitore as reformas econômicas do país.
Na reunião de cúpula do G20, na semana passada, Berlusconi pediu ao FMI que monitore as reformas econômicas do país.
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