PF soma mais de 60 inquéritos para apurar fraudes no Dnit

As investigações já resultaram em duas prisões - e envolvem até políticos

Obras do DNIT na rodovia BR-101, em trecho dentro do estado da Bahia (Lia Lubambo)

A crise no Ministério dos Transportes - deflagrada após a revelação, por VEJA, de um esquema de corrupção operado na pasta – já culminou na demissão de 20 funcionários da pasta. E o número pode ficar ainda maior. A Polícia Federal tem em curso atualmente mais de 60 inquéritos sobre os desmandos na pasta em obras lideradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). As investigações incluem, até mesmo, políticos.

De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal O Globo, a PF tem focado os inquéritos em dirigentes estaduais do Dnit, considerado o coração do esquema de desvio de dinheiro público operado nos Transportes. As investigações, porém, podem atingir também os ex-diretores nacionais exonerados nas últimas semanas.

A devassa da PF no ministério é considerada tão abrangente pelos investigadores que está descartada, por enquanto, a abertura de novos inquéritos a partir da revelação de mais escândalos na pasta. Até agora, caíram na esteira da crise o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e mais 19 pessoas – a maioria funcionários do Dnit.

As investigações da PF já resultaram na prisão de dois superintendentes do órgão: um no Ceará, Guedes Neto, e outro no Rio Grande do Norte, Fernando Rocha. Segundo o jornal, Guedes foi preso durante a operação Mão Dupla, no ano passado. Os agentes verificaram indícios de que o ex-diretor do Dnit comandava um esquema que favorecia empreiteiras lideradas pela Delta e também fraudava as obras de uma ponte na BR-304 e de recapeamento da BR-116. As duas obras, próximas a Fortaleza, pertenciam ao PAC.

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