sexta-feira, 3 de agosto de 2012

GM/SJC, ESTÁ INVESTINDO EM OUTRAS PLANTAS


NOSSA REGIÃO
JORNAL O VALE
August 3, 2012 - 02:23

Alckmin promete ajudar a GM

Alckmin reunido com o Sindicato dos Metalúrgicos. Foto: Gilberto Marques (Governo de SP))
Alckmin reunido com o Sindicato dos Metalúrgicos. Foto: Gilberto Marques (Governo de SP)
Setor de produção da MVA da GM
Setor de produção da MVA da GM
Na véspera da reunião decisiva sobre destino de quase 2.000 operários, tucano diz que ainda vai tentar manter empregos
São José dos Campos

Às vésperas da reunião que pode selar o destino de 2.000 funcionários da General Motors em São José dos Campos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se comprometeu ontem a apresentar propostas à montadora para tentar evitar a demissão em massa.
Após se reunir em seu gabinete com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos, Alckmin afirmou que vai procurar a direção da GM e o governo federal e propor que a empresa mantenha na cidade a produção do Classic para evitar a demissão.
“A nossa posição é totalmente favorável à manutenção do emprego”, afirmou.
Anteontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) já havia descartado interferir na crise da GM.
Alckmin disse que a permanência da produção do Classic em São José, além de garantir emprego, possibilitaria tempo para novos investimentos, com a criação de uma nova linha. Ele relatou que o Estado tem o programa ‘Pró-Veículo’ para estimular a atração de investimentos no setor no Estado.
O programa é financiado com a liberação de créditos retidos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em troca de investimentos no Estado.
“Vamos entrar em entendimentos com a direção da GM e com o governo federal”, afirmou o governador.

Positivo. O presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, disse que o encontro com Alckmin foi positivo. “O governador se posicionou claramente contra demissões na GM. Os governos federal e estadual podem evitar demissões em São José”, disse.

Desativação. A GM afirma que há excedentes de funcionários na linha de produção MVA. Dos quatro modelos montados no setor, apenas o Classic ainda é produzido.
Segundo o sindicato, a maioria dos 1.500 empregados do MVA está ociosa com a redução da produção.
A reunião de ontem foi a última tentativa política do sindicato antes do encontro de amanhã com a GM para definir o destino dos operários. O prazo foi dado como final na negociação que se arrasta há um mês.
Protesto de funcionários da GM na Dutra em S. José. Foto: Victor Moriyama
Foto:Victor Moriyama

Montadora volta a produzir hoje
São José dos Campos

Após um dia de paralisação e protestos, a fábrica da General Motors em São José volta a operar hoje normalmente.
Os cerca de 7.200 empregados da planta da montadora na cidade cruzaram os braços ontem pela terceira vez este ano contra a ameaça de demissão em massa na unidade.
A paralisação foi decidida pela manhã, em assembleia, depois que parte dos operários interrompeu o trânsito na rodovia Presidente Dutra por cerca de uma hora, para chamar a atenção do governo federal para a crise na planta local.
A direção da GM acolheu o pedido do sindicato e considerou a paralisação de ontem como licença remunerada.
“A General Motors do Brasil acatou, por liberalidade, a solicitação feita pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), de concessão de licença remunerada por um dia, para todos os empregados do Complexo Industrial da empresa em São José nesta quinta-feira (ontem) com o objetivo de se preservar a integridade física de todos os colaboradores”, informou a empresa.
Mesma medida foi adotada pela empresa no dia 24 de julho, com o mesmo argumento.

Protesto. No dia 16 de julho, os empregados da montadora paralisaram as atividades por 24 horas. Nesta semana, os operários também atrasaram em uma hora a entrada, com o mesmo objetivo.

Clima é de apreensão na fábrica, diz operário
São José dos Campos

O clima de apreensão toma conta dos funcionários da GM que trabalham no MVA. A ameaça de fechamento do setor fica mais concreta a cada dia. Por conta disso, boa parte acredita que a paralisação da via Dutra é uma das poucas alternativas que ainda restam.
É o caso do montador F.A., 32 anos, funcionário da GM há cinco anos. Ele, que sustenta sozinho a família, disse que está perdendo o sono todos os dias com medo da demissão.
Embora esteja bastante apreensivo, ele ainda acredita num desfecho positivo. “Mobilizações são importantes. Sem elas, nós ficamos ainda mais fracos. Tenho medo que aconteça com a gente o que aconteceu na Embraer em 2009, quando milhares foram para a rua”, afirmo referindo-se aos quase 4.000 cortes na fabricante.
“Antes, nós fazíamos 40 carros por hora. Ontem (anteontem), foram apenas 10. Tudo indica que a linha de produção vai acabar”, afirmou ele.
“Não trabalho no MVA, mas vim prestar uma solidariedade aos amigos. O problema, na verdade, é de todo mundo aqui. É da empresa”, disse outro trabalhador.

Protesto de funcionários da GM na Dutra em S. José. Foto: Victor Moriyama
Foto:Victor Moriyama
Indústria
Anfavea prevê nível de emprego mantido
O nível de emprego na indústria automobilística deverá ser mantido, mesmo com o fim dos incentivos para o setor (redução do IPI), previsto para o próximo dia 31. A avaliação é do presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, que esteve ontem com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para apresentar o balanço do setor referente a julho.
Governo federal
Mantega diz que não vai interferir na GM
O governo federal já descartou esta semana intervir na crise da fábrica da GM em São José dos Campos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a montadora tem cumprido o acordo de geração de empregos e está com saldo positivo de postos de trabalho. Mantega afirmou que a situação de São José é localizada e não cabe ao governo interferir em assuntos da empresa.
Campanha
Metalúrgicos pedem reajuste de 12,8%
Os metalúrgicos de São José dos Campos e região aprovaram em assembleia realizada anteontem a pauta de reivindicações da campanha salarial 2012. O índice de reajuste salarial reivindicado é de 12,86% (5,01% de inflação mais 7,48% de aumento real). O índice foi calculado com base na previsão de inflação medida pelo INPC do período de agosto de 2011 a setembro de 2012.

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