sexta-feira, 3 de agosto de 2012

GM/SJC E A GM/BRASIL


03/08/2012 - 06h00

Migração das fábricas da GM deve se acentuar

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Para driblar os entraves nas relações trabalhistas em São José dos Campos (SP), a GM (General Motors) deslocou desde 2008 investimentos da ordem de R$ 3 bilhões e cerca de 3.300 empregos para fábricas do ABC paulista e da região Sul do país.
A estratégia de descentralizar os negócios deve se acentuar, segundo especialistas do setor automotivo, com o impasse na unidade do interior paulista.
O mais recente exemplo desse deslocamento de recursos é o que ocorreu em Joinville (SC). Em vez de expandir a unidade que faz motores e componentes no complexo industrial de São José dos Campos, onde funcionam oito fábricas, a montadora investiu R$ 350 milhões na construção de uma nova unidade em Santa Catarina com essa finalidade.
Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress
Deve ser inaugurada até o fim do ano e já opera em caráter experimental com 43 funcionários.
"Até o fim do ano devem ocorrer 300 contratações", diz Luiz Moan, diretor de relações institucionais da GM.
PSTU
O executivo se reúne amanhã com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligado à central Conlutas (PSTU), na tentativa de encontrar uma saída para impedir o fechamento da fábrica de automóveis no interior.
A Conlutas é formada por sindicalistas que migraram de correntes mais radicais da CUT.
O sindicato afirma estar disposto a negociar com a montadora.
"Se a GM apresentasse qualquer proposta, teríamos de levar para a assembleia. Mas ela quer encerrar a produção em São José para importar da Argentina. Não há radicalismo do sindicato", diz Antonio Ferreira de Barros, presidente da entidade.
"A crise da GM nos EUA, que levou a montadora a pedir concordata, atrasou o lançamento de modelos e afetou os negócios no Brasil. Com isso, a montadora teve de usar unidades mais eficientes, como a de São Caetano, que já foi modernizada, para cortar custos e reestruturar sua produção", diz Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de Estudos Automotivos) e ex-presidente da Ford.
Para modernizar a fábrica de São Caetano, foram investidos R$ 2,65 bilhões.
Em Gravataí, R$ 1,4 bilhão foi aplicado na expan-são da unidade da montadora, onde serão produzidos dois novos modelos do chamado projeto Onix --os nomes dos carros não foram divulgados ainda.

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