Nossa Região
August 19, 2012 - 02:00
São José cria 'força-tarefa' para conter avanço do crack
Marcelo Caltabiano
Thiago Leon
Governo lança plano de emergência após usuários ocuparem áreas nobres e se tornarem alvo de reclamações de moradores e comerciantes; ofensiva vai da conscientização ao tratamento de saúde
Beatriz Rosa e Paulo LopesSão José dos Campos
O avanço do crack em São José forçou o prefeito Eduardo Cury (PSDB) a criar uma força-tarefa para combater a droga e recuperar o dependente químico.
A ofensiva foi definida após usuários da droga ocuparem marquises, canteiros de avenidas e prédios abandonados em regiões nobres da cidade para usar a droga.
O mal-estar social causado pela presença dos usuários rondando a cidade e a pressão de setores do comércio reforçaram a necessidade de uma ação conjunta entre Desenvolvimento Social, Saúde e Defesa do Cidadão.
Na última semana, as três pastas anunciaram uma campanha de combate à droga. A estimativa é que São José tenha 6.000 usuários de crack --pelo menos 100 perambulam pelas ruas da cidade.
A nova ofensiva da administração tem o objetivo de recuperar o usuário de crack em estágio avançado de degradação física e social. A estratégia é promover rondas diárias em pontos fixos da cidade e pedir o apoio do comércio e da sociedade para acabar com as esmolas e doações de alimentos.
O objetivo é recolher o usuário e garantir alimentação e atendimento médico em postos da prefeitura. E com o apoio da saúde e de assistentes sociais, avaliar a necessidade de internações compulsórias, indicadas para usuários que comprometam a própria vida.
Serão realizadas rondas na região da 9 de Julho, Major Antonio Domingues, Praça Matriz, Praça Romão Gomes e no entorno do terreno do Pinheirinho, zona sul.
Trocadinho. A secretária de Defesa do Cidadão, Marina Oliveira, quer pôr fim aos ‘trocadinhos’ dados pelos moradores aos usuários de drogas. “É o trocadinho que financia a compra da droga. As pessoas precisam se conscientizar”, disse.
Moradores serão alertados a abandonar o hábito de esmolas. A pasta quer estimular o uso do telefone 153 para ampliar denúncias.
O avanço do crack em São José forçou o prefeito Eduardo Cury (PSDB) a criar uma força-tarefa para combater a droga e recuperar o dependente químico.
A ofensiva foi definida após usuários da droga ocuparem marquises, canteiros de avenidas e prédios abandonados em regiões nobres da cidade para usar a droga.
O mal-estar social causado pela presença dos usuários rondando a cidade e a pressão de setores do comércio reforçaram a necessidade de uma ação conjunta entre Desenvolvimento Social, Saúde e Defesa do Cidadão.
Na última semana, as três pastas anunciaram uma campanha de combate à droga. A estimativa é que São José tenha 6.000 usuários de crack --pelo menos 100 perambulam pelas ruas da cidade.
A nova ofensiva da administração tem o objetivo de recuperar o usuário de crack em estágio avançado de degradação física e social. A estratégia é promover rondas diárias em pontos fixos da cidade e pedir o apoio do comércio e da sociedade para acabar com as esmolas e doações de alimentos.
O objetivo é recolher o usuário e garantir alimentação e atendimento médico em postos da prefeitura. E com o apoio da saúde e de assistentes sociais, avaliar a necessidade de internações compulsórias, indicadas para usuários que comprometam a própria vida.
Serão realizadas rondas na região da 9 de Julho, Major Antonio Domingues, Praça Matriz, Praça Romão Gomes e no entorno do terreno do Pinheirinho, zona sul.
Trocadinho. A secretária de Defesa do Cidadão, Marina Oliveira, quer pôr fim aos ‘trocadinhos’ dados pelos moradores aos usuários de drogas. “É o trocadinho que financia a compra da droga. As pessoas precisam se conscientizar”, disse.
Moradores serão alertados a abandonar o hábito de esmolas. A pasta quer estimular o uso do telefone 153 para ampliar denúncias.
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TRATAMENTOResistência entre usuários é barreiraSão José dos CamposA força-tarefa da prefeitura encontra resistência entre os usuários da droga, que se recusam a aceitar o tratamento oferecido.
O VALE acompanhou na tarde de sexta-feira a atuação de agentes de serviço social da prefeitura, em um terreno atrás da UPA do Campos dos Alemães, na zona sul de São José, onde usuários de crack consomem a droga em plena luz do dia. A menos de 20 metros do local, crianças brincam e há aulas de moto escola.
Dos dez usuários abordados, apenas um seguiu para a clínica de tratamento.
A coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de São José, Alaíde de Oliveira, admite que é uma tarefa difícil convencê-los a deixar as ruas. “Não depende só da gente. Muitos são reservados. Temos que continuar insistindo, porque não podemos tirá-los a força”, disse Alaíde.
Comerciantes e moradores do entorno afirmam que a participação dos agentes não tem surtido efeito, pois os usuários sempre retornam.
Uma das usuárias que estava no local já frequentou o abrigo da prefeitura e disse que não “consegue” ficar. “Eu queria fumar, e lá não podia. Por isso eu voltei para as ruas.”
Outro usuário reclamou que o abrigo não condiz com o prometido pelas agentes. “O abrigo está sempre cheio e eles não nos dão atenção”, disse o usuário, que preferiu não se identificar.
Rotina. Entre os dependentes também estava uma grávida de cinco meses, que não se importou com a presença dos agentes e acendeu um cachimbo de crack. Junto com os agentes de serviço social, guardas municipais acompanharam a ronda para garantir a segurança das assistentes sociais. Agentes da Secretaria de Serviços Municipais limparam a área.
O VALE acompanhou na tarde de sexta-feira a atuação de agentes de serviço social da prefeitura, em um terreno atrás da UPA do Campos dos Alemães, na zona sul de São José, onde usuários de crack consomem a droga em plena luz do dia. A menos de 20 metros do local, crianças brincam e há aulas de moto escola.
Dos dez usuários abordados, apenas um seguiu para a clínica de tratamento.
A coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de São José, Alaíde de Oliveira, admite que é uma tarefa difícil convencê-los a deixar as ruas. “Não depende só da gente. Muitos são reservados. Temos que continuar insistindo, porque não podemos tirá-los a força”, disse Alaíde.
Comerciantes e moradores do entorno afirmam que a participação dos agentes não tem surtido efeito, pois os usuários sempre retornam.
Uma das usuárias que estava no local já frequentou o abrigo da prefeitura e disse que não “consegue” ficar. “Eu queria fumar, e lá não podia. Por isso eu voltei para as ruas.”
Outro usuário reclamou que o abrigo não condiz com o prometido pelas agentes. “O abrigo está sempre cheio e eles não nos dão atenção”, disse o usuário, que preferiu não se identificar.
Rotina. Entre os dependentes também estava uma grávida de cinco meses, que não se importou com a presença dos agentes e acendeu um cachimbo de crack. Junto com os agentes de serviço social, guardas municipais acompanharam a ronda para garantir a segurança das assistentes sociais. Agentes da Secretaria de Serviços Municipais limparam a área.