quarta-feira, 13 de julho de 2011

PC FARIAS, QUEM O MATOU?

O ASTRO
Revista Época

TV Globo testa um novo formato de teledramaturgia às 11 horas da noite. O remake de O Astro, que estreia nesta semana, terá cerca de 60 capítulos e será exibida de terça a sexta-feira
DANILO CASALETTI
REMAKE Rodrigo Lombardi caracterizado como o ilusionista Herculano Quintanilha
“Vem aí a sua novela das 11.” É dessa maneira que a TV Globo vem anunciando a estreia de O astro, novela de Janete Clair exibida pela própria emissora em 1977 e que agora ganha uma nova versão escrita por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro. A faixa não é propriamente uma novidade na emissora. Sempre no começo do ano, a Globo lança uma nova minissérie nesse horário. A dramaturgia exibida mais tarde agrada o público. Maysa, em 2009, e Dalva e Herivelto, de 2010, conquistaram a atenção de quem vai para a cama mais tarde. 

A Rede Globo já havia exibido anteriormente algumas novelas no horário “mais tarde”. Uma das experiências mais bem sucedidas de tramas fora da grade convencional da emissora foi Saramandaia, de 1976. O realismo fantástico dos personagens criados por Dias Gomes conquistou o público e colocou a novela no pódio das clássicas da TV brasileira. 

Outra experiência, essa não tão bem gloriosa, foi Araponga, também escrita por Dias Gomes, exibida e ntre 1990 e 1991, às 21h30, depois de Rainha da Sucata, que ocupava a faixa das 20 horas à época. A trama, que contava a história de um detetive trapalhão interpretado por Tarcísio Meira, foi uma estratégia da emissora para enfrentar o estrondoso sucesso de Pantanal, novela de Benedito Ruy Barbosa, que era exibida pela extinta TV Manchete. 

A diferença é que o remake de O astro não é nem uma novela, que, na emissora, por vezes ultrapassa os 200 capítulos, e nem uma minissérie, cuja história geralmente é contada em uma quantidade de capítulos que varia entre 5 e 40. No elenco estarão nomes como Rodrigo Lombardi, Carolina Ferraz, Regina Duarte, Daniel Filho, Alinne Moraes, Humberto Martins e Henri Castelli. 

O que a TV Globo pretende é testar um novo formato. Uma novela mais rápida, com tramas mais ágeis. O telespectador não vai precisar esperar meses por um desfecho. “Com 60 capítulos é mais fácil contar a história com ritmo e agilidade”, diz Alcides Nogueira, um dos autores, a ÉPOCA

No horário das 11 também é possível tocar em assuntos que mais cedo acabam caindo na “censura” da classificação indicativa. Em O astro, pelo que já se viu nas chamadas, terá tórridas cenas de sexo entre os personagens Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) e Amanda (Carolina Ferraz). A bissexualidade de Felipe (Henri Castelli) também poderá ser mais explorada, embora o autor Geraldo Carneiro afirme que a sociedade brasileira, em alguns aspectos, é mais conservadora atualmente do que na década de 1970. “Naquele tempo o mundo ainda estava dividido entre caretas e não-caretas. Tomara que a magia de O Astro ajude a nos conduzir de volta para o futuro”, diz. 

Se a trama não levar ao futuro, pelo menos os noveleiros corujões poderão encarar uma maratona diária de histórias de grandes sucessos. Após assistir a O astro, é trocar de canal e emendar Roque Santeiro, que o canal por assinatura Viva adiantou para 0h15. 
Quem matou Salomão Hayala terá um novo final?
MORTE Daniel Filho será Salomão Hayala. O assassino pode mudar
A nova versão de O astro será exibida de terça a sexta-feira, às 23 horas. Com texto de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro e direção de Mauro Mendonça Filho ,a novela trará Rodrigo Lombardi na pele de Herculano Quintanilha, um trambiqueiro que, após dar um golpe em sua cidade natal, passa oito anos na prisão. Preso, Herculano conhece o paranormal Ferragus (Francisco Cuoco, que na versão original viveu Herculano), que lhe ensina seus truques.

De volta à liberdade, Herculano se estabelece no Rio de Janeiro e ganha fama como ilusionista. Após conhecer o idealista Márcio (Tiago Fragoso), herdeiro do império comandado por Salomão Ha yala (Daniel Filho), Herculano vê a possibilidade de se dar bem na vida. Com a ajuda do jovem, ele consegue chegar à diretoria da empresa. 

Na versão de 1977, Janete Clair mobilizou a atenção do país com a pergunta: quem matou Salomão Hayala? Na versão da escritora, o poderoso e inescrupuloso empresário foi interpretado por Dioniso Azevedo. O assassino era o jovem Felipe Cerqueira (Edwin Luisi), amante de Clô (Tereza Rachel), casada com Salomão. 

Na versão atual, as únicas certezas, por enquanto, são que Daniel Filho será Salomão, Regina Duarte viverá Clô e Henri Castelli será Felipe. Alcides Nogueira prefere seguir a cartilha deixada por Janete Clair e decretou “segredo de estado” sobre o assassino.

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