Nossa Região
January 26, 2013 - 20:15
Acordo entre GM e sindicato prorroga 'lay-off' por dois meses
Reunião entre Sindicato dos Metalúrgicos e GM Foto: Thiago Leon
Dos 1.598 excedentes, 650 serão demitidos dentro de dois meses; restante garante emprego no Classic até dezembro. Montadora vai investir R$ 500 milhões na Powertrain, que produz motores e câmbios
Depois de mais de seis meses de negociação e muita angústia dos funcionários, a General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos chegaram ontem a um acordo que garantiu novos investimentos em São José, mas não o emprego da totalidade dos 1.598 funcionários considerados excedentes. Pelo menos 650 serão demitidos dentro de dois meses.
A decisão, tomada após mais de nove horas de reunião, ainda precisa ser aprovada em assembleia pelos 7.200 empregados da empresa na cidade, o que deve acontecer na próxima segunda-feira.
O acordo prevê que, dos 800 funcionários que hoje estão em lay-off (contrato suspenso, 150 retornem à empresa dentro de dois meses porque têm estabilidade e o restante seja demitido com o pagamento de uma multa adicional de mais três meses de salários.
O restante do grupo considerado excedente, mas que não foi colocado em lay-off, cerca de 950, tem seu emprego garantido pelo menos até dezembro, prazo em que a GM garantiu a produção do Classic, único modelo que sobrou no MVA.
Além disso, o acordo prevê que a GM invista R$ 500 milhões no período de 2013 a 2017 na Powertrain, fábrica que integra o complexo de São José e produz motores e câmbios.
Além disso, o pacote ainda permite jornada flexível de compensação em caso de oscilações na produção e nova grade salarial para novos operários, caso a GM venha a contratar na cidade.
“O acordo que foi fechado não é o nosso sonho, mas certamente é o que foi possível de ser reconstruído neste momento”, disse Antonio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato.
Luiz Moan, diretor de Relações Institucionais da GM e responsável pelas negociações, ressaltou a manutenção do emprego de 950 dos 1.598 considerados excedentes.
Do lado de fora da sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), onde aconteceu a reunião, cerca de 100 sindicalistas e funcionários da GM acompanharam o resultado da reunião. O grupo passou o dia em uma espécie de vigília no local.
O impasse entre GM e sindicato se estende desde meados do ano passado, mas a ameaça aos empregos começou bem antes, em 2008 (leia texto nesta página).
Repercussão. Para o prefeito Carlinhos Almeida (PT), que acompanhou a reunião, o acordo representa uma nova fase na relação entre GM e sindicato, conturbada e marcada por polêmicas.
“É importante ressaltar que isso (acordo) abre a perspectiva de um novo patamar de relações entre as partes, possibilita não só a manutenção da planta, como a perspectiva de novos investimentos para São José.”
“É importante ressaltar que as duas partes tiveram ousadia de enfrentar temas há muito tempo não enfrentados”, disse Manoel Messias, secretário de Relações do Ministério do Trabalho.
A decisão, tomada após mais de nove horas de reunião, ainda precisa ser aprovada em assembleia pelos 7.200 empregados da empresa na cidade, o que deve acontecer na próxima segunda-feira.
O acordo prevê que, dos 800 funcionários que hoje estão em lay-off (contrato suspenso, 150 retornem à empresa dentro de dois meses porque têm estabilidade e o restante seja demitido com o pagamento de uma multa adicional de mais três meses de salários.
O restante do grupo considerado excedente, mas que não foi colocado em lay-off, cerca de 950, tem seu emprego garantido pelo menos até dezembro, prazo em que a GM garantiu a produção do Classic, único modelo que sobrou no MVA.
Além disso, o acordo prevê que a GM invista R$ 500 milhões no período de 2013 a 2017 na Powertrain, fábrica que integra o complexo de São José e produz motores e câmbios.
Além disso, o pacote ainda permite jornada flexível de compensação em caso de oscilações na produção e nova grade salarial para novos operários, caso a GM venha a contratar na cidade.
“O acordo que foi fechado não é o nosso sonho, mas certamente é o que foi possível de ser reconstruído neste momento”, disse Antonio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato.
Luiz Moan, diretor de Relações Institucionais da GM e responsável pelas negociações, ressaltou a manutenção do emprego de 950 dos 1.598 considerados excedentes.
Do lado de fora da sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), onde aconteceu a reunião, cerca de 100 sindicalistas e funcionários da GM acompanharam o resultado da reunião. O grupo passou o dia em uma espécie de vigília no local.
O impasse entre GM e sindicato se estende desde meados do ano passado, mas a ameaça aos empregos começou bem antes, em 2008 (leia texto nesta página).
Repercussão. Para o prefeito Carlinhos Almeida (PT), que acompanhou a reunião, o acordo representa uma nova fase na relação entre GM e sindicato, conturbada e marcada por polêmicas.
“É importante ressaltar que isso (acordo) abre a perspectiva de um novo patamar de relações entre as partes, possibilita não só a manutenção da planta, como a perspectiva de novos investimentos para São José.”
“É importante ressaltar que as duas partes tiveram ousadia de enfrentar temas há muito tempo não enfrentados”, disse Manoel Messias, secretário de Relações do Ministério do Trabalho.
Crise começou em 2008, com recusa de novo modelo
São José dos Campos
O impasse entre GM e sindicato que culminou na ameaça aos empregos em meados do ano passado começou bem antes, em 2008, quando a montadora norte-americana tentou trazer três novos modelos para São José mas desistiu após falta de acordo com o sindicato local.
Na época, a empresa pediu a adoção de banco de horas, mecanismo que permite equilibrar a jornada de trabalho às oscilações do mercado, a redução do piso salarial para novos contratados.
Ambas as propostas foram recusadas pelo sindicato e depois rejeitadas pelos funcionários em assembleia que gerou polêmica na época. Houve questionamentos sobre o resultado mas a decisão de rejeitar a proposta da empresa foi mantida. Mais tarde, a GM tentou novos acordos, em vão.
Com isso, a maior parte dos investimentos foi levada para as plantas de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, e Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre (RS).
Em 2012, apenas a nova S10 começou a ser montada em São José. Com o fim da vida útil de três modelos --Zafira, Corsa e Meriva--, o MVA, maior setor produtivo da planta local, acabou esvaziado e com um único modelo, o Classic.
Assim, a GM decretou que tinha 1.800 empregados ociosos. Após PDV (Programa de Demissão Voluntária), restaram ainda 1.598 excedentes.
São José dos Campos
O impasse entre GM e sindicato que culminou na ameaça aos empregos em meados do ano passado começou bem antes, em 2008, quando a montadora norte-americana tentou trazer três novos modelos para São José mas desistiu após falta de acordo com o sindicato local.
Na época, a empresa pediu a adoção de banco de horas, mecanismo que permite equilibrar a jornada de trabalho às oscilações do mercado, a redução do piso salarial para novos contratados.
Ambas as propostas foram recusadas pelo sindicato e depois rejeitadas pelos funcionários em assembleia que gerou polêmica na época. Houve questionamentos sobre o resultado mas a decisão de rejeitar a proposta da empresa foi mantida. Mais tarde, a GM tentou novos acordos, em vão.
Com isso, a maior parte dos investimentos foi levada para as plantas de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, e Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre (RS).
Em 2012, apenas a nova S10 começou a ser montada em São José. Com o fim da vida útil de três modelos --Zafira, Corsa e Meriva--, o MVA, maior setor produtivo da planta local, acabou esvaziado e com um único modelo, o Classic.
Assim, a GM decretou que tinha 1.800 empregados ociosos. Após PDV (Programa de Demissão Voluntária), restaram ainda 1.598 excedentes.