NOSSA REGIÃO
Jornal O VALE
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March 3, 2012 - 03:01
Mapeamento reprova saúde pública em todas as cidades do Vale do Paraíba
Paciente enfrentam fila em UBS de São José. Foto: O VALE
Levantamento inédito revela que nenhuma cidade do Vale obteve índice de atendimento considerado ideal; estudo mostra ainda que municípios com menos dinheiro atendem melhor aos seus moradores
Carolina Teodora
São José dos Campos
A saúde pública do Vale do Paraíba foi reprovada em novo indicador criado pelo governo federal para avaliar o atendimento SUS (Sistema Único de Saúde).
O levantamento dá uma nota que vai de 0 a 10 ao serviço público de saúde oferecido à população e considera como ideal a média 7 --que não foi alcançada por nenhuma cidade da região.
O mapeamento inédito, feito entre 2008 e 2010, mostra ainda que, apesar de concentrarem os maiores orçamentos municipais, São José, Jacareí e Taubaté não oferecerem um atendimento adequado aos moradores.
Das três grandes, Jacareí foi a com melhor pontuação (5,94), mas aparece como 20ª entre as 39 cidades da região, seguida de Taubaté (21ª) e São José (25<ª).
A melhor classificação na região foi conquistada por Silveiras e a pior, por Aparecida --que teve nota abaixo da média nacional de 5,47.
Além de Aparecida, outros nove municípios prestam um atendimento abaixo da média nacional --Bananal, Cunha, Jambeiro, Canas, Tremembé, Potim, Piquete, Cruzeiro e Lorena.
“Além de dar maior transparência ao quadro geral da oferta e da situação dos serviços de saúde, o índice servirá como instrumento de monitoramento e de avaliação”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em comunicado oficial.
Avaliação. O índice avaliou entre 2008 e 2010 os diferentes níveis de atenção (básica, especializada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência) das cidades. Ao todo, foram analisados 24 indicadores, sendo 14 que avaliam o acesso e outros 10 para medir a efetividade dos serviços. Ou seja, a assistência básica teve maior peso.
Entre os indicadores avaliados estão as ações de saúde bucal e a aplicação de vacinas em menores de um ano de idade. Também foi avaliada a proporção de nascidos vivos de mães com no mínimo sete consultas de pré-natal e as internações clínico-cirúrgicas de alta complexidade por habitante.
As fontes de pesquisa vão desde as informações repassadas pelos Estados e prefeituras, até os dados de instituições internacionais, como a OMS (Organização Mundial da Saúde). Dados mais complicados de análise, como o tempo de espera por atendimento, não foram considerados.
Reclamação. Os dados divulgados pelo governo federal registram em números as constantes reclamações dos moradores da região que dependem da saúde pública.
“Estou esperando há quatro meses por um pneumologista, mas essa espera deveria ser de no máximo dez dias. A pessoa espera tanto que acaba morrendo”, afirmou o pedreiro Luiz Carlos Machado, 64 anos, que esteve ontem na UBS (Unidade Básica de Saúde) do centro de São José.
A dona de casa Ivanda Fontoura, 54 anos, também está insatisfeita com o atendimento na rede pública. “Para você conseguir se consultar aqui demora muito. Acho que as UBSs precisam agilizar o sistema de atendimento com os especialistas. Às vezes chego a esperar três meses para passar por um médico”, disse.
As prefeituras informaram que vão melhorar o serviço.
São José dos Campos
A saúde pública do Vale do Paraíba foi reprovada em novo indicador criado pelo governo federal para avaliar o atendimento SUS (Sistema Único de Saúde).
O levantamento dá uma nota que vai de 0 a 10 ao serviço público de saúde oferecido à população e considera como ideal a média 7 --que não foi alcançada por nenhuma cidade da região.
O mapeamento inédito, feito entre 2008 e 2010, mostra ainda que, apesar de concentrarem os maiores orçamentos municipais, São José, Jacareí e Taubaté não oferecerem um atendimento adequado aos moradores.
Das três grandes, Jacareí foi a com melhor pontuação (5,94), mas aparece como 20ª entre as 39 cidades da região, seguida de Taubaté (21ª) e São José (25<ª).
A melhor classificação na região foi conquistada por Silveiras e a pior, por Aparecida --que teve nota abaixo da média nacional de 5,47.
Além de Aparecida, outros nove municípios prestam um atendimento abaixo da média nacional --Bananal, Cunha, Jambeiro, Canas, Tremembé, Potim, Piquete, Cruzeiro e Lorena.
“Além de dar maior transparência ao quadro geral da oferta e da situação dos serviços de saúde, o índice servirá como instrumento de monitoramento e de avaliação”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em comunicado oficial.
Avaliação. O índice avaliou entre 2008 e 2010 os diferentes níveis de atenção (básica, especializada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência) das cidades. Ao todo, foram analisados 24 indicadores, sendo 14 que avaliam o acesso e outros 10 para medir a efetividade dos serviços. Ou seja, a assistência básica teve maior peso.
Entre os indicadores avaliados estão as ações de saúde bucal e a aplicação de vacinas em menores de um ano de idade. Também foi avaliada a proporção de nascidos vivos de mães com no mínimo sete consultas de pré-natal e as internações clínico-cirúrgicas de alta complexidade por habitante.
As fontes de pesquisa vão desde as informações repassadas pelos Estados e prefeituras, até os dados de instituições internacionais, como a OMS (Organização Mundial da Saúde). Dados mais complicados de análise, como o tempo de espera por atendimento, não foram considerados.
Reclamação. Os dados divulgados pelo governo federal registram em números as constantes reclamações dos moradores da região que dependem da saúde pública.
“Estou esperando há quatro meses por um pneumologista, mas essa espera deveria ser de no máximo dez dias. A pessoa espera tanto que acaba morrendo”, afirmou o pedreiro Luiz Carlos Machado, 64 anos, que esteve ontem na UBS (Unidade Básica de Saúde) do centro de São José.
A dona de casa Ivanda Fontoura, 54 anos, também está insatisfeita com o atendimento na rede pública. “Para você conseguir se consultar aqui demora muito. Acho que as UBSs precisam agilizar o sistema de atendimento com os especialistas. Às vezes chego a esperar três meses para passar por um médico”, disse.
As prefeituras informaram que vão melhorar o serviço.
Prefeituras contestam formato de avaliação
São José dos Campos
As prefeituras da região prometeram ontem melhorar o sistema de saúde pública, mas informaram que a situação é melhor do que a apontada pelo Ministério da Saúde.
O secretário de Saúde de São José, Danilo Stanzani, afirmou que o índice obtido pela cidade foi abaixo do esperado.
“Todos os indicadores têm seus fatores prós e contras, não estou contente e com certeza temos que trabalhar mais”, disse ele, que contestou o indicador. “Mas esse não é um indicador que mostra a realidade da saúde na cidade. Se pegar outros indicadores que o próprio ministério divulga, somos um dos melhores do país em alguns índices, como a taxa de mortalidade”, afirmou.
A Prefeitura de Taubaté afirmou que os recursos disponibilizados pelos governos estadual e federal não acompanham a crescente demanda pela saúde pública. “O SUS irá aos poucos amadurecendo para atender à população”, afirmou o secretário de Saúde, Pedro Henrique Silveira.
O secretário de Saúde de Jacareí, Antônio de Paula Soares, disse que vai estudar maneiras de melhorar o atendimento. “Tivemos esse ganho importante que é um mecanismo de avaliação”, disse.
Pior. A Prefeitura de Aparecida, pior colocada no ranking, informou que iria analisar os dados. “Considero nosso sistema satisfatório”, disse a secretária, Maria Eliane Pereira.
São José dos Campos
As prefeituras da região prometeram ontem melhorar o sistema de saúde pública, mas informaram que a situação é melhor do que a apontada pelo Ministério da Saúde.
O secretário de Saúde de São José, Danilo Stanzani, afirmou que o índice obtido pela cidade foi abaixo do esperado.
“Todos os indicadores têm seus fatores prós e contras, não estou contente e com certeza temos que trabalhar mais”, disse ele, que contestou o indicador. “Mas esse não é um indicador que mostra a realidade da saúde na cidade. Se pegar outros indicadores que o próprio ministério divulga, somos um dos melhores do país em alguns índices, como a taxa de mortalidade”, afirmou.
A Prefeitura de Taubaté afirmou que os recursos disponibilizados pelos governos estadual e federal não acompanham a crescente demanda pela saúde pública. “O SUS irá aos poucos amadurecendo para atender à população”, afirmou o secretário de Saúde, Pedro Henrique Silveira.
O secretário de Saúde de Jacareí, Antônio de Paula Soares, disse que vai estudar maneiras de melhorar o atendimento. “Tivemos esse ganho importante que é um mecanismo de avaliação”, disse.
Pior. A Prefeitura de Aparecida, pior colocada no ranking, informou que iria analisar os dados. “Considero nosso sistema satisfatório”, disse a secretária, Maria Eliane Pereira.
