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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
SILVIO SANTOS FICOU COM O BANCO DA PRAÇA - ADMINISTRAÇÃO DESLEIXADA E ADMINISTRADORES CARCARÁ
29 de janeiro de 2011 | 22h30
Sonia Racy
Se não entrar nenhuma pedra no caminho, a venda do Banco Panamericano deve ser anunciada amanhã, no fim da tarde, depois de intensas reuniões entre a equipe de Silvio Santos e integrantes do BTG em São Paulo. Reuniões essas que devem atravessar a madrugada e boa parte do dia de domingo.
Não se sabe exatamente qual foi a mágica que André Esteves montou, mas conta que Silvio Santos perderá somente o banco preservando seus outros negócios e patrimonio. Isto é : não receberá um tostão pela sua institução financeira, mas seus “anéis” serão preservados.
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sábado, 29 de janeiro de 2011
ENERGÉTICOS, TOME COM MODERAÇÃO!!!
Elas são doces, levemente gaseificadas, têm sabor de fruta e prometem energia e disposição. A combinação parece perfeita para quem deseja uma dose extra de ânimo naqueles dias em que o corpo está exausto, mas a noite promete ser longa e agitada. Os energéticos são a bebida das baladas. Não contêm álcool – mas ele é encontrado, em altas doses, no corpo de mais da metade de seus usuários. Um hábito está associado ao outro. É por isso, entre outras razões, que os energéticos estão na mira das autoridades de saúde. Até que ponto eles podem agredir ou ajudar seu corpo?
Um dos mais abrangentes estudos feitos com essas bebidas será publicado em fevereiro na revista científica americana Alcoholism: Clinical & Experimental Research. Pesquisadores de três universidades americanas acompanharam a rotina de mais de 1.000 estudantes universitários. A primeira conclusão é que os jovens que misturam energéticos com álcool relatam se sentir menos bêbados do que de fato estão. O sujeito perde a coordenação motora, fica com os reflexos lentos e tem dificuldade para organizar as ideias, mas acha que está 100%. "Ele acha que está apto para tudo, mas seu estado pode ser descrito como embriaguez desperta", diz Amelia Arria, da Universidade de Maryland, uma das autoras da pesquisa.
A segunda conclusão é uma consequência da primeira. Por mascararem os efeitos de sonolência causados pelo álcool, os energéticos impulsionam o consumo exagerado de bebida. "A pessoa acha que está melhor do que realmente está, por isso bebe ainda mais", diz Amelia. O estudo também revela o que boa parte das pessoas já sabia: os jovens que consomem energéticos em maior quantidade (52 vezes ou mais por ano) são também os que se embriagam mais cedo e com maior frequência.
Energéticos são bebidas que contêm estimulantes cerebrais, como cafeína e taurina, que agem no sistema nervoso, aumentando o estado de atenção do indivíduo. Essas substâncias também estão presentes no café, no chocolate e no refrigerante. Em doses moderadas (uma latinha, que contém 79 miligramas de cafeína, equivale a pouco mais de uma xícara de café) e sem a mistura com álcool, são substâncias que não apresentam riscos à saúde, dizem os especialistas. "Já para diabéticos, idosos e pessoas sensíveis á cafeína, os energéticos podem apresentar risco cardiovascular" diz Sionaldo Eduardo Ferreira, pesquisador da área de Educação Física e Psicobiologia, com ênfase em comportamentos abusivos, da Unifesp.
Mas, da forma como são consumidas, os jovens ultrapassam facilmente o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de 200 miligramas. Isso equivale a duas latas e meia. O ator e modelo paranaense Junior Mariano, de 23 anos, diz já ter consumido cinco latinhas de energéticos em uma noite. "Eu misturo com vodca para suavizar o gosto do álcool", diz. "Fica mais gostoso." Ele conta que quando exagera na dose sente o coração acelerado e tem dificuldade para dormir. Algumas marcas tentam associar o efeito da bebida ao de algumas drogas. O fabricante de um energético chamado "cocaine" (cocaína, em inglês) foi obrigado a mudar o nome de seu produto e suspender o vídeo de divulgação do produto. Nele, um jovem aparece cheirando a latinha antes de colocá-la na boca. "Eles tentam passar a ideia do efeito da droga e isso é muito perigoso", diz o pesquisador Bruno Gualano, da Escola de Educação Física e esporte da USP, que estuda a influência da nutrição no desempenho motor.
O primeiro energético a chegar às prateleiras foi o Red Bull, lançado na Alemanha em meados de 1987. No Brasil, a marca desembarcou nos anos 90 e hoje é líder, com 40% do mercado. O Red Bull Energy Drink, disponível em mais de 160 países, afirma em nota oficial que a combinação de álcool e energético não é recomendada, conforme indica o rótulo de seus produtos. Consomem-se no Brasil cerca de 87,5 milhões de litros de energéticos por ano. É pouco menos que o consumo de isotônicos, bebidas usadas para reposição de sais minerais nas atividades esportivas. Algumas pessoas confundem isotônicos e energéticos, mas eles são totalmente diferentes. Um hidrata o corpo, o outro estimula o cérebro.
No Canadá e nos Estados Unidos, os dois países que mais consomem energéticos do mundo, a vigilância sobre o produto é intensa. Os estudos revelam que os acidentes de trânsito mais graves têm a "bebida da balada" associada ao álcool. "Chegamos a um ponto em que as pessoas começam a tomar em jejum, em vez do café da manhã", afirma Albert Schumacher, da Associação Médica Canadense.
Um estudo que será divulgado na próxima semana pela ProTeste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, revela que os energéticos também têm problemas nos rótulos. Marcas como Atomic, Monster, Night Power e Red Hot são mais açucaradas do que dizem ser.
CURSO DE AURICULOTERAPIA - PROFº JULIANO G. BARUEL
Olá a todos...
Como alguns já sabem, venho ministrando o curso de Auriculoterapia há 2 anos e para 2011 resolvi "montar" o meu próprio curso, com carga horária diferenciada em relação aos cursos existentes no mercado, assim como o seu conteúdo.
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Estou enviando o cartaz de divulgação do curso e peço que enviem para seus contatos e interessados.
Qualquer dúvida podem entrar em contato pelo meu e-mail: jbaruel@hotmail.com ou pelo e-mail do curso: cursos@vitalichi.com.br
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Obrigado pela atenção e um grande abraço a todos.
Juliano G. Baruel.
OS BANQUEIROS QUE IRÃO DORMIR NO BANCO DA PRAÇA - QUEBRADINHOS???
Nº edição: 695 | Negócios | 28.JAN - 21:00
Dois banqueiros em apuros
Rombo muito maior do que o esperado faz Silvio Santos colocar o PanAmericano à venda e Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, é despejado de sua mansão e torna-se um sem-teto
Por Clayton Netz e Cláudio Gradilone
Dois dos banqueiros mais conhecidos do País voltaram, por motivos diferentes, às manchetes na semana passada. Silvio Santos, proprietário do Banco PanAmericano, e Edemar Cid Ferreira, dono do falido Banco Santos, tiveram suas dificuldades amplamente comentadas pela imprensa.
Ferreira foi despejado de sua suntuosa mansão na zona sul de São Paulo (veja boxe). Já o balanço do PanAmericano, cuja divulgação está prevista para o início desta semana, poderá mostrar um rombo que é estimado pelo mercado em R$ 4 bilhões, muito acima dos R$ 2,5 bilhões inicialmente informados pelo Banco Central em novembro.
O sem-teto e o sem-banco: Edemar Cid Ferreira foi despejado de sua mansão faraônica (dir.)
e Silvio Santos comunicou ao mercado a intenção de vender o PanAmericano
Na sexta-feira 28, o PanAmericano divulgou um fato relevante confirmando “uma possível negociação com outras instituições financeiras” para a venda de seu controle. Os candidatos à compra eram os bancos BTG Pactual, Bradesco e Safra. Procurado, o trio não comentou o assunto, assim como a Caixa Econômica Federal, que divide o controle do banco com Silvio Santos.
O PanAmericano deve ser vendido, pois o patrimônio pessoal de Silvio Santos, estimado em R$ 2,7 bilhões, não seria suficiente para cobrir o rombo. Apesar do buraco nas contas, a instituição é uma noiva cobiçada devido à sua presença junto às classes C e D.
“O PanAmericano não é simplesmente um banco, é uma instituição financeira vinculada a uma rede de televisão extremamente popular”, diz Fernando Meibak, sócio da consultoria Moneyplan. “Essa é uma vantagem incomparável para quem quer crescer rapidamente nesse mercado.”
O grande trunfo nas mãos do banco é sua capacidade de conceder empréstimos de maneira barata, por meio de uma rede de financeiras. Essas lojas não contratam bancários e não têm de pagar os custos elevados de segurança das agências bancárias. O grupo também estaria recebendo propostas de compra para outras empresas, como a rede de lojas Baú da Felicidade, que possui 127 pontos de venda, e a companhia de cosméticos Jequiti.
O porte das dificuldades surpreendeu o mercado. “O banco foi vítima de uma fraude muito séria”, disse à DINHEIRO Luiz Sandoval, ex-presidente do Grupo Silvio Santos. Segundo ele, os problemas começaram com a adulteração do sistema de controle financeiro, chamado Autobahn, desenvolvido por uma empresa de informática do Espírito Santo, a Projeta. “Depois que o sistema foi alterado, a fraude contábil foi apenas uma consequência”, diz Sandoval.
A construção do rombo passou por vários desvios. Por exemplo, contratos de crédito pagos pelos devedores eram considerados como não pagos, inflando as contas. Apesar de os especialistas considerarem a cifra exagerada, há uma unanimidade em relação ao comprometimento da imagem do banco, o que transforma a venda em única solução. “Banqueiro na primeira página é mau sinal”, diz Meibak.
Companhia incômoda
Acostumado a cifras superlativas, o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira foi definitivamente ultrapassado por seu colega de trabalho Silvio Santos, em termos de rombo numa instituição financeira nos tempos pós- Proer, o programa de salvamento dos bancos criado pelo governo FHC, em 1996.
O Banco Santos, de Edemar, fechou as portas, em setembro de 2005, com um buraco de R$ 2,2 bilhões. Hoje se sabe que as alegadas inconsistências contábeis do PanAmericano, de SS, devidamente rebatizadas de fraudes, podem chegar a R$ 4 bilhões.
A revelação de que a farra no PanAmericano tinha extrapolado todas as previsões não veio em boa hora para Edemar, pois não ajuda em nada a melhorar a imagem dos banqueiros quebrados ou semiquebrados junto à opinião pública.
Ela ocorreu uma semana depois de o ex-banqueiro ter sido despejado de forma humilhante de sua faraônica mansão de 4,2 mil metros quadrados de área construída, localizada no Morumbi, em São Paulo. Projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, o imóvel está avaliado em R$ 80 milhões. Obrigado a sair a toque de caixa da casa, Edemar abrigou-se num flat da capital paulista.
Mais do que ter de habitar (provisoriamente, acredita Edemar, que deixou roupas, remédios e objetos pessoais para trás) um imóvel cujas dimensões são infinitamente menores do que qualquer um dos closets que abrigam suas roupas e sapatos, o que mais o entristece é afastar-se do verdadeiro museu em que transformara a mansão.
Repleta de obras de arte de todas as épocas e tendências espalhadas pelos seus cinco andares – de peças fenícias e romanas a quadros e escultoras de artistas como Di Cavalcanti, Brecheret, Robert Rauschenberg e Sandro Chia, passando por móveis de época e luminárias caríssimas –, é considerada como a grande realização pessoal de Edemar.
Recluso no flat, Edemar não perde as esperanças e batalha na Justiça o direito de voltar ao lar,doce lar ao lado de Márcia, sua mulher. Procurado pela DINHEIRO, ele retornou a ligação, educado e simpático como sempre.
Mas delicadamente negou-se a comentar o despejo, alegando seguir instruções de Luis Corvo, seu atual advogado. “Se eu falar, ele pode ficar com raiva de mim”, disse Edemar.” E não há nada pior do que um advogado contrariado com o cliente.”
ALCKMIN E OS SEUS DETETIVES
Governador de São Paulo convoca auditores, policiais e até ex-espiões para analisar contratos da administração de José Serra
Alan Rodrigues
REVISTA ISTOÉ
Se o ex-governador paulista José Serra tivesse como sucessor um adversário de partido, talvez sua vida hoje fosse mais tranquila. Apesar das juras públicas de mútua admiração, Serra e o atual governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, são, no mínimo, “desafetos”, como se costuma chamar dois tucanos que não se suportam. Serra não perdoa Alckmin, que não perdoa Serra. Pelo lado do ex-governador, pesa na conta negativa a candidatura à Presidência da República que Alckmin assegurou em 2006, tomando sua frente. Pelo lado de Alckmin, o passivo passa pelo apoio que lhe faltou na candidatura à prefeitura da capital, em 2008, quando Gilberto Kassab, do DEM, catalisou as simpatias serristas. Mais do que isso, o atual governador e seus correligionários ainda amargam o desprezo com que teriam sido tratados depois que Serra sucedeu Alckmin em 2006, anunciando revisão de contratos, suspensão de projetos e caça a funcionários fantasmas. A auditoria jamais foi divulgada. Agora vem o troco.
Logo depois da posse, sem alterar seu estilo manso de político interiorano, Alckmin ordenou a sua equipe que investigasse todos os contratos diretos e indiretos da administração Serra (2007-2010). A operação pente-fino foi entregue à chefia de Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (Indg), um especialista indicado pelo senador mineiro Aécio Neves. Sua missão é virar pelo avesso os contratos, concorrências e licitações, principalmente de obras, foco de denúncias nunca comprovadas de superfaturamento e tráfico de influência no governo Serra. Para a plateia, Alckmin justifica que vai apurar apenas possíveis irregularidades nas contas da administração anterior, para que isso sirva de modelo ao “choque de gestão” que pretende implementar em seu governo. Sua assessoria, numa nota de esclarecimento à ISTOÉ, prefere a expressão “análise criteriosa dos contratos” em vez da palavra “auditoria”. Já os serristas entenderam a iniciativa como pura retaliação. Serra acha, como disse a políticos mais próximos, que a investigação das supostas irregularidades faz parte de um jogo político que pretende esvaziar sua candidatura à presidência do PSDB e empurrá-lo a um definitivo ostracismo.
Alckmin deu ainda outros passos que tiram o fôlego de aliados de Serra ao colocar conturbadas obras do Rodoanel, da Marginal do Tietê e do Metrô da capital paulista na fronteira de um caso policial. O governador resolveu nomear policiais, promotores e até um ex-espião para rever os contratos assinados no passado na Secretaria de Logística e Transportes. Para coordenar este setor, buscou no ninho tucano um dos principais desafetos de Serra, o procurador de Justiça Saulo de Castro Abreu, ex-secretário de Segurança da primeira gestão de Alckmin (2003-2006). Com a tarefa de xeretar tudo, Abreu, por sua vez, recorreu ao coração da polícia paulista: convocou o coronel da PM João Cláudio Valério, ex-administrador do orçamento da Secretaria da Segurança Pública, para auxiliá-lo. Além disso, em vez de nomear um engenheiro para a Dersa, o secretário colocou na direção desta estatal que cuida das principais obras viárias do Estado o ex-supervisor da Febem e especialista em segurança Laurence Casagrande Lourenço. Homem da confiança de Abreu, Lourenço é ex-diretor da Kroll, uma agência de investigação internacional que ficou conhecida no Brasil depois da CPI dos Grampos na Câmara Federal, quando foi colocada sob suspeita de ligação com arapongas e escutas clandestinas. “A Kroll deu a Laurence experiência na iniciativa privada e na identificação de superfaturamento de contratos”, justificou Abreu. O posto onde toda essa experiência será colocada à prova também é significativo: a Dersa, agora sob responsabilidade do veterano da Kroll, abrigou no governo passado figuras controvertidas como o ex-diretor Paulo Vieira de Souza, o famoso Paulo Preto, acusado por tucanos de ter desfalcado o caixa de campanha presidencial de Serra. “Todos os nomes que escolhi são de pessoas de confiança, que já trabalharam comigo. É gente para tocar os projetos seriamente”, disse Abreu. Essa afirmação do secretário acabou jogando mais lenha na fogueira: “Como assim, ‘seriamente?’”, indignou-se um deputado estadual ligado a Serra que prefere o anonimato. “Que história é essa de tocar projetos seriamente? Somos de um mesmo governo, não pode haver dúvidas sobre nossa seriedade no trato da coisa pública.”
Há ainda um terceiro nome importante na equipe de Alckmin encarregado de esmiuçar o passado: Júlio Semeghini, o novo secretário de Gestão. Ele não mede palavras para falar do trabalho que tem pela frente. “Vamos olhar tudo, contrato por contrato, pasta por pasta”, afirmou Semeghini. Segundo o secretário, as investigações se estenderão por todos os setores da administração. Além das obras contratadas, a papelada de outras duas áreas merecerá cuidados especiais: comunicação e recursos humanos. A administração de Serra gastou em propaganda e publicidade R$ 329,5 milhões, 372% a mais do que o movimento de quatro anos atrás. Já na área de recursos humanos, o foco das análises será as despesas com a contratação de mão de obra terceirizada, que ultrapassaram R$ 10 bilhões, em 2009. Desse total, R$ 4,1 bilhões (sendo R$ 2,8 bilhões da administração direta e R$ 1,3 bilhão da indireta) estão sob a mira de Semeghini.
A vida de Serra também está complicada no plano da política nacional. Em maio, o PSDB vai eleger uma nova direção e Serra vê a presidência do partido como o único caminho para mantê-lo em evidência. Acontece que parlamentares ligados ao senador mineiro Aécio Neves e ao governador Geraldo Alckmin trataram de isolar José Serra da direção partidária. Eles conseguiram aprovar na quarta-feira 26 uma moção, subscrita por 54 deputados e suplentes, com a recondução de Sérgio Guerra à direção nacional do partido. “Esta lista foi uma forma infeliz de buscar a presidência do partido”, reagiu o ex-governador Alberto Goldman, aliado de Serra. “A atitude de Sérgio Guerra foi indigna e o desqualifica como presidente do partido”, atacou o deputado Jutahy Magalhãoes (BA), um dos mais vigorosos serristas. Com tamanha repercussão, mais uma vez o governador Geraldo Alckmin resolveu, com seus modos gentis, alegar desinteresse pelo assunto e desconhecimento sobre as reais pretensões de Serra. Alckmim se referiu à barulhenta movimentação tucana anti-Serra como coisa para se decidir num futuro muito distante: “Nem sei se o Serra será candidato a presidente do partido. Mas, se quiser, terá meu integral apoio”, afirmou. Este não é, claro, o tipo de frase que Serra poderia encarar como uma adesão entusiasmada.