sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ZEZINHO ATRAPALHADO, EXEMPLO DE PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES


Zezinho Atrapalhado (PTB) foi o mais votado nas eleições em 2012.
Parlamentar estudou na Apae por ter dificuldade em aprendizagem.

Rodolfo TiengoDo G1 Ribeirão e Franca

Rogério Magrini, o "Zezinho Atrapalhado", eleito presidente da Câmara em Sertãozinho (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Rogério Magrini, o Zezinho Atrapalhado, eleito presidente da Câmara em Sertãozinho (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
Das dificuldades para falar e andar na infância, o humorista Rogério Magrini dos Santos (PTB), de 45 anos, traçou uma carreira política que o levou à presidência da Câmara de Sertãozinho(SP). O mais conhecido como “Zezinho Atrapalhado”, apelido que herdou por causa da discriminação que sofreu por ter dificuldades para se expressar quando criança, foi eleito com 3,2 mil votos para seu sétimo mandato em 2013 e pela terceira vez é escolhido para chefiar o Legislativo local.
“Enquanto eu esperava o ônibus me chamavam de louco e eu chegava chorando na escola, aí a professora me falou para mostrar que um Zezinho Atrapalhado pode ser alguém na vida”, afirmou Santos sobre o conselho que o inspirou a usar o apelido, depois que concluiu o Ensino Médio na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sertãozinho, instituição onde estudou por dez anos por ter dificuldade de aprendizagem.
Com o mesmo apelido usado em apresentações artísticas infantis pela região, Zezinho foi eleito vereador aos 18 anos, ainda na década de 1980. Por ter sido o mais votado, ainda adolescente teve que presidir a primeira sessão legislativa do período diante de colegas mais velhos de plenário. “Na época eles não aceitavam, achavam que eu não tinha capacidade”, disse, citando que alguns chegaram a sugerir que ele fizesse um exame de sanidade mental antes de cumprir a tarefa política.
Com apelido da infância, vereador foi mais votado em 2012 em Sertãozinho (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Com apelido da infância, vereador foi mais votado em 2012 em Sertãozinho (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
O preconceito no plenário não se refletiu nas urnas nas décadas seguintes e por seis vezes consecutivas Magrini dos Santos obteve a maior margem de votos nas eleições da cidade, ficando conhecido por ter criado, em 1993, um projeto de lei que estabeleceu a obrigatoriedade de repasses do município para a educação especial. “As Apaes que batiam canequinha hoje têm recursos do município graças ao projeto”, afirmou o vereador que, mesmo durante as sessões da Câmara troca o terno e a gravata pelo jeans e camisa polo.
Diante de sua sétima legislatura, o petebista chega à presidência da Câmara pela terceira vez com o apoio do prefeito eleito Zezinho Gimenez (PSDB). Entre o dever de fiscalizar os atos do Executivo e o laço político, Santos alega que poderá bater de frente com o Executivo, mas prefere manter uma posição moderada. “O prefeito não está aqui para se ajudar, mas sim para ajudar a cidade”, afirmou, mas ressaltou que como vereador pretende “buscar soluções junto ao Executivo” em vez de “jogar pedras”.
Para o início deste mandato, Zezinho pretende revisar os salários dos médicos na cidade e estabelecer um corte anual de R$ 1,5 milhão nos gastos da Câmara, por meio de remanejamento de cargos e redução em gratificações. “O novo prefeito está assumindo um déficit de R$ 22 milhões, temos que sanar.”

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