sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) e a "famiglia" Sarney


Yglesio Moyses pediu doações de gêneros alimentícios em perfil pessoal.
Ele revelou já ter doado quase 100 kg de alimentos "do próprio bolso".

Clarissa CarramiloDo G1 MA

O diretor do Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), em São Luís, Yglesio Moyses, fez um apelo por doações de alimentos para o hospital na noite desta quinta-feira (10). Em texto publicado em sua página pessoal no Facebook junto com a fotografia de uma lista de gêneros alimentícios básicos como tomate, cebola, batata e etc. (confira a lista abaixo), ele pediu que as doações fossem entregues a partir desta sexta-feira (11), diariamente, das 8h às 17h, na portaria do hospital.
Diretor do Socorrão I, Yglésio Moyses, faz apelo por doações em rede social (Foto: Arquivo/G1)Diretor do Socorrão I, Yglésio Moyses, faz apelo por doações em rede social (Foto: Reprodução/Facebook)
Em entrevista ao G1, Yglesio Moyses revelou ter doado quase 100 quilos de alimentos "do próprio bolso" para evitar mais problemas para fornecer alimentação aos pacientes. Ele disse que a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) tem condições de reverter a situação de calamidade em que se encontram os hospitais municipais, mas isso deve levar alguns dias ou semanas por questões burocráticas. Até lá, o Socorrão I vai precisar de doações.
"O prefeito Edivaldo Holanda encontrou uma prefeitura falida, sem capacidade de responder ao caos da saúde deixado por Castelo. O Governo do Estado retirou a ajuda emergencial que tinha dado no final da gestão Castelo e não deu um tempo suficiente para a Secretaria de Saúde do Município ter as ferramentas para reverter a situação", lamentou.
"É apenas um pedido e, ao mesmo tempo, uma tentativa de conscientizar as pessoas do estado em que o ex- prefeito deixou a cidade e do quanto é importante que as pessoas se sensibilizem com o problema. O fornecimento de alimentos logo será regularizado, mas eu mesmo tirei do próprio bolso quase 100 kg de mantimentos. Temos que fazer o máximo que podemos com a melhor ajuda que tivermos e olhar pra frente", finalizou.
Caos na saúde
Pacientes são atendidos nos corredores do Socorrão 2 (Foto: Diego Chaves/O Estado)Pacientes são atendidos nos corredores do Socorrão
II (Foto: Diego Chaves/O Estado)
O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, decretou estado de emergência na saúde nesta quinta-feira (10). O secretário municipal de Saúde, Vinicius Nina, afirmou, em entrevista coletiva, que os auditores da prefeitura descobriram um acúmulo de dívidas na pasta que chega a R$ 140 milhões.
Em novembro do ano passado, representantes da Comissão Nacional de Defesa dos Diretos Humanos (CNDDH) e do Conselho Municipal de Saúde protocolaram uma denúncia no Ministério Público do Maranhão (MP-MA), revelando que os funcionários do Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão II) estariam sem receber os salários e, os pacientes, sem alimentação e medicamentos. Vistoria no Socorrão I também constatou irregularidades.
Ambulâncias quebradas no pátio da Samu em São Luís (Foto: Biné Morais/O Estado)Ambulâncias quebradas no pátio da Samu em São
Luís (Foto: Biné Morais/O Estado)
Atualmente, a Polícia Federal está investigando indícios de desvio de recursos públicos na Semus durante a gestão do ex-prefeito João Castelo, principalmente no que diz respeito às verbas  destinadas ao Serviço de Antendimento Móvel de Urgência (Samu). No mês de dezembro, reportagem exibida no Jornal Nacional denunciou que, das 17 ambulâncias disponíveis em São Luís, 15 estariam quebradas.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou, também em dezembro, um auxílio emergencial aos hospitais municipais da capital com o objetivo de descongestionar as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e os hospitais especializados em atendimento clínico-cirúrgico da rede estadual
.

Nenhum comentário: