01/03/2012
às 15:31 \ Direto ao PontoColuna do Augusto Nunes
A nomeação de um ministro da Pesca que só sabe fisgar evangélicos incautos encerra a reforma ministerial que não houve
São Pedro (Papa) | |
---|---|
São Pedro e as Chaves do Reino dos Céus | |
Papa, Princípe dos Apóstolos, Kepha (que quer dizer Rocha) e Pescador de Homens | |
Nascimento | ? 1 ano a.C em Betsaida |
Morte | 67 d.C em Roma |
Veneração por | Toda a Cristandade |
Principaltemplo | Basílica de São Pedro,Vaticano |
Festa litúrgica | 29 de junho |
Atribuições | duas chaves, cruz invertida, rede de pescador |
Padroeiro: | dos Papas e dos pescadores |
"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus."[1] Jesus (Evangelho de São Mt. 16. 18-19) | |
Os jornalistas federais avisaram ainda em agosto que, até o fim de fevereiro, Dilma Rousseff promoveria a grande reforma ministerial concebida para, simultaneamente, livrar o primeiro escalão do entulho herdado do padrinho, torná-lo mais parecido com a chefe e reduzir o tamanho do mamute administrativo. Nos meses seguintes, gastaram quilômetros de páginas de jornais em graves reflexões sobre o que seria o começo efetivo do governo da superexecutiva que Lula deu de presente ao Brasil.
As mudanças começaram no dia 6, com a troca de seis por meia dúzia no Ministério das Cidades: saiu Mário Negromonte, do PP baiano, entrou Aguinaldo Ribeiro, do PP paraibano. E foram encerradas nesta quarta-feira, com a substituição do companheiro Luiz Sérgio pelo parceiro Marcelo Crivella no Ministério da Pesca. O colosso formado por 38 ministérios e secretarias especiais (com status de ministério) não perdeu um único e escasso cabide de empregos.
Luiz Sérgio, uma nulidade que já naufragara no Ministério de Relações Institucionais, foi piorar a bancada do PT na Câmara dos Deputados. Crivella, um espertalhão que já envolveu até o Exército em projetos eleitoreiros nos morros do Rio, deixou o Senado para representar a bancada evangélica na Esplanada dos Ministérios. Entende tanto de pesca quanto Ideli Salvatti, ex-inquilina do gabinete que ganhou. Mas sabe fisgar eleitores que acreditam na pregação malandra: dinheiro na sacolinha garante prosperidade na Terra e um latifúndio no Reino de Deus.
Governar é escolher, sabe-se desde que o primeiro chefe de um grupo composto por homens das cavernas entendeu que precisa de ajudantes. Presenteada com a chance de reduzir a multidão de ministros, liberada para o despejo dos gatunos e vigaristas que infestam o coração do poder, autorizada pelas atribuições do cargo a nomear quem quisesse, Dilma limitou-se a incorporar dois prontuários ao bando que continua do mesmo tamanho. A reforma que não houve comprova que a supergerente de araque escolhe ministros tão judiciosamente quanto um bebê de colo.
De novo, os jornalistas federais erraram todas. Ou quase todas: com Crivella e Aguinaldo Ribeiro, o ministério ficou mesmo ainda mais parecido com Dilma Rousseff.
Nenhum comentário:
Postar um comentário