Veja perfil dos mortos durante as manifestações pelo país
Seis casos foram registrados; duas das vítimas nem participavam dos atos.
Óbitos ocorreram em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Pará.
Ao menos seis pessoas morreram durante as manifestações que ocorrem no país desde o dia 20 de junho. Nenhuma delas estava em confronto com policiais. Entre os mortos estão uma gari que se assustou com o estouro de uma bomba próximo ao local do protesto e um garoto que estava em uma festa junina e foi atropelado por caminhoneiro que "fugia" de um dos atos. Os casos foram registrados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Pará.
Veja abaixo o perfil das vítimas:
Cristalina (GO)
Valdinete Rodrigues Pereira, de 40 anos, e Maria Aparecida, 62 anos, morreram atropeladas durante um protesto na BR-251, no distrito de Campos Lindos, em Cristalina, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal, na manhã de segunda-feira (24). A Polícia Civil informou que as mulheres faziam parte da organização do protesto. Elas reivindicavam melhorias em serviços públicos como infraestrutura, saúde, segurança e transporte.
Valdinete Rodrigues Pereira, de 40 anos, e Maria Aparecida, 62 anos, morreram atropeladas durante um protesto na BR-251, no distrito de Campos Lindos, em Cristalina, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal, na manhã de segunda-feira (24). A Polícia Civil informou que as mulheres faziam parte da organização do protesto. Elas reivindicavam melhorias em serviços públicos como infraestrutura, saúde, segurança e transporte.
De acordo com a Polícia Civil, as vítimas moravam havia pouco tempo na região, pois saíram de outros estados. Segundo o Instituto Médico Legal de Luziânia, nenhum familiar se apresentou para retirar o corpo da idosa.
Belém (PA)
A gari Cleonice Vieira de Moraes, de 54 anos, morreu, na sexta-feira (21), após sofrer ataques cardíacos em decorrência do susto provocado pela explosão de uma bomba em protesto na quinta (20), em Belém. Ela era mãe de três filhos e trabalhava havia um ano como servidora municipal.
A gari Cleonice Vieira de Moraes, de 54 anos, morreu, na sexta-feira (21), após sofrer ataques cardíacos em decorrência do susto provocado pela explosão de uma bomba em protesto na quinta (20), em Belém. Ela era mãe de três filhos e trabalhava havia um ano como servidora municipal.
Cleonice foi socorrida por uma ambulância do Samu, mas morreu no hospital. O secretário de Saneamento de Belém, Luiz Pereira, definiu o caso como uma fatalidade.
A irmã mais velha dela, Maria Celis, disse que Cleonice era tranquila, “uma pessoa muito calma. O marido afirmou que deixou a mulher com três filhos. "Ela criou todos sozinha, lutando.” Um dos filhos, Adriano Moraes, disse que a mãe não devia estar trabalhando naquele local e naquela hora. “Minha mãe saiu para trabalhar e acontece esse desastre com ela. Não era para terem liberado a minha mãe no meio daquele tumulto.”
Belo Horizonte (MG)
Douglas Henrique de Oliveira, de 21 anos, morreu após cair do viaduto José Alencar durante uma manifestação em Belo Horizonte (MG), na quarta-feira (26).
Douglas Henrique de Oliveira, de 21 anos, morreu após cair do viaduto José Alencar durante uma manifestação em Belo Horizonte (MG), na quarta-feira (26).
Natural de Curvelo, ele morava na capital mineira havia dois anos para terminar o ensino médio e planejava voltar a estudar em 2014. O jovem trabalhava numa metalúrgica e morava em Contagem, na região Metropolitana.
“Ele era um jovem que estava inconformado com a atual situação do país, com os casos de corrupção, a falta de saúde e a impunidade, assim como tantos jovens que estavam ali protestando”, disse Thiago Silva, amigo que estava com Douglas na manifestação. Para a mãe de Douglas, Neide Maria de Oliveira Souza, o resultado dos protestos não foi a redução de R$ 0,20, “mas um coração dilacerado”.
Guarujá (SP)
O marceneiro Igor Oliveira da Silva, de 16 anos, morreu ao ser atropelado por um caminhão em uma rua perto da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá, na noite desta quarta-feira (26). Ele estava em uma festa junina antes de ser atingido pelo veículo.
O marceneiro Igor Oliveira da Silva, de 16 anos, morreu ao ser atropelado por um caminhão em uma rua perto da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá, na noite desta quarta-feira (26). Ele estava em uma festa junina antes de ser atingido pelo veículo.
Igor trabalhava com o pai em uma marcenaria. Segundo familiares, o sonho dele era virar MC e ser cantor. No momento do acidente, ele estava com dois amigos em uma ciclovia, todos de bicicleta.
Segundo a polícia, o motorista entrou em uma rua proibida para fugir das manifestações que deixaram a Cônego Domênico Rangoni congestionada. Segundo a avó de Igor, Maria da Pureza Aguiar, o jovem tinha um comportamento exemplar. “Era um menino maravilhoso. Não tem o que dizer. Era um ótimo menino e sempre brincava comigo. Ele me ligava e falava que eu era a mulher mais linda do mundo.”
Ribeirão Preto (SP)
O estudante Marcos Delefrate, de 18 anos,
morreu após ser atropelado por um carroque também atingiu outras 12 pessoas, no final do protesto que reuniu cerca de 20 mil pessoas na quinta-feira (20) em Ribeirão Preto (SP). A avó Maria Pimentel Delefrate disse que o neto participava de um protesto pela primeira vez.
O estudante Marcos Delefrate, de 18 anos,
morreu após ser atropelado por um carroque também atingiu outras 12 pessoas, no final do protesto que reuniu cerca de 20 mil pessoas na quinta-feira (20) em Ribeirão Preto (SP). A avó Maria Pimentel Delefrate disse que o neto participava de um protesto pela primeira vez.
O jovem morava com ela e o casal de pais operários no bairro Ipiranga, na Zona Norte da cidade, perto da paróquia que frequentava duas vezes por semana e onde foi velado. Filho único, ele é lembrado pelos amigos da igreja como uma pessoa tímida e bem humorada. Delefrate pensava em fazer faculdade de música.
Enquanto terminava o 3º ano do ensino médio, o jovem aproveitava o tempo livre para fazer um curso técnico em mecânica de manutenção de máquinas agrícolas. Ele fazia estágio em uma concessionária de caminhões. “Ele saía de casa às 5h e só voltava depois das 22h”, lembrou a corretora de imóveis Sandra Queiroz, vizinha da família.
Com reportagem do G1 Goiás, G1 Pará, G1 Ribeirão Preto e Franca, G1 Santos e G1 São Paul
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