14/06/2012 - 14h58
Brookfield afirma que denúncia de propina é 'infundada'
DE SÃO PAULO
Kassab quer apuração de denúncia de propina em shoppings
Ex-diretora diz que multinacional pagou para liberar shoppings
Polícia faz busca na casa e em escritórios de Aref em SP
Em entrevista publicada hoje, Daniela Gonzalez, ex-diretora financeira da BGE, empresa do grupo Brookfield, diz que a multinacional pagou, entre 2008 e 2010, R$ 1,6 milhão em propinas para liberar obras irregulares nos shoppings Higienópolis e Paulista, em São Paulo.
Gonzalez afirma que a empresa que administra vários shoppings pagou propina a Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor de aprovação de prédios da prefeitura, e ao vereador Aurélio Miguel (PR). Ambos negam as acusações.
A Folha revelou que Aref adquiriu 106 imóveis nos poucos mais de sete anos em que esteve no cargo. Ele foi afastado no mês passado, após abertura de investigação da Corregedoria Geral do Município. Entre seus imóveis há meia dúzia de apartamentos num prédio com vista para o Parque Ibirapuera estimados em R$ 4 milhões.
A polícia apreendeu na manhã de hoje documentos na casa e nos escritórios de Aref, em cumprimento a mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. A operação foi acompanhada pelo Ministério Público, que investiga o ex-diretor.
VEJA A NOTA DIVULGADA PELA EMPRESA:
A Brookfield Gestão de Empreendimentos S.A. gostaria de reforçar que desconhece os supostos atos de suborno e corrupção para com o poder público divulgados hoje, que decorrem de especulações e denúncias infundadas feitas por uma ex-diretora que, por ter praticado uma série de irregularidades durante sua gestão, está sendo alvo de uma investigação criminal.
Daniela Gonzalez ingressou na BGE em meados de 2008, tendo permanecido no Grupo até 2010, quando foi demitida no mês de abril, por ter concedido um aumento de salário a si própria. Após a sua demissão, teve início uma apuração de certos atos por ela praticados durante sua gestão, que culminaram na instauração de um inquérito policial para apuração da responsabilidade penal de Daniela Gonzalez, de seu marido Paulo Ricardo Junqueira de Assis, e de outros terceiros que teriam atuado como "laranjas", em um esquema que inclui a operação de lojas em nossos empreendimentos em condições que não são usuais de mercado e, ainda, empresas prestadoras de serviços que receberam pagamentos sem terem efetivamente desempenhado qualquer atividade. A autoridade policial representou pela quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de todos os envolvidos, tendo o Ministério Público opinado favoravelmente. Atualmente o referido inquérito policial se encontra em segredo de justiça.
Daniela Gonzalez move, ainda, uma Reclamação Trabalhista em face da BGE, na tentativa de obter indenização por verbas trabalhistas, supostamente não pagas, e por danos morais. Os pedidos são infundados, tendo a BGE, inclusive, ingressado com uma "Reconvenção" em face de Daniela Gonzalez, de modo a cobrar dela o devido ressarcimento pelas irregularidades praticadas e prejuízos causados.
A BGE sempre manteve uma reputação ilibada em todos os mercados em que atua, desconhecendo supostos atos de suborno e corrupção para com o poder público, e não hesitará em tomar todas as medidas adicionais que se fizerem necessárias em face de Daniela Gonzalez, além daquelas já adotadas, de modo a preservar sua imagem e reputação.
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