quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PREFEITO MORDE MUNÍCIPE

Prefeito de Duartina (SP) morde morador que deve IPTU

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MAURICIO SIMIONATO
DE CAMPINAS

O prefeito de Duartina (367 km de São Paulo), Aderaldo Pereira de Souza Júnior (PP), 51, conhecido como Juninho Aderaldo, mordeu um morador da cidade durante uma briga entre os dois no gabinete dele, na última segunda-feira (24).

O que era para ser uma reunião para discutir a dívida de IPTU do morador, o jornaleiro Paulo Odair Inácio, 34, acabou em pancadaria. O valor devido soma R$ 2.500.

Inácio disse que queria negociar a dívida e as formas de pagamento com o prefeito porque uma conta bancária sua foi bloqueada em razão desse débito.

Tanto o jornaleiro quanto o prefeito fizeram exames de corpo de delito e registraram boletim de ocorrência. A Polícia Civil vai apurar o caso.

CORREDORES

Os dois foram apartados por funcionários durante a briga, que começou no gabinete e seguiu pelos corredores da prefeitura. O prefeito chegou a subir na mesa do gabinete na confusão.

Juninho Aderaldo alegou que Inácio o ameaçou, dizendo a funcionários da prefeitura que "daria três tiros" nele e que "não pagaria o IPTU". O prefeito disse ainda que se defendeu das agressões.

A assessoria de imprensa dele confirmou a mordida e disse que "esta era a única maneira dele se livrar de uma chave de braço" dada pelo jornaleiro.

"O prefeito me chamou no gabinete para negociar a dívida e quando cheguei lá vi que eu estava em um 'tribunal do júri', com sete funcionários dentro do gabinete e ele me questionando sobre a ameaça. Falei mesmo que iria dar três tiros nele, mas em tom de brincadeira, tanto que falei isso para a advogada dele", disse o jornaleiro.

Em nota, a assessoria do prefeito disse que "exaltado, Paulo agrediu fisicamente Juninho Aderaldo, que se defendeu dos ataques, fazendo-o na presença de testemunhas no gabinete municipal".

O prefeito disse que pretende processar o jornaleiro por agressão e ameaça. Já o morador disse não ter a intenção de acionar a Justiça.

O jornaleiro disse que o prefeito estava "encapetado" durante a briga. "Ele deu um soco na mesa, veio em minha direção e me deu um soco no nariz. Começou a briga e ele me mordeu no peito", disse Inácio.

"Depois funcionários nos separaram, ele subiu em cima da mesa e deu uma voadora em minha direção, mas consegui desviar. Nos separaram de novo, mas quando saí do gabinete ele veio para cima nos corredores", disse Inácio.

Duartina fica na região de Bauru (329 km de São Paulo) e tem cerca de 12,5 mil habitantes. Juninho Aderaldo foi duas vezes vice-prefeito e está em seu primeiro mandato à frente do Executivo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Assessor que confirmou agressão é exonerado; prefeito nega retaliação
Duartina – O assessor administrativo da prefeitura de Duartina (38 quilômetros de Bauru), Hidequi Tanaca, foi exonerado do cargo em comissão que exercia no município. Ele diz que a exoneração foi provocada por depoimento que prestou na Delegacia Seccional de Bauru confirmando que o prefeito Aderaldo Pereira de Souza Junior (PP), o “Juninho Aderaldo”, foi quem iniciou as agressões contra o jornaleiro Paulo Odair Inácio, 34 anos, no dia 24 de janeiro, dentro de seu gabinete. O prefeito nega a vesãode Tanaca e afirma que o fato foi coincidência e faz parte de uma série de cortes de despesas que visam fazer com que a cidade se adeque à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Tanaca, que está na prefeitura há seis anos (desde 2005) e também exercia a função de chefe da fiscalização, acredita que sua saída foi uma retaliação do chefe do Executivo por ele não ter concordado em manter a mesma versão contada pelas demais testemunhas das agressões.

O ex-assessor reitera o depoimento prestado na seccional e afirma que o prefeito foi quem começou a agredir Paulo. “Houve pressão, inclusive de funcionários, para que eu desse outra versão. Mas eu falei que não, que não iria mentir. Eu sabia que ia acontecer isso”, afirma.

De acordo com Tanaca, seu depoimento foi acompanhado pelo advogado da prefeitura. “Antes de iniciar o depoimento, já mandei constar que ia falar a verdade e que, por isso, corria o risco de ser demitido”, revela. Mesmo perdendo o cargo, ele garante que não se arrepende da decisão e critica as outras testemunhas. “Eu estou com a consciência tranquila”, diz.

Apesar de ser presidente do diretório do PSDB de Duartina, o ex-assessor garante que seu depoimento não teve nenhuma conotação política. “Nós somos do partido de apoio ao prefeito”, pontua.