quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

DELEGADO SEM CIVILIDADE - PARTE II

Atualizado em: 20h02min - 20/01/2011
Delegado que agrediu cadeirante em São José é afastado
Secretaria de Segurança Pública do Estado determinou o imediato afastamento do delegado Damásio Marino, de São José dos Campos.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado determinou o imediato afastamento do delegado Damásio Marino, de São José dos Campos. A decisão foi tomada no fim desta tarde de quinta-feira (20), a medida é para não atrapalhar as investigações. Ele é acusado de agredir um deficiente físico por causa de uma vaga de estacionamento.

As marcas da agressão estão no rosto, na cabeça e na camiseta de Anatole Morandini. Ele foi ao cartório do centro de São José dos Campos, mas encontrou a vaga ocupada pelo carro de um homem sem qualquer deficiência física. Depois de estacionar mais adiante, voltou para reclamar. Só não esperava que a reação do motorista fosse tão violenta.

"Ele veio e deu um golpe com a arma na minha cabeça e bateu com a ponta da arma duas vezes no meu rosto", denuncia.

Segundo o boletim de ocorrência o motorista é Damásio Marino, delegado de polícia na cidade. O advogado do policial, Luiz Antônio Silva, admitiu que ele bateu em Anatole.

“Damásio dirigiu-se ao cartório do segundo ofício de São José dos Campos para acompanhar a noiva que está grávida de quatro meses. Entrou no carro, abriu o vidro e levou uma cusparada no rosto, mas ele não utilizou arma em momento algum contra este advogado, mas deu dois tapas no rosto”, explica o advogado.


Uma mulher, que prefere não se identificar, viu a cena e desmente a versão do advogado. “O motorista estava agredindo o cadeirante com um arma na mão e entrou dentro do carro de onde ele ainda apontou a arma pro cadeirante”, conta a testemunha.

Quem para em uma vaga reservada para pessoas com deficiências, sem necessidade, perde três pontos na carteira e leva uma multa de R$ 53,00. Mas muitos motoristas insistem em desobedecer a essa regra básica de trânsito e de civilidade.

No fim da tarde, o Delegado Corregedor, Antônio Alvaro Sá, falou sobre o caso. Ele disse que o delegado Damásio Marino pode até ser demitido se ficar comprovada a culpa dele.

“A Lei Orgânica da Polícia Civil prevê que em casos de grande repercussão e em casos de emprego de violência, como é o ocorrido deste caso, medidas preventivas sejam tomadas, como, por exemplo, a colocação do policial civil em questão pra exercício de cargo burocrático, ele será afastado das funções normais e bem como a apreensão da carteira funcional e da arma da corporação. Processo administrativo em concluindo pela culpa, pela comprovação da transgressão disciplinar ele está sujeito sim a uma pena de demissão,” explicou o corregedor.

O delegado Damásio Marino presta depoimento na corregedoria de polícia.

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